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Salzburg – Budapeste – Friday – 1st August 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O Al teve o maior susto quando acordou: um policial estava batendo na janela da Van. Aparentemente era proibido estacionar ali e, como ja eram umas oito da manha, o Al aproveitou para ir para o aeroporto. Tava acabada da noite de ontem, confesso que nao vi nada disso e ja acordei no aeroporto de Salzburg.

Quando deu o horario de chegada do voo de Richard, fomos ate o desembarque. Ele havia nos enviado uma foto dele e de sua filhinha de quatro anos, que estaria viajando com ele. O reconhecemos com facilidade e paramos para um cafe. Aparentemente, ele estava a procura de uma Van para uma viagem que faria em Agosto, com a esposa e as duas filhinhas, para a Alemanha.

Ele parecia mais ansioso que agente e, analisando a situacao, a posicao dele realmente e bem mais vulneravel que a nossa: ele havia viajado de Londres para Salzburg, sem passagem de volta, para ver este carro, que ele conhecia somente por foto. Particularmente, achei um tanto loucura da parte dele, vir ate a Austria apenas para comprar um carro e voltar para a Inglaterra dirigindo direto, para comecar a viajar somente no mes seguinte, mas enfim, cada louco com suas manias!

Entramos na Van e levamos Richard e a filhinha para dar uma volta com a Van. Nos perdemos e caimos na autoestrada (despachamos o GPS para a Australia) e a Van se comportou super bem, nao fez nenhum daqueles barulhos estranhos que as vezes ela faz. Fomos ate a estacao de trem, Richard nos pagou o preco combinado, assinamos a papelada e nos despedimos.

Eu e o Al fomos andando em direcao a estacao, sem olhar para tras. Primeiro, porque como disse antes, estava triste de me desfazer da Van. Outra porque, deu tudo tao certo, que nao queria correr o risco de na ultima hora ele mudar de ideia. Senti que o Al tava pensando a mesma coisa. E assim, entramos na estacao de trem, e pegamos o trem de volta a Viena.

Paramos para um cafe, e de la, pegamos o trem para Budapeste.

A viagem foi tranquila, pegamos uma cabine so para agente. Quando nos aproximamos da cidade, uma simpatica hungara veio nos oferecer acomodacao num hostel em Buda, com um onibus gratis. Esta ultima parte nos agradou bastante e, junto com o bando de mochileiros do trem, seguimos com ela.

 

Durante o trajeto, passamos pela ponte que separa Peste e Buda e ali no horizonte, o por-do-sol fazia o fundo para as silhuetas das torres antigas da cidade. 

 

Budapeste e estranha, irresistivelmente estranha e, parece que a viagem esta se tornando mais viagem agora, que entramos em paises mais distantes de nossa realidade atual.

Deixamos nossas coisas no hotel e fomos jantar. Fomos ate o  Rio Danubio, que nao eh azul, mas cinza e cercado por grandes monumentos. Amanha com certeza iremos explora-los mais a fundo. Por hora, cama, nosso dia foi cheio.

Viena – Lago Mondsee – Salzburg – Thursday 31st July 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Com parte de nossos ‘affairs’ resolvidos ( e 25 kg de bagagem despachados para a Australia) , seguimos nossos ultimos quilometros com a Van. No caminho, bateu uma nostalgia, e uma sensacao de que deveria ter aproveitado mais nossos momentos juntos. Avaliando estes 52 dias que passamos com ela, acredito que foi uma das melhores formas de se viajar pela Europa: tirando o preco do combustivel, que esta absurdamente caro (na Franca, a media e de 1,5 Euro o litro) e alguns apertos aqui e la, tivemos a liberdade de descobrir lugares maravilhosos, extender ou diminuir nossa estada conforme nossos animos, economizamos uma grana de acomodacao e alimentacao e vivemos com um certo conforto.

Olhando para tras, nossas mochilas estao prontinhas para serem carregadas. Aff!

No caminho, bateu um certo nervosismo. Haviamos conversado com Richard apenas por telefone e email. Depois de algumas negociacoes sobre preco e o que sera transferido a ele, chegamos a um acordo comum, e tudo parece estar se ajustando nos seus lugares. Porem ainda ha a duvida, e se4 ele nao aparecer? E se for trote?

Estamos dirigindo quase 300 km pelo norte da Austria. A paisagem nas proximidades de Viena era bastante industrial e muitos caminhoes nos acompanhavam por ali. Aos poucos, o cenario foi tornando-se mais rural, bulcolico, com belas montanhas e vales.

A certa altura, ja nas proximidades de Salzburg, avistamos um lago a distancia e decidimos fazer uma paradinha por ali.

Encontramos um restaurante as margens do Lago Mondsee, e aproveitamos para jantar. O cenario a nossa frente parecia ter saido de uma pintura, o belo lago, cercado por montanhas, florestas. Como a Austria e bonita. Sao surpresas deste tipo que a Van nos trouxe, chegar no final do dia num lugar destes…Nao tem preco. Serei sempre grata a ela pelo que nos proporcionou.

Mesmo sem querer, continuamos nosso caminho. Ja estava comecando a escurecer e nosso dia seguinte comecara bem cedo (vamos encontrar com o Richie no aeroporto de Salzburg, as nove da manha).

Estive em Salzburg a primeira vez durante o inverno de 2000, e trago excelente recordacoes do lugar: estava nevando pra cacete quando chegamos na cidade, que estava repleta de decoracoes de Natal, bonecos de neve, guirlandas e varios velhinhos com cara de Papai Noel. Me senti dentro de um cartao de Natal. Foi lindo. Ali tambem esta proximo de varias estacoes de esqui, como Bad Gastein, onde tive minha ‘iniciacao’ em snowboard e uma das melhores ferias de minha vida.

Ao chegar, estacionamos a van ao lado do Rio Salzach, nos arredores da Cidade Velha. Dali, conseguimos enxergar o forte de Hohensalzburg, que todo iluminado vigiava a cidade a seus pes.

Salzburg e encantadora. A cidade de Mozart e repleta de construcoes do seculo XVII, em ruas pavimentadas com paralelepipedos , intercaladas com belas pracas, fontes e bem cuidados jardins. Muito da cidade e da Austria em geral estao retratados no filme ‘A Novica Rebelde’, aquele filme que todo mundo assistiu, ou na sessao da tarde, ou na madrugada. Aquela cena inicial da freirinha, rodando e cantando para as montanhas, para mim e um retrato acurado da paisagem geral do pais.

Passeando pela cidade velha, decidimos dar uma esticadinha num dos pubs locais. No lugar, um dueto de austriacos estavam fazendo uma gig otima, tocando rock classico e dando um show com otimos solos de guitarra.

Nossa noite foi otima, bebemos, dancamos e nos acabamos. Ainda bem q nossa Van tava ali pertinho.

Viena – Monday – 28th – 29th – 30th- 31st July 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

 

Agora estamos correndo contra o tempo. Estamos chegando ao final da primeira fase de nossa viagem. Nos proximos dias, deveremos vender a Van, despachar tudo aquilo que nao formos usar para a Australia, resolver toda a documentacao do carro e, se tudo der certo, iremos continuar nossa viagem de trem.

 

Assim sendo, entramos em Viena no meio do dia. Alguem um dia comparou a cidade a um bolo-de-noivas, por seus enfeitados predios, galerias e museus. Mas nesta rapida impressao que tive da cidade,  so pude notar que a grandiosidade do Imperio dos Habsburgos foram ali perpetuadas, nas construcoes.

 

 

 

Chegamos no camping, e a atendente estava usando uma camiseta com os dizeres: ‘Na Austria nos nao temos cangurus!’ Achei aquilo a maior graca. Aparentemente, a piadinha foi criada pela Central de Turismo, que cansou de atender turistas ameriicanos confusos com a proximidade dos nomes dos dois paises!

Chegamos, e logo comecamos a organizar tudo o que ficava e o que seria despachado. Como sempre, de cara ja notei que metade das roupas q estao na minha mochila, nao serao usadas, e francamente, trazer uma mala de cremes, foi a maior viagem.

Livros, Cds, laptop, equipamento.Cara, como temos coisas! podemos abrir uma loja! Depois foi a hora de resolover a papelada do carro, putz, o Al esqueceu de trazer o Mot, que estresse!

Ligamos para o Richard, o nosso possivel comprador, combinamos os detalhes da transacao. Iremos encontra-lo em Salzburg, na sexta feira. Nos o conhecemos atraves de um anuncio que colocamos no Gumtree.com, um site de anuncios de Londres.

Ele pareceu suficientemente assertivo em relacao a Van, entao, demos a venda como certa e assim, passamos nossos proximos dias, nos preparando para a Viagem.

Deixamos Viena na quinta feira. Senti nao ter conhecido mais desta cidade, mas no time to stand and stare.

 

Graz – 27th July 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

 

E dificil acreditar que um pais tao pequeno e isolado pela cadeia montanhosa dos Alpes tenha sido um dia o centro do Imperio dos Habsburgos, e uma das potencias mais influentes do mundo.

 

Hoje, talvez seja mais conhecido por ter sido o berco de alguns estranhos individuos que gostam de manter pessoas trancadas em seus poroes. E tambem, e claro, do Arnie.

 

Alias, Arnold Schwznegger nasceu em Graz, uma das principais regioes do Sul da Austria. Na cidade, havia um estadio nomeado em sua homenagem, porem, alguns dizem que apos a execucao de Tookie Willians na California em 2005, a cidade decidiu romper relacoes com o Governator, e o estadio foi renomeado. 

Graz e uma cidade que deve ser uma Mecca dos arquitetos. Ha uma variedade de construcoes, alternando-se entre o moderno e o classico, harmoniosamente e ruas de pedras com construcoes super futuristicas, como por exemplo, o Murinsel.

 

 

 

Este lugar e uma ilha artificial no Rio Mur, desenhada no formato de uma concha aberta. Numa de suas faces, ha um anfiteatro e na outra, um excelente bar.

 

Logo nas proximidades, ha o Kunsthaus Graz, criado por dois arquitetos ingleses e conhecido entre os locais como ‘allien amigavel’. O predio, com sua iluminacao e formato, lembra uma nave espacial. Porem, ali e o palco para exibicoes de arte ou exposicoes que dizem serem muito bem selecionadas.

Passeamos pela cidade velha e tambem pelo Schlossberg, a colina do castelo. Porem nao nos animamos a subir os seus 260 degraus, que dizem levar a uma das mais belas vistas da cidade.

Como dizem, Graz definitivamente merece alguns dias a mais, mas agora temos um deadline: iremos ate Vienna para resolver algumas coisas, despachar nossa bagagem, vender a Van em Salzburg para continuarmos de trem, entao agora nao podemos marcar com o tempo.