Arquivo da Categoria ‘Franca’

Grenoble – Chamonix – Wednesday 09th July – 2008 – Thursday 10th July

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Em nossos planos, devemos chegar até Genebra na sexta-feira. Como temos alguns dias até lá, resolvemos ir até Chamonix. Já tinha estado lá durante o inverno, para andar de snowboard, mas sempre tive curiosidade de saber como era a cidade durante o verão.

Parte disto também pelo fato de que já pensamos em ir morar lá, e seria interessante conhecê-la durante a baixa estação, onde a vida de turista sede lugar à vida real.

O caminho até lá é simplesmente maravilhoso: pela tortuosa estrada, fomos contornando os Alpes, e quando íamos nos aproximando, nos deparamos com o imponente Mont Blanc.

Chegamos na cidade ainda no comecinho da tarde. O dia estava maravilhoso, paramos num dos vários campings da cidade, deixamos nossas coisas e fomos nos aventurar pela região.

Chamonix é como um parque de diversões para quem gosta de esportes radicais. No inverno, é procuradíssima pela abundância de trilhas de ski. No verão, é a capital européia do alpinismo, de mountain bike, de caminhadas, paragliders, e o mais você puder imaginar.

Além das condições favoráveis à prática destes esportes, você ainda é agraciado pelo prazer de fazê-los num dos mais belos pedaços do mundo: cercado por montanhas altíssimas, com picos glaciais (que a cada ano tornam-se menores…), vales recortados por rios transparentes e muita área verde.

Resolvemos fazer uma trilha, que levava a uma cachoeira, após um certo tempo de caminhada, constatamos que estávamos na trilha errada, ou seja, do lado oposto do rio. O caminho mais curto e rápido seria atravessá-lo.

Ele não era muito fundo e, apesar de ser uma corredeira, não teríamos grandes problemas. A não ser pelo fato de que o rio está correndo de uma montanha glacial, e, consequentemente, suas águas são petrificantemente geladas.

Nós encaramos mais porque a preguiça de retornar todo o caminho e começar a trilha de novo falou mais alto. Mas cara,molhada da cintura para baixo, tive um início de hipotermia, e levei alguns minutos para voltar a sentir meus pés!

Continuamos pela trilha, escalando pequenas subidas. Chegamos até a cachoeira no final da tarde. Muito bonita. Acho que foi uma das primeiras vezes que vi cachoeiras na Europa. Ao contrário do Brasil, onde eu já estaria nadando, aqui você apenas admira de longe. Mas valeu a pena.

Voltamos para o camping, o sol estava baixando, deixando um reflexo avermelhado no branco da neve do Mont Blanc, simplesmente um espetáculo.

Thursday – 10th July

Mais um dia maravilhoso de sol! Pegamos as bikes e decidimos nos aventurar por uma das trilhas. Chamonix é farta de opções para quem gosta do esporte, e dentre as várias trilhas, decidimos fazer uma que começa no topo da montanha La Flegere, juntando-se as demais trilhas quando chega na base.

Subimos pelo teleférico, e assim que chegamos, um francesinho veio nos perguntar se iríamos mesmo descer a montanha com ‘aquelas bicicletas’. Comecei a ficar intrigada, ele tava achando súper engraçado, mas, como todos os caminhos levam para baixo, resolvemos encarar.

Chegando na trilha, entendi o motivo de tanta graça: a trilha era súper íngreme. Não só íngreme, como também instável, já que era formada de pedras. Minha bicicleta só tem freio na roda da frente (o que na descida, não ajuda em nada) e a do Al, é uma ‘city bike’, com rodas estreitas.

Cara, que sufoco, caí várias vezes, e te garanto, já desci esta montanha várias vezes de snow, e óbvio, cair na neve é muito mais divertido

Descidimos cortar caminho por uma das trilhas para caminhadas, pois não estávamos tendo muito progresso.

A trilha começou bem, apesar de estreita e íngreme, era de terra, e podíamos pedalar com mais tranquilidade. Até que, após uns 100 metros de descidas, chegamos numa área ainda mais íngreme e montanhosa.

Nosso passeio de mountain bike de repente virou uma escalada. Só que de 1500 metros. E com uma pesada bicicleta nas costas. Foi um verdadeiro teste de resistência e paciência. Acho que passei no primeiro, mas no segundo… Foi foda.

Ao chegarmos na base, fomos ao centro de Chamonix, e comemoramos nossa empreitada com uma merecida cerveja. A cidade estava simplesmente lotada, grupos de turistas, e esportistas em geral misturando-se com os moradores locais.

Voltamos para o camping, jantamos e fomos curtir a noite. No inverno quando estive aqui, me surpreendi de ver como a noitada em Chamonix era legal. Algumas cidades de ski são movimentadas durante o dia apenas, já que o dia para os praticantes de esporte começa bem cedo. Mas na França, especialmente, é o tempo todo. Acho que os lugares tem menos famílias e mais galerada.

Escolhemos um dos bares locais e fomos tomar nossa cervejinha de final de noite. Aproveitei para ligar para casa e quando voltei, o Al estava numa animada conversa com um casal de australianos. Eles se chamavam Nicole e Paul, estavam fazendo uma viagem parecida com a nossa, mas estavam nos últimos dias. Ficamos ali conversando e nos divertimos à beça. Adorei tê-los conhecido. Paul comprou dois vinhos e terminamos a noite no chalet dos dois, tomo mundo briacaco. Nunca beba com australianos!

Arles – Sisteron – Aix en Provence – Grenoble – Tuesday 08th July

sábado, 19 de julho de 2008

Mais uma longa jornada pela frente!

Seguimos pela costa, paramos para almoçar em Sisteron uma cidade portuária. Estamos entrando na região de Provence e, pelo caminho, a paisagem vai mudando aos poucos. Passamos por imensos campos de lavanda, girassóis e parreiras.

No fundo, belas vilas de pedra perdidas na imensidão da paisagem. Quando imaginava o interior da França, era este o tipo de cenário que esperava, que me faz pensar na diversidade geográfica do país: em nossa viagem, já passamos por belas praias, montanhas imponentes, vastos campos, grandes cidades, vilas desconhecidas.

 

 

Chegamos a Aix en Provence já no começo da tarde. A cidade de Aix é uma gracinha. Já estivemos ali há alguns anos atrás, e é sempre um prazer retornar. A cidade além de bonita é bem movimentada.

Ali encontram-se várias universidades e muitos vêm de outras partes da França para estudar.

Paramos num dos cafés do calçadão central e ficamos ali, relaxando. Fomos conferir um mercadinho de rua que estava acontecendo no local. Após caminharmos pelo labiritnto de vielas do centro, decidimos seguir viagem.

De campos vastos, voltamos as montanhas. Começamos a subir os Alpes, apreensivos sobre como a Van iria reagir. Mas, apesar de alguns trechos mais íngremes onde ela perde potência, no restante ela anda bem.

Já no final da tarde, chegamos à Grenoble. A cidade é a capital da região de Dauphines e, para uma cidade de montanha, surpreende pelo tamanho: prédios, semelhantes aos que encontramos em Paris, espalhados por toda a cidade, avenidas de grande porte e um estádio súper moderno. Cercada por montanhas e, consequentemente, estações de esqui, ela foi palco das Olimpíadas de Inverno nos anos sessenta. Seguimos para o centro, e atravessamos o rio que a divide. Achamos um bom local para estacionar. Alistair fez uma janta maravilhosa e, fomos conferir os muitos bares da região.

Incrível que, em plena terça feira a noite, as ruas da cidade estavam repletas. De turistas e locais. Chegamos a praça central e, nos deparamos com um telão imenso. Ficamos sabendo que iria acontecer um Festival de Curtas naquela noite. Após nossa cerveja, sentamos na praça e ficamos assistindo ao festival. Vimos ótimas animações seguidas por curtas ‘profundos demais’ ou apenas sem sentido algum. Mas de qualquer forma, foi um ótimo entretenimento para nosso fim-de-noite.

 

Agde – Sete – Arles – Monday 7th July 2008

terça-feira, 15 de julho de 2008

Dia de muita estrada. Acordamos em Agde e continuamos seguindo pela costa mediterrânea. Passamos por várias praias bonitas, e com o aproximar da tarde, paramos para almoçar em Sète, uma bela cidade portuária.

 

Seguimos em direção à Montpellier. Nos divimos entre se parávamos ali ou não, mas a cidade me pareceu um tanto movimentada demais para o nosso gosto e também, estava o maior trânsito, então seguimos para Arles, na região de Camargue.

 

O residente mais famoso da cidade foi Van Gogh, que imortalizou vários de seus belos canais e vielas em suas pinturas.

A cidade também é famosa por suas touradas, que acontecem no seu anfiteatro romano, datado de 49 AC. Este anfitetaro, é um mini-coliseu, construído numa das partes mais altas da cidade.

 

Situada as margens do Rio Rhône, a cidade ascendeu politicamente após Julio César (que contava com o apoio local) apreender Marseilles, que por sua vez apoiava seu oponente, Pompeu o Grande.

Desta forma, Arles substituiu Marseille como um dos grandes portos comerciais da região.

 

Não tínhamos muito tempo na cidade, então decidimos conhecer o anfiteatro romano. Quiz a sorte de estar aconecendo um evento bem naquele dia. Como o Al nunca havia entrado num anfiteatro romano, fui conversar com o guardinha, para me certificar de que não estávamos entrando em nenhuma tourada, a qual simplesmente condeno.

Ele me explicou que ali estava ocorrendo o ‘Course Camarguaise’, uma espécie de jogo onde vários homens vestidos de branco tentam tirar anéis de tecido encaixados nos chifres de um touro. E hoje era a final do campeonato.

 

O estádio estava lotado. Conseguimos dois ingressos e fomos assistir. O primeiro touro entrou em cena, e cercado pelos jogadores, corria de um lado por outro enfurecido. Ele não estava para brincadeiras, e por várias vezes saltou para for a da arena e começou a atacar o público em volta.

Embora ninguém saia seriamente ferido e nem o animal seja exterminado, ainda acho que há uma certa barbaridade no espetáculo e que o touro não esteja enfurecido apenas com as pessoas correndo a sua volta.

 

O próprio histórico destas arenas já é meio bárbaro. No anfiteatro de Arels, um público de 12000 pessoas lotava suas arquibancadas para assistir a gladiadores, matando uns aos outros. No final, o que fosse derrotado contava apenas com a clemência do público, que poderia salvá-lo da morte. Caso contrário, era morto ali mesmo.

 

Assistimos ao campeonato até o final, e após a premiação, retornamos para a Van.

Seguimos viagem, até que achamos um campervan parking e lá terminamos nosso dia.

 

Agdes – Cape de Agdes – Sunday 6th July

terça-feira, 15 de julho de 2008

 

 Mais um dia na praia não cairia mal. Resolvemos ficar em Agdes e tirar o dia para conhecer Cape d’Ages, uma praia próxima.

 

Além de bonita, a praia também é famosa por hospedar um dos maiores complexos naturistas da Europa.

 

 

Estes lugares por aqui são bem populares, principalmente com os alemães, que driblam o frio de seu país pela oportunidade de ficar sem roupa.

 

 

Chegamos, ficamos de ueixo caído: o complexo é realmente complexo: uma verdadeira cidade toda preparada, com supermercados, restaurantes, bares. E todo mundo pelado.

 

Desculpa galera, mas o lugar nao permite fotos!

 

Quer dizer, não há uma obrigatoriedade com todos que visitam, e, principalmente o pessoal mais jovem, possui suas inibições. Mas a grande maioria parece não estar nem aí.

 

Fomos direto para a praia e passamos ali a maior parte do tempo.

À noite, compramos um prato de frutos do mar maravilhoso e voltamos para nosso camping.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Limoux – Carcassone – Agde – Saturday 5th July 2008

segunda-feira, 14 de julho de 2008

François nos acordou as 8 horas da manhã. Ele iria começar a trabalhar na Van, se revezando entre os vários clients que entravam e saíam de sua oficina. Aproveitei o momento e fui até o centro da cidade, buscar nosso café da manhã.
 

 

 
 
 

A cidade de Limoux é uma típica vila francesa: pequenininha, com uma praça central, próxima a Igreja, e várias casas antigas.

Naquele dia, iria acontecer um festival, então pela cidade, várias bandas estavam ensaiando.

Voltei para a oficina, ansiosa pelo nosso destino.

 

François conseguiu regular os cilindros da Van, mas para ele, um dos quarto cilindros estava comprometido e deveria ser trocado. Ele não estava bem certo, poderia também ser a válvula. Mas nos assegurou que fora este detalhe, o motor estava em boas condições, o que me deixou um pouco aliviada.

 

Para ter um diagnóstico mais completo, precisaria tirar o motor e desmontá-lo por completo. Se fosse este problema, na segunda-feira ele poderia solicitar uma peça, que provavelmente chegaria há alguns dias mais para frente. Se não fosse, Deus sabe quando sairíamos de lá. Ele também nos deu uma opção de trocar o motor inteiro, por alguns milhares de Euros, o que seria mais rápido. Mas, conseiderando que o motor como um todo estava funcionando bem, e que provavelmente teremos apenas mais algumas semanas de Van, chegamos a conclusão de que esta não era uma opção.

 

Vimos e revimos nossa situação. Ficar em Limoux todo este tempo seria um porre. A cidade é lindinha, mas agente tá em movimento, temos que chegar na Suíça em breve. Revimos nossas rotas. Se os Pirineus foi um desafio para nossa querida Van, imagine quando chegarmos nos Alpes!

Chegamos a conclusão de que nossa viagem de Van terá fim na Áustria, daqui há algumas duas, três semanas. De lá, poderemos tanto pegar um barco pelo Danúbio, como também seguir de ônibus.

 

Em relação à Linoux, ficar mais dois dias na cidades, pode vir a tornar-se semanas. Os honorários de nosso mecânico, fora o custom das peças, são altos. Fora as batidinhas que o Al deu no caminho (perdemos um pedaço do para-choque e do escapamento, mas juro que não foi barberagem dele: com duas biciletas na traseira fica meio difícil manobrar mesmo!), de um modo geral a Van está funcionando bem.

 

Levando-se em conta tudo isto, resolvemos desafiar o destino e seguir em frente. Após um mês na estrada e mais de 4000 km rodados, aqui vamos nós, com três cilindros ao invés de quarto.

 

Continuamos viagem até Carcassone, uma bela cidade medieval, toda cercada por muros.

 

O complexo é realmente muito bonito, e após passearmos por seus labirintos de vielas, paramos para uma merecida cerveja.

No calor gritante que estava, ela caiu como uma luva.

Descansamos, reavalilamos nossa situação, e contentes com nossa decisão, seguimos viagem até a costa, agora mediterrânea!

Chegamos até Agdess, uma cidade portuária.

Decidimos passar a noite numa das belas praias das proximidades. Com areias finas e a calmaria do mar, ali terminamos nosso dia, descansando sob o sol que se punha.

 

Andorra – Limoux – Friday 4th July

sábado, 12 de julho de 2008

Deixamos Andorra no começo da tarde. Continuamos nossa jornada até o fim dos Pirineus.

Quando finalmente chegamos ao final, no lado francês, estávamos nas proximidades de Limoux, quando o inesperado aconteceu: começamos a ouvir um barulho um tanto preocupante vindo do motor da Van.

Paramos logo em seguida e, tivemos a triste conclusão que nós dois não entendemos muito sobre mecânica. O Al trouxe uns livros e manuais sobre Volkswagen, porém, foi inútil tentar aprender isto agora.

Já era mais de sete horas da noite, de uma sexta-feira. Pensei comigo: we are screwed (estamos fudidos!). Na Europa, os fins de semana são levados mais à sério e muitos dos serviços não abrem sábado e domingo.

Somente quando estamos em situações como esta, sabemos como são nossas reações. Graças a Deus, nós dois conseguimos manter a calma. O primeiro plano era procurar por um camping, primeiro porque eles lidam com turistas e provavelmente falam ingles. Segundo porque lidam também com caravan-people como nós e acredito que outras pessoas tenham passado pelo mesmo problema.

Vimos alguns campings pelo caminho, e decidimos procurá-los.

Provavelmente, entramos em alguma rua que não nos recordávamos e acabamos não os encontrando.

O barulho do motor estava aumentando. Precisávamos achar algo, rápido.

Seguimos até Limoux. Como que por milagre, avistei do outro lado da estrada uma oficina mecânica. Eram oito horas da noite e o lugar ainda estava aberto!

Corremos para lá.

Ali chegando, fui falar com o mecânico local. Gente, foi surreal. Embora eu de cara explicasse que não falava francês, ele desandou a falar, sem parar, por pelo menos meia hora. Pelo pouco que entendi, ele era proprietário do local, e muito bem conceituado. Atendia a toda a região, E estava de saída, mas daria uma olhadinha na nossa Van.

A outra parte de nossa desventura foi mais surreal ainda: após examinar a Van, ele rapidamente ia dando o seu prognóstico. Eu, sem conhecimento de francês e nem de mecânica, ia explicando para o Al o que ele queria dizer.

Conclusão: ele achava que estávamos com um problema na regulagem dos cilindros que compõe o motor. Já eram mais de nove horas, ele somente poderia dar uma olhada pela manhã. Poderíamos dormir na oficina e no dia seguinte, ele poderia regular a Van, caso o problema fosse somente este.

Não tínhamos escolha, então foi isto que fizemos. François era um conversador e tanto. Pelo que nos contou, havia se separado há seis anos atrás, e agora, nos seus cinquenta e dois anos, parecia passar a maior parte do tempo em sua oficina. Tinha duas filhas estudando em Paris e sonhava em um dia aposentar-se e seguir viagem como estamos fazendo.

Ficamos conversando em seu escritório até altas horas da noite, assistindo à videos no Youtube tirando sarro do presidente Sarkosy.

Estava morta de cansada, então me retirei para dormir.

 

Pirineus – Andorra – Wednesday 2nd July – Thursday 3rd July

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Continuamos nossa cruzada pelos pirineus, passando por vários ski-resorts.

Foi engraçado ver como estes lugares diferem de acordo com as estações: durante o inverno, eles ficam repletos de grupos de todas as idades, tanto de dia como de noite, na cidade e nas cadeias de montanhas próximas.

A estação de esqui possui uma atmosfera festiva constante, durante os períodos de boa neve.

Durante o verão, os lugares ficam mais tranquilos, e ao invés dos grupos de ski, os resorts são invadidos pelos ciclistas, em número bem mais reduzido.

Encontramos com vários destes grupos durante nosso caminho. Os franceses parecem levar o ciclismo bem a sério, uniformizados e bem equipados, parecem não temer as subidas de mais de 2000 m, com 6% de declive (que parece pouco, mas acredite, com o sol forte em suas costas e uma distância de alguns vários quilômetros, realmente não é). E muitos deles não são jovens. Impressionante. Fiquei com vergonha de ter reclamado tanto das subidas de Anglet.

Depois de um dia inteiro nas estradas, finalmente chegamos a Andorra, no final da tarde. Andorra é um principado dividido entre a França e a Espanha. A lingua oficial é o catalão e é um paraíso fiscal. Devido a isto, o lugar é repleto de grandes shopping centers. Um ‘paraguay’ europeu.

Espremido entre duas grandes cadeias montanhosas, a sensação que tive é de que tentaram colocar um país inteiro dentro de um pequeno vale, ou seja um pouco claustrofóbico.

Alguns amigos que vieram esquiar por aqui nos recomendaram alguns lugares para comprar equipamentos baratos, então resolvemos ir conferir.

Sou da opnião que ‘duty free’ muitas vezes não é sinal de economia, e Andorra confirmou isto.

Seguimos para um camping local.

Achamos uma ‘wireless’ gratuita e ali ficamos. Me sinto mal por não ter abandonado este vício da Internet, mas também é o meu trabalho e a cada dois três dias preciso me logar. Então, tendo em vista que não curti muito o lugar, foi isto que fiz no próximo dia: tirei o dia para descansar e colocar o trabalho em dia.

Pirineus – Tuesday – 1st July

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Atravessar os pirineus foi uma surpresa atrás da outra. Não sabia ao certo o que esperar do lugar, e muito menos como a Van iria reagir a tantas subidas ingremes. O visual é simplesmente fantástico. Um mar de montanhas a nossa volta, intercaladas por lagos, ou pastos.

 

Algumas construções super antigas em suas encostas, reabanhos de vacas, cabras e cavalos pastavam tranquilamente pelo caminho. Alguns camponeses cortavam o pasto e se preparavam para estocá-lo. Esta parte do mundo é super vulneravel as mudancas climaticas, por esta razão, no verão, o pasto é aparado, arrumado em fileiras, que em seguida são enroladas e armazenadas, pois provavelmente serão estocadas para alimentar os animais durante o inverno.

 

Estas casas antigas que hoje fazem parte de uma bela paisagem provavelmente já vivenciaram uma época onde a vida era muito mais difícil. Não havia luz, nem ao menos água encanada, e os camponeses provavelmente deveriam abastecer-se de água das nascentes próximas.

 

Subir e descer a montanha carregando baldes não parece ser muito divertido. Imagine agora faze-lo sob uma temperatura de muitos graus abaixo de zero!

 

Também, pela escassez de terra arável, a base da alimentação vinha da criação de animais, que também eram escassos, naquela época. Todas as partes dos animais eram aproveitadas, e com isto, foram surgindo os patês e os sauscissons (salames).

Por isto, faça como eu, aprecie um bom patê, com um bom vinho, mas nunca queira saber de que é feito!

 

 

Outra surpresa que tivemos foi em relação à Van. Estávamos cruzando montanhas de até 2000 metros de altura, uma após a outra. Ela, apesar de perder um pouco de potência, aguentou firme e forte. Me senti dentro de um bondinho!

Passamos por vários ski lifts, agora fechados.

 

No caminho, vinha me alternando entre maravilhar pelas belas montanhas e imaginar como seria esquiá-las. Vimos ótimas descidas. Também, passamos por várias construções e vários ski-resorts parecem estar sendo ampliados.

 

Acho que é bom serem rápidos: se o aquecimento global continuar nesta escala, os Pirineus serão seriamente afetados. Em relação aos Alpes, ainda são baixos e atualmente, as condições favoráveis para esquiar já não são totalmente asseguradas.

 

Com o aproximar da noite, chegamos até Arreu, uma vila nas montanhas e lá passamos a noite.

 

 

 

Anglet – San Sebastian – Saturday – 28th June 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Se Biarritz é a filha rica e comportada dos países bascos, San Sebastian por sua vez é a porra loca. E inquieta.

 

 

Seja pela sua notória vida noturna, seja por sua política separatista.

 

 

 

Se na primeira as vozes de apoio ao ‘Euskadi ta Azkatasuna’ (ETA), ou seja ‘Liberdade às Nações Bascas’, eram mais discretas, em San Sebastian é escancarado, e cartazes de apoio ao movimento são fáceis de serem achados por toda a cidade.

 

Mas apesar da inquitação, a cidade é um destino certeiro para quem busca boas praias e badalação. Agraciada com uma das mais belas costas da Península Ibérica, a cidade encanta com os seus bem cuidados calçadões e construções antigas. Pela Cidade Velha, um labirinto de estreitas vielas, repleta de bares, restaurantes e clubs.

Chegamos no final da tarde e, após algumas várias rodadas pela cidade procurando um lugar para estacionar, decidimos ir até o único camping local.

Ele fica no Monte Igueldo, no canto esquerdo da praia. O monte é um dos pontos turísticos da cidade, pois dali consegue-se vislumbrar a baía inteira.

Fomos subindo a montanha, passamos por vários mirantes e a porra do camping nunca chegava. Após 5 km de subidas ’ingremes, finalmente o encontramos.

Rapidinho, nos organizamos para descer para a Cidade Velha. Infelizmente, o último ônibus de volta ao camping retorna as 11 da noite, então hoje teremos ‘toque de recolher’, o que não estamos muito acostumados.

Fiquei um pouco triste com isto, porque queria muito que o Al aproveitasse a balada, a qual San Sebastian é tão famosa.

Mas tudo bem. Jantamos numa das várias Tavernas locais, e paramos num bar para nossa cervejinha de fim de noite.

Na volta, ao chegarmos no camping, uma galera animadíssima se preparava para cair na night. Considerando que estávamos no último ônibus, entende-se que provavelmente retornariam no primeiro da manhã seguinte. Saudades do tempo em que eu também fazíamos isto! Um grupo de jovens franceses animadíssimos dividiam entre si algumas garrafas de dois litros, de uma misteriosa bebida. Desejamos boa diversão e fomos para o camping.

 

Anglet – Thursday /Friday 26th-27th June 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Fizemos uma verdadeira maratona de praia.

Na quinta, passamos o dia inteiro relaxando na praia de Anglet. Na sexta, era nosso último dia nesta cidade. Pegamos praia em Anglet e depois seguimos para Biarritz. Dormimos na praia, que com o aproximar do final de semana, estava lotada. No final de tarde, fizemos um último reconhecimento de Biarritz e região.

Caminhando pela costa à esquerda, passamos a praia do centro.

Chegamos até o porto, e continuamos até chegar nas próximas praias.

O mar estava bem alto este dia e a muitos surfistas se dividiam entre as ótimas ondas. Passamos pelo ‘Le surf’, um barzinho que é o ponto-de-encontro após a praia.

Continuamos até que chegamos numa área na frente da praia, com várias barraquinhas e muita música rolando. Sem querer, caímos neste festival, que acontece durante cinco dias por ano em Biarritz. Nele, todos os bares e clubs da cidade montam suas barracas na praia, e oferecem bebidas por preços muito menores e boa música para quem quiser se aproximar. Perfeito!

Ficamos ali, curtindo um mojito, vendo as ondas, mas como amanhã estaremos em San Sebastian, decidimos pegar leve. Subimos a montanha em direção ao centro e ao chegarmos no topo, caímos neste outro bar, ‘Les 100 Marches’ que também estava bombando. E deu para entender o por que: bem no topo da montanha, dali se tinha uma das melhores vistas para o pôr do sol no mar. Ficamos ali, bebendo com a galera local.

Seguimos para o centro, para nossa última cerveja na cidade. Achamos um barzinho na Rue Gambettas que nos parecia bacana e decidimos terminar a noite ali. Conhecemos um casal de australianos que haviam mudado recentemente para Londres e ficamos ali, reclamando do metrô e do serviço público londrino. Não havíamos planejado fazer uma baladona esta noite, mas parece que foi inevitável. Toda vez que nos preparávamos para ir embora, mais cervejas iam chegando e até o garçon nos ofereceu uma rodada de ‘Ricard’ , uma bebida popular na França.

Não sabemos até agora como conseguimos subir a montanha de bicicleta de volta à Anglet, mas graças a Deus conseguimos.