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Anglet – Wednesday – 25th June 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

O mar subiu um pouco em relação aos outros dias, mas ainda estava numa altura ideal para surfistas ‘iniciantes’. Como estamos nesta categoria, fomos direto para uma das muitas escolas de surf locais. Estaremos morando em Sydney num futuro próximo, e acredito que nos vai ser útil dominarmos este esporte.

Seguimos para o mar com Jonh, nosso instrutor francês. Estva um dia de sol maravilhoso, e a sensação de estar no mar, naquela praia linda, fez tudo valer a pena. Mesmo os vários caldos que tomei e o cansaço contínuo de ter que remar de volta até a rebentação.

Nossa aula foi bem proveitosa e certamente recomendo a todos que queiram aprender a surfar.

No final da tarde, saímos do mar e fomos para a areia. Na praia central de Anglet, a areia tem várias redes de vôlei, disputadíssimas no ‘pós-praia’. Dividimos uma destas redes com uns australianos, e fomos jogar ‘badminton’: uma espécie de tênnis, mas ainvés da bola, você joga com um aparato que parece uma peteca.

Exaustos, celebramos nosso dia com uma cerveja na beira da praia.

Depois do jantar, fomos assistir AlemanhaXTurquia nas quartas de finais da Eurocopa 2008. Cara, que jogão! A Turquia mandou super bem, lançando verdadeiras bombas contra Lehmann, o goleiro alemão. Mas infelizmente, futebol às vezes é um jogo de sorte e a Alemanha ganhou por 3X2.

Biarritz – Anglet – Tuesday 24th June 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Acordamos pilhados e fomos procurar um lugar legal para acampar, mais próximo da praia. Voltamos para Anglet e achamos um pico dez na Praia do Corsário: próximo da praia, com água corrente e banheiro.

Assim que nos instalamos, pegamos as bikes e fomos dar um role. A cidade e a costa são bem servidas de ciclovias, e as bicicletas, como Amsterdan, parecem ter uma preferência em relação aos carros.

O único problema é que, para passar de uma praia para outra, você tem que atravessar uma montanha bem íngreme, que mais parece um treino para o ‘Le tour de France’ (!). Fomos até Biarritz. Me lembrei bastante de quando estive na cidade pela primeira vez, em 2001, e que foram uma das férias mais engraçadas que tive na minha vida. Naquela época, estava pensando em trabalhar com importação e, como estava chegando o verão na Europa, achei que seria uma boa trazer uns biquinis brasileiros e experimentar sua aceitação com os Europeus. Maggie, minha flatmate canadense, me convidou para viajar pelas praias da costa atlântica da Europa, então,para unir o útil ao agradável, levei os biquinis comigo.

Quando cheguei em Biarritz, ainda não sabia ao certo como ‘iniciar’ minha empreitada. Comecei a oferecê-los para a galera do hostel e depois, para o pessoal na praia, mas a coisa tava indo meio devagar. Foi quando no final de tarde, fui até o mirante de Biarritz, ver o sol se por. Lá, conheci dois meninos, que estavam de férias pela cidade e contei meus sonhos emprededores à eles. Eles gostaram da idéia, e se propuseram a me ajudar. Fomos para a praia e chegando lá tudo mudou: extrovertidos e súper engraçados, eles tinham uma maneira de falar com as meninas, e não só venderam todos os biquinis, como deixaram metade da praia apaixonada por eles. Gastamos tudo o que ganhamos em baladas divertidíssimas.

Estava justamente lembrando este episódio, quando entrei num dos surf shops da cidade, e me deparo com vários biquinis brasileiros sendo vendidos no local! Engraçado ver como outras pessoas tiveram a mesma viagem.

 

Após passarmos a tarde pela cidade, retornamos a Anglet. Fomos até a praia, e ficamos ali vendo o sol se por. À noite, dormi escutando o mar quebrar na areia.

Capbreton – Biarritz – Monday 23rd June 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008


Acordamos no campervan parking, ainda meio incertos de onde estávamos. Seguimos até Anglet, uma prainha de 4 km de extensão, próxima à Biarritz.

Lembra um pouco as praias do sul do Brasil, é despretenciosa, com boas ondas, belas praias, galera e um ótimo astral. O mar naquele dia tava meio baixo então seguimos até Biarritz, pela costa.

Ao atravessar a montanha que as separa, pode-se notar a diferença entre as duas: após cair nas graças de Napoleão III, Biarritz virou o balneário dos ‘ricos e famosos’ e as opulentas mansões encravadas ao redor de sua costa deixam isto evidente. Porém, além de descolada, é também eclética, e atualmente socialites européias dividem a praia com surfistas e amantes de praia em geral.


Por fazer parte dos países bascos franceses, ela ainda preserva suas diferenças em relação ao restante da França, possui uma segunda língua, o basco e hábitos e culturas distintos.

A origem dos povos bascos é ainda um mistério. Sabe-se que chegaram na região por volta do Século VI e ali fixaram-se, resistindo as invasões dos francos, visigodos e mouros, e emergiram na Idade Média com uma certa autonomia, mantida até o período da Revolução Francesa. O nacionalismo basco emergiu durante a Guerra Civil Espanhola até a morte do ditador espanhol Franco, em 1975.

O radical movimento separatista, conhecido como ‘Euskadi ta Azkatasuna’ (ETA), ou seja ‘Liberdade às Nações Bascas’, é mais ameno em terras francesas, e estas acabaram por se tornar um refúgio para membros foragidos, bem como a América do Sul e Estados Unidos.

Bela e relaxante durante o dia, inquieta e divertida durante a noite. Dezenas de bares e clubs dividem espaço entre as ruas do Centro, principalmente na rue du Port Vieux.

Mas depois de duas noites na balada, estávamos súper cansados, e seguimos para o camping. O lugar, embora um tanto longe da praia, era ótimo: tinha piscina e era super bem estruturado. Então ficamos por ali, relaxando neste sol da Europa que dura até as nove da noite! Maravilha.

 


Bordeaux – Capebreton – Sunday 22nd June 2008

domingo, 29 de junho de 2008

Desta vez é pra valer, sem paradas para baladinha surpresas!

Pelo menos era o que ensávamos…

Acordamos em Bordeaux, ressacadíssimos depois da balada de ontem, e seguimos pela costa. No caminho, passamos pela Duna Del Pyla, a maior duna da Europa.

Com a ressaca que estávamos, confesso que foi sofrível caminhar até o seu topo (sao cerca de 80 metros de altura, sob um sol de rachar!). Mas valeu a pena, lá de cima, o visual era fantástico.

 

De lá seguimos em direçao a Biarritz.

No caminho, encontramos com um casl que estava pedindo carona na estrada. Nós já viajamos neste esquema, entao sabemos o quanto que é difícil ficar nesta situacao, entao sempre que da – e que nos sentimos seguros – nos procuramos ajudar.

 

Eles estavam vindo de um festival em Surlac,  e queriam ir para uma praia proxima de nosso destino final. No caminho, viemos conversando e tentando nos entender, eles falando em frances, nos respondendo em ingles, uma loucura.

 

Eles abriram umas cervejas e a conversa foi fluindo tao bem, que quando chegamos ao destino deles, eles nos convidaram para umas cervejinhas no bar.

 

Paramos a van ao lado de um lago, e seguimos para o centro. Eles eram da regiao de Chambery, nos Alpes franceses e haviam tirado algumas semanas de folga para viajar pela França.

 

Provavelmente, em nosso dia-a-dia, devemos levar vidas completamente diferentes, mas naquele momento, naquele lugar, havia o interesse comum de nos divertirmos ao maximo. E foi isto que fizemos, conversando em frances, portugues e ingles, demos boas risadas e passamos uma otima tarde.

Estava escurecendo, e os supermercados estavam fechados, entao, como tinhamos ainda um pouco de pasta na Van, convidamos nossos novos amigos para jantar.

O Al fez uma pasta maravilhosa e no final fomos deixa-los no camping. Talvez nos encontremos novamente quando passarmos perto de Chambery, mas como nossos planos sao incertos, deixa a vida nos levar…

 

Alguma praia ao Norte de Rayan – Bordeaux 21th June 2008 – Saturday

domingo, 29 de junho de 2008

Parecia um sonho: acordei e já caí na praia!

Tomei meu café ali, na areia, vendo o mar e agradecendo a Deus por este presente!

Hora de partir: hoje vamos até Bordeaux e redondezas, apreciar alguns dos muitos vinhos produzidos pela regiao.

Ali estao as melhores viniculas da Franca. Seguindo um pedido feito por Napoleao, criou-se um ranking entre todos os produtores de vinho do pais, que ate hoje ainda é válido. Os cinco top produtores estao na regiao de Bordeaux e oferecem tours seguidos de uma sessao de degustacao.

Passamos por imensas plantaçoes de uva, e a fome apertou, entao decidimos parar numa vilinha no caminho par almocar.

Chegamos num horario meio ´tricky´ – na França a pratica da ´siesta´tambem é bastante empregada, as cidades ficam as moscas no horario apos o almoço.

Escutamos uma musica la longe e fomos seguindo para ver o que era. Na praca da cidade, varias familias festejavam com um almoco, regado a muito vinho. Chegamos e causamos. Deu pra notar que rolou um silencio e varios olhares foram trocados.

Estava ali, tentando descobrir que festa havíamos invadido, quando vejo o Al, sentadinho ali com uma das familias!!! Foi hilário!!!

Sentei com ele e duas simpaticas senhoras vieram nos trazer vinho e um pedaço de bolo!

Adorei ter participado da festinha e me encantei com a simpatia das pessoas daquela cidade (que nao sabemos o nome!) .

Nos despedimos e seguimos viagem.

Achamos uma vinícula pequenininha aberta, o Al expermimentou um monte de vinhos diferentes. Cara, fiquei de cara de ver o preço: 1 Euro o litro, mais barato que a gasolina! Enchemos dois galoes de vinho e seguimos para a cidade de Bordeaux.

Na verdade estávamos na dúvida se continuávamos direto para Biarritz ou se parávamos em Bordeaux, mas estava um calor infernal, entao decidimos fazer uma pausa para uma cervejinha rapida.

Chegamos em Bordeaux no final da tarde. Ao passar pela praça principal, uma banda de cadetes do exército estava dando um show, muito engraçado.

Andamos até o centro e fomos cruzando com outras bandas, DJs e artistas de rua em geral, espalhados pela cidade.

Paramos num dos bares do centro e acabamos descobrindo que naquela noite iria acontecer o ´Fete de Le Musique´´ um Festival de Música que acontece em toda França no primeiro sábado do início do verao. Perfeito!

O astral do lugar tava tao bom, que decidimos passar a noite ali.

Bordeaux tava bombando. Muita gente nas ruas, assistimos a varios shows diferentes, dancamos na rua sob o sol que se punha, conhecemos um monte de gente bacana. Foi maravilhoso.

E no final da balada, foi so entrar na Van e ´kaput´. Foi otimo.

Nantes – La Rochelle – Alguma praia ao Norte de Rayan- 20th June 2008 – Friday

domingo, 29 de junho de 2008

O caminho até Bordeaux é um tanto longo, então resolvemos fazer algumas paradinhas.

A primeira delas foi em La Rochelle, uma cidade portuária que está ficando cada vez mais badaladinha entre os franceses.

E é fácil entender o porquê: além de ser súper bonita e gostosa, é passagem para algumas belas ilhas, como a Ile-de-re.

Paramos a Van próxima ao parque central da cidade, onde estava acontecendo o ‘Festival de La Tere’, com ‘amigos da terra’ espalhados pela grama, curtindo o solzinho da tarde.

Chegamos no centro ainda a tempo de pegar o final do mercado, e emplogados, compramos um monte de ‘sauscissons’ – salames.

Passeamos pela cidade velha, um verdadeiro labirinto de ruazinhas de pedra, estilo medieval, que desembocam num imenso portal, bem na rua do porto, onde a maioria dos bares e restaurantes se concentram.

Compramos umas cervejas e batatinha frita e ficamos por ali, escutando um artista de rua que tocava gaita de foles.

O Al comprou um vinho/cognac, não sabemos ao certo, da região e continuamos nossa viagem.

Fomos seguindo pela costa atlântica e quanto mais ao Sul seguíamos, as cidades pelas quais passávamos iam tomando uma cara mais de ´beach towns´, com surf e tudo mais.

A costa atlântica da França é maravilhosa. Claro, ainda nao dá para comparar com as praias do Brasil, mas as praias sao bem preservadas, repletas de vegetaçao natural e, o que é melhor: praias com onda e areia!

Passamos por várias prainhas pequenas, seguidas umas das outras.

Escolhemos parar numa delas, porém o acesso a Van nao era muito fácil, entao só fomos ver o mar e pronto. Era uma praia de nudismo, o que fiquei sabendo depois,é bem comum nesta regiao.

Seguimos um pouco adiante ate que enfim, achamos nossa prainha particular! Perfeita, pequenininha e deserta.

Chegamos num momento ótimo, o sol estava se pondo.

Recolhemos alguns galhos secos que achamos pelas proximidades e fizemos uma fogueira e ficamos ali, curtindo o fim de tarde e matando o vinho-cognac.

Para completar o cenário, quando começou a escurecer, apareceu uma lua cheia fantástica sob o mar. Maravilhosa! Dormi olhando para ela, da janela do meu lado da Van…

Nantes – Thursday 19th June 2008-06-26

domingo, 29 de junho de 2008

Depois de tantos embarques e desembarques, resolvemos fazer que nem os velhinhos do camping em Luxemburgo e assistir à grama crescer, ou seja, nada. Ou quase. Aproveitamos para tirar o dia para organizar a Van, lavar as roupas etc.

Estou me apaixonando por nossa Van e sentirei muito a falta dela quando formos vendê-la. Apesar de ‘véinha’, ela é súper funcional e até que bem espaçosa. Por dentro, às vezes ela me lembra os bedsits de Londres, onde você dorme e cozinha no mesmo quarto, com a diferença que temos muito menos bagagem e mais lugares para estoragem.

Entramos numa rotina e a cada parada, estamos levando cada vez menos tempo para nos organizarmos.

Se paramos no camping, é tudo mais fácil: chegamos, conectamos a Van na energia elétrica, colocamos nossos aparatos todos para carregar, abastecemos nossos galões de água e dependendo da hora, pegamos as bikes e vamos curtir a cidade.

Geralmente na volta passamos por um supermercado e compramos nossa janta. À noite, nos revezamos entre quem cozinha, quem fica na internet, e geralmente antes de dormir, estudamos nossas próximas rotas.

Quando acampamos ao ar lvre, fazemos tudo isto acima, mas com a diferença que nem sempre temos energia elétrica. Sempre que chegamos em algum lugar, fazemos uma verdadeira ‘varredura’ na área atr’as de tomadas. Se não econramos, temos que nos contentar com a bateria reserva da Van, então temos que ser econômicos, para não ficarmos na mão!

Mas até o momento, não posso me queixar. Eu não tenho o menor espírito camping, mas tenho que confessar que eu achava que era muito mais difícil. So far, so good!

Some park, somewhere – Vannes – Nantes – Wednesday 18th June

quinta-feira, 26 de junho de 2008

 

Nossas rotas não são meticulosamente traçadas.

Elas mudam a qualquer momento! Agente sabe onde quer estar em alguns dias, então vamos tomando este rumo, escolhendo passar por algumas cidadezinhas que nos parecem mais interessantes e se gostamos, ali ficamos.

É bom porque estamos os dois neste mesmo rítmo, e até o momento, não houve nenhuma discordância em relação à destinos, ou mesmo no que fazer quando chegamos lá.

Foi neste espírito que decidimos almoçar em Vannes, e depois seguir para Nantes.

Agente quer chegar em Bordeaux e depois seguir para Biarritz e quem sabe passar alguns dias por lá.

Vannes fica na costa atlântica da França, e é uma das cidades mais gostosas pelas quais passamos, existe uma sensação de ‘feel good’ no ar, seja entre os vários turistas, seja entre os locais. Sentamos num dos vários cafés em frente ao porto e ficamos admirando os vários yatchs ali ancorados.

Coincidentemente, chegamos bem no dia do mercado de rua semanal, que acontece no centro da cidade e entramos pelo labirinto de ruas medievais para checarmos os produtos locais.

A supremacia da cozinha francesa em relação às demais, divide opniões. Mas para mim, pelo menos no quesito ingredientes, não tem igual. Há uma variedade de ervas, sabores, condimentos e um cuidado tão grande no preparo dos alimentos, que até mesmo coisas nojentas como escargot podem ser transformadas em um prato delicioso.

Passamos algumas horas no mercado, escolhendo nossa janta, comprei um Chardonnay da região e também, um aceto balsâmico envelhecido por 25 anos!

Saindo de lá, fomos experimentar uma das especialidades locais: ostras. Achamos um restaurantezinho bem próximo ao Mercado de Peixes, e ficamos ali, comendo as melhores ostras que já experimentei, com um vinho branco delicioso.

À nossa volta, vários locais faziam o mesmo. Foi uma tarde ótima.

Seguimos em destino a Nantes, passando pelo litoral. No caminho, demos carona para um francesinho fofo, que não falava nada de inglês, mas conseguimos conversar um pouquinho,em nosso “portu-fran-ingles”.

Chegamos a Nantes no final do dia. Nantes é uma bela e vibrante cidade universitária, repleta de bares e gente jovem. Belos canais recortam a cidade, e ruas antigas interligam ensolaradas praças. Pegamos um Tram até o centro, cheio de estudantes fazendo a maior zona no trem. Assistimos RússiaX Suécia num dos barzinhos no centro. À noite, o Al preparou ‘lagostim na manteiga que compramos em Vannes, maravilhoso, comemos súper bem.

 

Somewhere on the Road – Mont –St- Michel – Tuesday 17th June

terça-feira, 24 de junho de 2008

To the beach! Depois de ver tantas vilas bonitinhas, chegou a hora d ir ver o mar! Escolhemos seguir para a Mont-St-Michel, na costa norte da França.

Já de longe, ficamos impressionados com o lugar, pois lá no fim do horizonte, pode-se enxergar o monte, nas proximidades do mar, e bem no seu topo, uma suntuosa catedral. Pelas encostas, todo um complexo medieval, cercado por muros de pedra. O lugar beira o surreal, não apenas visualmente, mas também por sua história.

Antigamente os Celtas acreditavam que após a morte, era para lá que seguiam as almas das pessoas. Em 708 DC o Bispo Aubert de Avranches teve uma visão com St Michel, que ordenou que fosse construída uma capela em sua homenagem no topo da montanha. Em 966, o Duke da Normandia, Richard III concedeu a região aos monges Beneditinos, que fizeram do lugar um importante centro de aprendizado. Ao longo do século XI, foi transformado em uma espécie de ‘forte-eclesiástico’, a disposição do Rei, em momentos de combate.

Durante a Guerra dos 100 Anos com a Inglaterra, o forte foi atacado três vezes, porém foi um dos únicos lugares do Norte da França que conseguiu resistir aos ingleses.

Após a Revolução Francesa, foi utilizado como prisão. Quando completou um milênio de existência, foi devolvido aos Beneditinos.

 

Passeamos pelas ruas medievais do complexo, e ficamos exaustos de subir até o topo. Paramos para uma cervejinha com ‘grillette’ (uma espécia de crêpe) e ficamos ali, observando a paisagem em volta do monte. O lugar também causa um pouco de estranheza pela discrepância de suas marés altas e baixas, que pode chegar até 15 metros de diferença.

Weird Place, but in a Good Way…

Enquanto almoçávamos, decidimos passar a noite na Foret-du-Paimpont, que segundo a lenda, foi onde o Rei Arthur recebeu a espada de Excalibur. No caminho, passamos por pequenas vilas, procurando pelo camping. Nos perdemos e resolvemos pedir informações aos locais. Meu francês é quase inexistente e o do Al, também fica por ali: foi um tal de ‘gauche’, ‘après chapelle’…Não sei se chegamos aonde eles estavam nos explicando, mas o parque parecia bacana, tinha água corrente e até eletricidade (roubada dos postes de luz), então ficamos por ali.

 

Paris – Somewhere on the Road – Monday 16th June

terça-feira, 24 de junho de 2008

Quando fizemos nossa rota, eu não me animei muito em passar por Paris, pois já havia estado lá pelo menos umas 4 vezes.

Mas assim que pegamos nossas bikes e fomos até o Centro, passando por seus belos barques e ruas, não teve jeito: caí de amores pela cidade mais uma vez. Não é só a beleza da cidade, é toda uma atmosfera e uma vibração diferente que a cidade tem, que faz dela única. Difícil não se apaixonar.

Estava meio receosa em relação ao meu visto para a Australia, porque ele desde o começo nåo foi muito fácil: apliquei em Londres, no começo do ano, tive que fazer vários exames médicos, cheguei no Brasil, eles me pediram otrocentos documentos de lá, mandei para a Inglaterra, eles me pediram outros, mandei do Brasil, voltei para Londres e como não estava resolvido antes de começar a viajar, solicitei que enviassem a minha documentação para Paris.

Em todo o momento, fui muito bem atendida e os australianos se mostraram bem atenciosos. Mas o processo é burocrático e as chances de haver um ‘fuck up’ é grande. Trabalhei com processos de imigração em Londres por anos e além de ineficientes, eles tratam as pessoas súper mal. E são súper atrapalhados, perdem documentos importantes, e pagam para não trabalhar. Então estava bem receosa mesmo, com todos estes envios de documentos, envolvendo três países diferentes.

Chegamos lá e fomos informados que deveríamos esperar. Peguei uma revista gratuita na recepção para ler, enquanto aguardava. Era uma revista em inglês, tipo a ‘TNT’ de Londres, que falava um pouquinho sobre a vida em Paris. Muitas ofertas de emprego, acomodação, e outras propagandas. Por ali, comecei a tirar uma idéia de como seria morar na cidade, com EUR 1000/mês dá para alugar um flat legal, muitas ofertas de trabalho para ‘English Speakers’, algumas delas até oferecendo aulas gratuitas de francês, bem interessante mesmo. Moraria em Paris fácil!

Fiquei lá, sonhando com a vida parisiense, até que fui chamada, o processo deu certo e agora oficialmente, sou uma residente australiana por tempo indefinitivo. A única condição é que chegue lá antes de janeiro de 2009, que se tudo correr bem, tem grandes chances de acontecer.

Deixamos a embaixada e fomos resolver umas coisitas. Encontramos um Starbucks e passamos a tarde lá, colocando as coisas em dia. Passamos no mercado, compramos um monte de coisas e voltamos pedalando para o camping. Acho que hoje fizemos pelo menos uns 20 km de bike e, ao contrário da Holanda que é plana como uma panqueca, Paris é bem ‘hilly’, ou seja, subimos várias ladeiras, carregando uns 10 kg de mantimentos nas mochilas.

Voltamos e nos preparamos para zarpar, rumo à Normandie, na costa. No caminho, passamos por Chartres, uma cidadezinha linda. Tomamos uma cerveja num bar bem legal, comi o melhor ‘Roquefort’ da minha vida, e seguimos viagem. Já era um tanto tarde para chegarmos até a Normândia, nosso destino, então, demos uma de ‘Mad Max’ e dormimos pela estrada.