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Pirineus – Andorra – Wednesday 2nd July – Thursday 3rd July

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Continuamos nossa cruzada pelos pirineus, passando por vários ski-resorts.

Foi engraçado ver como estes lugares diferem de acordo com as estações: durante o inverno, eles ficam repletos de grupos de todas as idades, tanto de dia como de noite, na cidade e nas cadeias de montanhas próximas.

A estação de esqui possui uma atmosfera festiva constante, durante os períodos de boa neve.

Durante o verão, os lugares ficam mais tranquilos, e ao invés dos grupos de ski, os resorts são invadidos pelos ciclistas, em número bem mais reduzido.

Encontramos com vários destes grupos durante nosso caminho. Os franceses parecem levar o ciclismo bem a sério, uniformizados e bem equipados, parecem não temer as subidas de mais de 2000 m, com 6% de declive (que parece pouco, mas acredite, com o sol forte em suas costas e uma distância de alguns vários quilômetros, realmente não é). E muitos deles não são jovens. Impressionante. Fiquei com vergonha de ter reclamado tanto das subidas de Anglet.

Depois de um dia inteiro nas estradas, finalmente chegamos a Andorra, no final da tarde. Andorra é um principado dividido entre a França e a Espanha. A lingua oficial é o catalão e é um paraíso fiscal. Devido a isto, o lugar é repleto de grandes shopping centers. Um ‘paraguay’ europeu.

Espremido entre duas grandes cadeias montanhosas, a sensação que tive é de que tentaram colocar um país inteiro dentro de um pequeno vale, ou seja um pouco claustrofóbico.

Alguns amigos que vieram esquiar por aqui nos recomendaram alguns lugares para comprar equipamentos baratos, então resolvemos ir conferir.

Sou da opnião que ‘duty free’ muitas vezes não é sinal de economia, e Andorra confirmou isto.

Seguimos para um camping local.

Achamos uma ‘wireless’ gratuita e ali ficamos. Me sinto mal por não ter abandonado este vício da Internet, mas também é o meu trabalho e a cada dois três dias preciso me logar. Então, tendo em vista que não curti muito o lugar, foi isto que fiz no próximo dia: tirei o dia para descansar e colocar o trabalho em dia.

Pirineus – Tuesday – 1st July

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Atravessar os pirineus foi uma surpresa atrás da outra. Não sabia ao certo o que esperar do lugar, e muito menos como a Van iria reagir a tantas subidas ingremes. O visual é simplesmente fantástico. Um mar de montanhas a nossa volta, intercaladas por lagos, ou pastos.

 

Algumas construções super antigas em suas encostas, reabanhos de vacas, cabras e cavalos pastavam tranquilamente pelo caminho. Alguns camponeses cortavam o pasto e se preparavam para estocá-lo. Esta parte do mundo é super vulneravel as mudancas climaticas, por esta razão, no verão, o pasto é aparado, arrumado em fileiras, que em seguida são enroladas e armazenadas, pois provavelmente serão estocadas para alimentar os animais durante o inverno.

 

Estas casas antigas que hoje fazem parte de uma bela paisagem provavelmente já vivenciaram uma época onde a vida era muito mais difícil. Não havia luz, nem ao menos água encanada, e os camponeses provavelmente deveriam abastecer-se de água das nascentes próximas.

 

Subir e descer a montanha carregando baldes não parece ser muito divertido. Imagine agora faze-lo sob uma temperatura de muitos graus abaixo de zero!

 

Também, pela escassez de terra arável, a base da alimentação vinha da criação de animais, que também eram escassos, naquela época. Todas as partes dos animais eram aproveitadas, e com isto, foram surgindo os patês e os sauscissons (salames).

Por isto, faça como eu, aprecie um bom patê, com um bom vinho, mas nunca queira saber de que é feito!

 

 

Outra surpresa que tivemos foi em relação à Van. Estávamos cruzando montanhas de até 2000 metros de altura, uma após a outra. Ela, apesar de perder um pouco de potência, aguentou firme e forte. Me senti dentro de um bondinho!

Passamos por vários ski lifts, agora fechados.

 

No caminho, vinha me alternando entre maravilhar pelas belas montanhas e imaginar como seria esquiá-las. Vimos ótimas descidas. Também, passamos por várias construções e vários ski-resorts parecem estar sendo ampliados.

 

Acho que é bom serem rápidos: se o aquecimento global continuar nesta escala, os Pirineus serão seriamente afetados. Em relação aos Alpes, ainda são baixos e atualmente, as condições favoráveis para esquiar já não são totalmente asseguradas.

 

Com o aproximar da noite, chegamos até Arreu, uma vila nas montanhas e lá passamos a noite.

 

 

 

San Sebastian – Pamplona – Jaca – Monday 30th June 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Estamos indo rumo aos Pirineus, mas decidimos passar por Pamplona.

 

A cidade é famosa pelo festival ‘San Fermin’ que acontece de 06-14 de Julho, que consiste numa corrida de touros, de 800 m, pelas ruas principais do centro histórico de Pamplona, que culmina na Praça de Touros da cidade.

 

Milhares de pessoas correm junto com eles, tentando escapar das chifradas.

 

Muitos, fazem ‘night tours’ de San Sebastian, festejando durante todo o caminho, para de manhã participarem da corrida.

 

Eu particularmente sou contra touradas e torço sempre pelos touros.

 

Mas sei que é uma luta perdida, pois após a corrida, os animais são mortos de todo o jeito.  

 

Almoçamos em Pamplona, e seguimos rumo aos Pirineus.

 

Pela primeira vez desde que começamos nossa viagem, estamos seguindo em direção ao Leste, em direção à Austrália!

 

Em direção aos Pirineus, a paisagem vai mudando drasticamente, e em pouco tempo, já estávamos cercados por montanhas, recobertas por florestas e em alguns trechos, pastos.

 

A paisagem tornou-se mais bucólica, e pouco habitada.

As majestosas montanhas muitas vezes ostentavam nascentes, que desembocavam em grandes lagos no vale que as separava, algumas possuíam algumas vilinhas isoladas em seus topos, bem como mosteiros antiquíssimos.

 

No caminho, passamos por algumas represas, que devido ao tipo de solo da região, refletiam uma cor azul turquesa maravilhosa.

 

Estava fazendo um calor de rachar, então não resistimos, paramos numa destas represas e fomos nadar. Foi delicioso!

 

 

Após algumas horinhas por ali, relaxando naquelas águas tranquilas, seguimos nosso destino.

Começou a cair uma chuva de granizos bem forte, então paramos nas proximidades de Jaca, que fica no caminho de Santiago de Compostella, e dormimos por ali, perto de um riozinho lindo.

 

San Sebastian – Sunday 29th June 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Acordar no camping foi como se estivesse passando por um campo de batalha: a ‘tropa francesa’ que encontramos quando retornamos ontem à noite tava derrubada! Corpos espalhados pela grama, alguns ainda abraçados à uma garrafa que continha um misterioso líquido, algumas pela metade, outros, resistentes, ainda bebendo.

Muito engraçado. Descemos até o centro com a Van e desta vez encontramos uma súper vaga: há dois quarteirões do centro! Tínhamos algumas coisas para resolver na cidade, então ficamos ali pela Cidade Velha.

O tempo foi passando, e como hoje é a final da Eurocopa 2008 e a Espanha está na final, resolvemos ficar mais uma noite.

Encontramos um bar que transmitiria o jogo com comentários em inglês e seguimos para lá. Em questão de minutos, o lugar lotou completamente, com uma galera de todas as idades e pelo que vi, de todas as nacionalidades também.

Foi estranho torcer pela Espanha em San Sebastian. Parece que as vozes mais exaltadas não falam espanhol. E muito  menos basco!

Encontramos com um simpático grupo de holandeses, que estavam organizando um ‘surf tour’ pela região, confesso que o último lugar do mundo que esperava encontrar surfistas era na Holanda, mas tudo bem. Também muitos brasileiros morando na cidade.

 

A Espanha merecidamente derrotou a Alemanha e fomos para as ruas comemorar. Ficamos por ali, conversando com os surfistas holandeses. A noite foi acalmando, e assim, seguimos para nossa casa-van.

Anglet – San Sebastian – Saturday – 28th June 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Se Biarritz é a filha rica e comportada dos países bascos, San Sebastian por sua vez é a porra loca. E inquieta.

 

 

Seja pela sua notória vida noturna, seja por sua política separatista.

 

 

 

Se na primeira as vozes de apoio ao ‘Euskadi ta Azkatasuna’ (ETA), ou seja ‘Liberdade às Nações Bascas’, eram mais discretas, em San Sebastian é escancarado, e cartazes de apoio ao movimento são fáceis de serem achados por toda a cidade.

 

Mas apesar da inquitação, a cidade é um destino certeiro para quem busca boas praias e badalação. Agraciada com uma das mais belas costas da Península Ibérica, a cidade encanta com os seus bem cuidados calçadões e construções antigas. Pela Cidade Velha, um labirinto de estreitas vielas, repleta de bares, restaurantes e clubs.

Chegamos no final da tarde e, após algumas várias rodadas pela cidade procurando um lugar para estacionar, decidimos ir até o único camping local.

Ele fica no Monte Igueldo, no canto esquerdo da praia. O monte é um dos pontos turísticos da cidade, pois dali consegue-se vislumbrar a baía inteira.

Fomos subindo a montanha, passamos por vários mirantes e a porra do camping nunca chegava. Após 5 km de subidas ’ingremes, finalmente o encontramos.

Rapidinho, nos organizamos para descer para a Cidade Velha. Infelizmente, o último ônibus de volta ao camping retorna as 11 da noite, então hoje teremos ‘toque de recolher’, o que não estamos muito acostumados.

Fiquei um pouco triste com isto, porque queria muito que o Al aproveitasse a balada, a qual San Sebastian é tão famosa.

Mas tudo bem. Jantamos numa das várias Tavernas locais, e paramos num bar para nossa cervejinha de fim de noite.

Na volta, ao chegarmos no camping, uma galera animadíssima se preparava para cair na night. Considerando que estávamos no último ônibus, entende-se que provavelmente retornariam no primeiro da manhã seguinte. Saudades do tempo em que eu também fazíamos isto! Um grupo de jovens franceses animadíssimos dividiam entre si algumas garrafas de dois litros, de uma misteriosa bebida. Desejamos boa diversão e fomos para o camping.