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Bucarest – Wed – 6th August 2008

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Avaliar um lugar pela sua estacao de trem, e como julgar um livro nao pela capa, mas pelo pior capitulo! Com excecao de algumas belas estacoes, como a Waterloo em Londres ou a Gare du Nord em Paris, geralmente as estacaoes acabam sendo um ‘hang out’ de tipos estranhos e bares duvidosos, e Bucareste nao poderia ter sido diferente.

Como tinhamos algumas horas para matar ali ate nosso trem para Sofia sair, decidimos ir ate o Centro para conhecer a cidade um pouco melhor. Saindo do metro, caimos no que nos pareceu ser uma das pracas centrais da cidade.

Dali, nos dirigimos ate A Curtea Vechia, ou antiga corte, como era conhecida. 

Entre ruinas, pavimentos rachados e casas caindo aos pedacos, fomos ate o Palacio do Parlamento. Bucareste infelizmente e um projeto arquitetonico que nao deu certo.

 

 

Conhecida antigamente como a Paris do Leste Europeu pela beleza e elegancia de suas alamedas e parques, a cidade foi toda reestruturada, durante a ditadura de Nicolae Ceausescu e seus planos megalomaniacos.

Tais planos incluiam a construcao de uma ‘Champs Elisee’ romena, alem de um palacio gigantesco para si proprio, acoplado ao Parlamento. Para tal, dezenas de suburbios foram desapropriados e destruidos, bem como grande parte dos monumentos e antigas construcoes da cidade.

O palacio foi finalizado e hoje e a segunda maior construcao publica do mundo (atras apenas do Pentagono).

Voltamos para a estacao logo em seguida. Vamos pegar outro trem noturno ate Sofia, entao decidimos nos certificar sobre se teriamos leito no trem. Entramos na fila de um dos guiches, que por sinal era enorme. Alguem escreveu na parede ‘O Comunismo esta vivo nesta estacao de trem’  achei perfeito!

Varios cachorros circulavam a nossa volta. Bucareste e a capital mundial da Rabis (raiva), mas pelo menos aqueles me pareceram tranquilos. Quando fui chamada, perguntei sobre nossa passagem. A funcionaria, de repente teve um acesso de nervos, comecou a berrar um monte de coisas em romeno, que pelo que entendi, eu deveria estar na fila errada. Tava ate engracado, ate que ela comecou a jogar umas coisas no chao, ainda fora de si, o que me fez pensar que quemsofria de raiva era ela e nao os cachorros da estacao!

Depois de irmos ao guiche certo, fomos ate a plataforma, aguardar pelo trem. Ele estava vindo de Moscow e demorou pra cacete para chegar.

Nos despedimos de Bucareste sem muita saudades.

Transilvania – Brasov – Monday – Wed – 4th- 5th – 6th August

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Pegamos o trem no final da tarde. Sao mais de onze horas de viagem, por isto pegamos uma cabine. O caminho ate a Romenia passa por vastas planicies. No trem, muitos mochileiros, fazendo a maior bagunca. Tava ate engracado, ate que algum infeliz apareceu com um violao.

Cara, ja eram mais de meia noite, e a cantoria estava a toda, foi dificil dormir. Quando enfim os cantores sossegaram, foi a vez da policia federal, que, sem a menor cerimonia, abriu nossa cabine para checagem de passaportes. Aproveitei o momento e fui fumar um cigarro, sei que e proibido, mas ao ver o funcionario ali fazendo o mesmo, achei que ele nao se importaria. Tava ali sosegada, quando um outro funcionario se aproximou, falando um monte de coisas em romeno, e apontando para uma porta. No inicio, achei que era porcausa do cigarro, ate que caiu a ficha: ele achou que eu estava tentando despistar os policiais e queria me ajudar!

Agradeci a boa vontade dele, e voltei para o meu lugar. Tentei dormir, mas estava preocupada, eu e o Al estavamos confusos em relacao ao fuso horario da Romenia e, nosso destino final Brasov fica meio que no caminho a Bucareste, nao podiamos perder a parada.

Enfim, ja eram umas quatro da manha quando entramos na regiao da Transilvania. Pela janela, ainda estava escuro. A paisagem alternava campos com pantanos e uma neblina pesada pairava no ar, formando um cenario de filme de terror! Sinistro! Nao dava para enxergar nada, apenas as escuras silhuetas das arvores.

Foi neste clima que chegamos a estacao de trem, la pelas cinco da manha. Pegamos um onibus ate o centro da cidade e, ainda meio dormindo, fomos atras de um hotel. Ai que saudades que deu da Van…

 

O dia comecou a clarear, iluminando uma pequena, mas bela cidade, de predios antigos coloridos e ruas de pedra.

Fomos ate a Piata Sfatului, o ponto mais central da cidade, e tambem onde esta a Casa Sfatului, que no passado era utilizada para torturar prisioneiros.

Achamos uma pensao bem proxima dali e, exaustos, demos uma de ‘vampiros’ e finalmente conseguimos dormir um pouco.

 

A segunda parte do dia, usamos para explorar um pouco Brasov.

A cidade e super agradavel, com seus boulevares, restaurantes ao ar livre, construcoes goticas e ao fundo, as montanhas Carpatas. No inverno, dizem que tais montanhas possuem otimas condicoes de ski, por um preco muito mais em conta que os Alpes.  

A noite foi se aproximando e no centro, o movimento de pessoas foi aumentando. Brasov e bem frequentada, mesmo nao sendo ainda um destino super explorado pela industria do turismo. Terminamos a noite cedo.

No dia seguinte, fomos ate Bran, famosa pelo castelo onde o ‘conde Dracula’ morou por uns tempos. Ele na verdade foi inspirado em Vlad III, que reinou sobre a Valaquia durante o Seculo XV, conhecido tambem como Vlad Tepes – o impalador, por suas sadicas praticas de execucao de seus inimigos.

O nome Dracula foi herdado de seu pai, Vlad II: guerreiro da Ordem do Dragão, símbolo de seu principado e destinada à defender o cristianismo e o Império da ameaça dos Otomanos. Em romeno “drac” significa dragão e “ulea”, filho de; assim, Vlad II foi chamado de Vlad Drácula, ou seja “o filho do Dragão”. A palavra “drac” também pode significar demônio.

Conta-se que em 1461, Mohammed II da Constantinopla desistiu de invadir a Transilvania diante da horrenda visão da floresta de 20.000 prisioneiros turcos empalados na entrada da cidade de Torgoviste. Mas este não foi seu recorde, no dia de São Bartolomeu de 1459, Vlad ordenara o empalamento de trinta mil pessoas.

Enfim, um sujeito encantador. A cidade de Bran fica ha duas horas de distancia de Brasov e e fortemente voltadao ao turismo, principalmente na encosta da colina do castelo, mas tirando este detalhe, foi ate que um passeio interessante.

Voltamos para brasov no final da tarde, e ficamos ali pelos arredores. Deixamos a cidade no dia seguinte, pelo meio da tarde.