Arquivo de agosto de 2008

Transilvania – Brasov – Monday – Wed – 4th- 5th – 6th August

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Pegamos o trem no final da tarde. Sao mais de onze horas de viagem, por isto pegamos uma cabine. O caminho ate a Romenia passa por vastas planicies. No trem, muitos mochileiros, fazendo a maior bagunca. Tava ate engracado, ate que algum infeliz apareceu com um violao.

Cara, ja eram mais de meia noite, e a cantoria estava a toda, foi dificil dormir. Quando enfim os cantores sossegaram, foi a vez da policia federal, que, sem a menor cerimonia, abriu nossa cabine para checagem de passaportes. Aproveitei o momento e fui fumar um cigarro, sei que e proibido, mas ao ver o funcionario ali fazendo o mesmo, achei que ele nao se importaria. Tava ali sosegada, quando um outro funcionario se aproximou, falando um monte de coisas em romeno, e apontando para uma porta. No inicio, achei que era porcausa do cigarro, ate que caiu a ficha: ele achou que eu estava tentando despistar os policiais e queria me ajudar!

Agradeci a boa vontade dele, e voltei para o meu lugar. Tentei dormir, mas estava preocupada, eu e o Al estavamos confusos em relacao ao fuso horario da Romenia e, nosso destino final Brasov fica meio que no caminho a Bucareste, nao podiamos perder a parada.

Enfim, ja eram umas quatro da manha quando entramos na regiao da Transilvania. Pela janela, ainda estava escuro. A paisagem alternava campos com pantanos e uma neblina pesada pairava no ar, formando um cenario de filme de terror! Sinistro! Nao dava para enxergar nada, apenas as escuras silhuetas das arvores.

Foi neste clima que chegamos a estacao de trem, la pelas cinco da manha. Pegamos um onibus ate o centro da cidade e, ainda meio dormindo, fomos atras de um hotel. Ai que saudades que deu da Van…

 

O dia comecou a clarear, iluminando uma pequena, mas bela cidade, de predios antigos coloridos e ruas de pedra.

Fomos ate a Piata Sfatului, o ponto mais central da cidade, e tambem onde esta a Casa Sfatului, que no passado era utilizada para torturar prisioneiros.

Achamos uma pensao bem proxima dali e, exaustos, demos uma de ‘vampiros’ e finalmente conseguimos dormir um pouco.

 

A segunda parte do dia, usamos para explorar um pouco Brasov.

A cidade e super agradavel, com seus boulevares, restaurantes ao ar livre, construcoes goticas e ao fundo, as montanhas Carpatas. No inverno, dizem que tais montanhas possuem otimas condicoes de ski, por um preco muito mais em conta que os Alpes.  

A noite foi se aproximando e no centro, o movimento de pessoas foi aumentando. Brasov e bem frequentada, mesmo nao sendo ainda um destino super explorado pela industria do turismo. Terminamos a noite cedo.

No dia seguinte, fomos ate Bran, famosa pelo castelo onde o ‘conde Dracula’ morou por uns tempos. Ele na verdade foi inspirado em Vlad III, que reinou sobre a Valaquia durante o Seculo XV, conhecido tambem como Vlad Tepes – o impalador, por suas sadicas praticas de execucao de seus inimigos.

O nome Dracula foi herdado de seu pai, Vlad II: guerreiro da Ordem do Dragão, símbolo de seu principado e destinada à defender o cristianismo e o Império da ameaça dos Otomanos. Em romeno “drac” significa dragão e “ulea”, filho de; assim, Vlad II foi chamado de Vlad Drácula, ou seja “o filho do Dragão”. A palavra “drac” também pode significar demônio.

Conta-se que em 1461, Mohammed II da Constantinopla desistiu de invadir a Transilvania diante da horrenda visão da floresta de 20.000 prisioneiros turcos empalados na entrada da cidade de Torgoviste. Mas este não foi seu recorde, no dia de São Bartolomeu de 1459, Vlad ordenara o empalamento de trinta mil pessoas.

Enfim, um sujeito encantador. A cidade de Bran fica ha duas horas de distancia de Brasov e e fortemente voltadao ao turismo, principalmente na encosta da colina do castelo, mas tirando este detalhe, foi ate que um passeio interessante.

Voltamos para brasov no final da tarde, e ficamos ali pelos arredores. Deixamos a cidade no dia seguinte, pelo meio da tarde.

 

Budapeste – Saturday – Sunday 2nd – 3rd August 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Budapeste e considerada uma das mais interessantes capitais do Leste Europeu, cheia de opcoes para quem deseja fazer turismo, ou relaxar em seus banhos turcos, ou cair na balada, ou fazer tudo isto ao mesmo tempo, ja que num de seus clubs voce danca dentro de uma piscina aquecida.

 O Rio Danubio praticamente divide a cidade em duas: a Buda dos castelos e antigos monumentos e a Peste da vibrante vida noturna, bares, restaurantes e boulevards de compra.

A cidade tambem ostenta suas herancas do passado, que contribuem para fazerem dela um verdadeiro caldeirao de culturas. Dos turcos, que ocuparam a a regiao em 1526, herdaram as grandes termas,  do regime socialista, ficaram os sisudos predios de paredes escurecidas, dos Habsburgos, herdaram a elegancia em algumas belissimas construcoes, dos austriacos, os famosos cafes.

Com tantas opcoes em vista, decidimos comecar pela que nos pareceu mais prazerosa: pegamos o metro (que, segundo o Al e o mais antigo de toda a Europa!) e fomos ate Szechenyi Furdo, uma terma turca, com mais de nove piscinas aquecidas.

A terma esta hospedada num belissimo palacio, que atualmente funciona como um Hotel. Entramos e decidimos experimentar piscina por piscina. Incrivel, as piscinas ao ar livre alem de conseguirem manter a sua temperatura em pleno ceu aberto, tambem possuem jatos de hidromassagem.

 

Passamos uma tarde sensacional. Saindo de la, fomos ate Buda, ate o castelo na Varhegy, onde tambem estao os ultimos resquicios da cidade medieval. 

Fomos ate a parte frontal da construcao e dali, tivemos uma das mais belas paisagens da cidade: o Parlamento, o danubio, a cidade…

Paramos num restaurante. Um quarteto de musicos estavam tocando musica classica, um deles se aproximou de nossa mesa e me perguntou o que eu queria escutar, ali de susto, nao conseguia lembra de nada, e veio o obvio: Danubio Azul. Mas que caiu como uma luva naquele momento, naquela hora. E de frente para o rio, tentei imaginar o que Strauss estava pensando quando compos a famosa valsa.

Dali, descemos para Peste e paramos para jantar na movimentada area de Raday utca. Na mesa ao nosso lado, estavam sentados um casal americano muito simpatico. Comecamos a conversar com eles e, aparentemente, eles estavam ali para o circuito de Formula 1, que estava acontecendo naquele fim-de-semana. Eles ja haviam passado por outros circuitos, como por exemplo o de Monza e nossa conversa girou sobre este tema durante o jantar.

Assim que terminamos, compramos umas cervejas e voltamos para o hostel.

 

Na manha seguinte, fizemos o check out no Hostel e nos dirigimos a estacao de trem. Deixamos as mochilas no locker e, como nosso trem para a Transilvania somente saia no final da tarde, usamos o restante do tempo para explorar um pouco mais a cidade.

Fomos ate a praca dos herois, um grande monumento erguido em homenagem aos heróis húngaros. Ali nas proximidades, tem um parque bem bonito e ficamos ali, nas proximidades do lago. Pelo caminho, alguns senhores jogavam xadrez, que parece ser bem popular por aqui e encontramos pessoas jogando em praticamente quase todos os lugares que passamos. Algumas apostam dinheiro e, alem de passar o tempo, ainda tem a chance de fazer uma graninha!

Retornamos a estacao e tao logo nosso trem chegou, nos acomodamos, rumo a Transilvania!

Salzburg – Budapeste – Friday – 1st August 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O Al teve o maior susto quando acordou: um policial estava batendo na janela da Van. Aparentemente era proibido estacionar ali e, como ja eram umas oito da manha, o Al aproveitou para ir para o aeroporto. Tava acabada da noite de ontem, confesso que nao vi nada disso e ja acordei no aeroporto de Salzburg.

Quando deu o horario de chegada do voo de Richard, fomos ate o desembarque. Ele havia nos enviado uma foto dele e de sua filhinha de quatro anos, que estaria viajando com ele. O reconhecemos com facilidade e paramos para um cafe. Aparentemente, ele estava a procura de uma Van para uma viagem que faria em Agosto, com a esposa e as duas filhinhas, para a Alemanha.

Ele parecia mais ansioso que agente e, analisando a situacao, a posicao dele realmente e bem mais vulneravel que a nossa: ele havia viajado de Londres para Salzburg, sem passagem de volta, para ver este carro, que ele conhecia somente por foto. Particularmente, achei um tanto loucura da parte dele, vir ate a Austria apenas para comprar um carro e voltar para a Inglaterra dirigindo direto, para comecar a viajar somente no mes seguinte, mas enfim, cada louco com suas manias!

Entramos na Van e levamos Richard e a filhinha para dar uma volta com a Van. Nos perdemos e caimos na autoestrada (despachamos o GPS para a Australia) e a Van se comportou super bem, nao fez nenhum daqueles barulhos estranhos que as vezes ela faz. Fomos ate a estacao de trem, Richard nos pagou o preco combinado, assinamos a papelada e nos despedimos.

Eu e o Al fomos andando em direcao a estacao, sem olhar para tras. Primeiro, porque como disse antes, estava triste de me desfazer da Van. Outra porque, deu tudo tao certo, que nao queria correr o risco de na ultima hora ele mudar de ideia. Senti que o Al tava pensando a mesma coisa. E assim, entramos na estacao de trem, e pegamos o trem de volta a Viena.

Paramos para um cafe, e de la, pegamos o trem para Budapeste.

A viagem foi tranquila, pegamos uma cabine so para agente. Quando nos aproximamos da cidade, uma simpatica hungara veio nos oferecer acomodacao num hostel em Buda, com um onibus gratis. Esta ultima parte nos agradou bastante e, junto com o bando de mochileiros do trem, seguimos com ela.

 

Durante o trajeto, passamos pela ponte que separa Peste e Buda e ali no horizonte, o por-do-sol fazia o fundo para as silhuetas das torres antigas da cidade. 

 

Budapeste e estranha, irresistivelmente estranha e, parece que a viagem esta se tornando mais viagem agora, que entramos em paises mais distantes de nossa realidade atual.

Deixamos nossas coisas no hotel e fomos jantar. Fomos ate o  Rio Danubio, que nao eh azul, mas cinza e cercado por grandes monumentos. Amanha com certeza iremos explora-los mais a fundo. Por hora, cama, nosso dia foi cheio.

Viena – Lago Mondsee – Salzburg – Thursday 31st July 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Com parte de nossos ‘affairs’ resolvidos ( e 25 kg de bagagem despachados para a Australia) , seguimos nossos ultimos quilometros com a Van. No caminho, bateu uma nostalgia, e uma sensacao de que deveria ter aproveitado mais nossos momentos juntos. Avaliando estes 52 dias que passamos com ela, acredito que foi uma das melhores formas de se viajar pela Europa: tirando o preco do combustivel, que esta absurdamente caro (na Franca, a media e de 1,5 Euro o litro) e alguns apertos aqui e la, tivemos a liberdade de descobrir lugares maravilhosos, extender ou diminuir nossa estada conforme nossos animos, economizamos uma grana de acomodacao e alimentacao e vivemos com um certo conforto.

Olhando para tras, nossas mochilas estao prontinhas para serem carregadas. Aff!

No caminho, bateu um certo nervosismo. Haviamos conversado com Richard apenas por telefone e email. Depois de algumas negociacoes sobre preco e o que sera transferido a ele, chegamos a um acordo comum, e tudo parece estar se ajustando nos seus lugares. Porem ainda ha a duvida, e se4 ele nao aparecer? E se for trote?

Estamos dirigindo quase 300 km pelo norte da Austria. A paisagem nas proximidades de Viena era bastante industrial e muitos caminhoes nos acompanhavam por ali. Aos poucos, o cenario foi tornando-se mais rural, bulcolico, com belas montanhas e vales.

A certa altura, ja nas proximidades de Salzburg, avistamos um lago a distancia e decidimos fazer uma paradinha por ali.

Encontramos um restaurante as margens do Lago Mondsee, e aproveitamos para jantar. O cenario a nossa frente parecia ter saido de uma pintura, o belo lago, cercado por montanhas, florestas. Como a Austria e bonita. Sao surpresas deste tipo que a Van nos trouxe, chegar no final do dia num lugar destes…Nao tem preco. Serei sempre grata a ela pelo que nos proporcionou.

Mesmo sem querer, continuamos nosso caminho. Ja estava comecando a escurecer e nosso dia seguinte comecara bem cedo (vamos encontrar com o Richie no aeroporto de Salzburg, as nove da manha).

Estive em Salzburg a primeira vez durante o inverno de 2000, e trago excelente recordacoes do lugar: estava nevando pra cacete quando chegamos na cidade, que estava repleta de decoracoes de Natal, bonecos de neve, guirlandas e varios velhinhos com cara de Papai Noel. Me senti dentro de um cartao de Natal. Foi lindo. Ali tambem esta proximo de varias estacoes de esqui, como Bad Gastein, onde tive minha ‘iniciacao’ em snowboard e uma das melhores ferias de minha vida.

Ao chegar, estacionamos a van ao lado do Rio Salzach, nos arredores da Cidade Velha. Dali, conseguimos enxergar o forte de Hohensalzburg, que todo iluminado vigiava a cidade a seus pes.

Salzburg e encantadora. A cidade de Mozart e repleta de construcoes do seculo XVII, em ruas pavimentadas com paralelepipedos , intercaladas com belas pracas, fontes e bem cuidados jardins. Muito da cidade e da Austria em geral estao retratados no filme ‘A Novica Rebelde’, aquele filme que todo mundo assistiu, ou na sessao da tarde, ou na madrugada. Aquela cena inicial da freirinha, rodando e cantando para as montanhas, para mim e um retrato acurado da paisagem geral do pais.

Passeando pela cidade velha, decidimos dar uma esticadinha num dos pubs locais. No lugar, um dueto de austriacos estavam fazendo uma gig otima, tocando rock classico e dando um show com otimos solos de guitarra.

Nossa noite foi otima, bebemos, dancamos e nos acabamos. Ainda bem q nossa Van tava ali pertinho.

Viena – Monday – 28th – 29th – 30th- 31st July 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

 

Agora estamos correndo contra o tempo. Estamos chegando ao final da primeira fase de nossa viagem. Nos proximos dias, deveremos vender a Van, despachar tudo aquilo que nao formos usar para a Australia, resolver toda a documentacao do carro e, se tudo der certo, iremos continuar nossa viagem de trem.

 

Assim sendo, entramos em Viena no meio do dia. Alguem um dia comparou a cidade a um bolo-de-noivas, por seus enfeitados predios, galerias e museus. Mas nesta rapida impressao que tive da cidade,  so pude notar que a grandiosidade do Imperio dos Habsburgos foram ali perpetuadas, nas construcoes.

 

 

 

Chegamos no camping, e a atendente estava usando uma camiseta com os dizeres: ‘Na Austria nos nao temos cangurus!’ Achei aquilo a maior graca. Aparentemente, a piadinha foi criada pela Central de Turismo, que cansou de atender turistas ameriicanos confusos com a proximidade dos nomes dos dois paises!

Chegamos, e logo comecamos a organizar tudo o que ficava e o que seria despachado. Como sempre, de cara ja notei que metade das roupas q estao na minha mochila, nao serao usadas, e francamente, trazer uma mala de cremes, foi a maior viagem.

Livros, Cds, laptop, equipamento.Cara, como temos coisas! podemos abrir uma loja! Depois foi a hora de resolover a papelada do carro, putz, o Al esqueceu de trazer o Mot, que estresse!

Ligamos para o Richard, o nosso possivel comprador, combinamos os detalhes da transacao. Iremos encontra-lo em Salzburg, na sexta feira. Nos o conhecemos atraves de um anuncio que colocamos no Gumtree.com, um site de anuncios de Londres.

Ele pareceu suficientemente assertivo em relacao a Van, entao, demos a venda como certa e assim, passamos nossos proximos dias, nos preparando para a Viagem.

Deixamos Viena na quinta feira. Senti nao ter conhecido mais desta cidade, mas no time to stand and stare.

 

Graz – 27th July 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

 

E dificil acreditar que um pais tao pequeno e isolado pela cadeia montanhosa dos Alpes tenha sido um dia o centro do Imperio dos Habsburgos, e uma das potencias mais influentes do mundo.

 

Hoje, talvez seja mais conhecido por ter sido o berco de alguns estranhos individuos que gostam de manter pessoas trancadas em seus poroes. E tambem, e claro, do Arnie.

 

Alias, Arnold Schwznegger nasceu em Graz, uma das principais regioes do Sul da Austria. Na cidade, havia um estadio nomeado em sua homenagem, porem, alguns dizem que apos a execucao de Tookie Willians na California em 2005, a cidade decidiu romper relacoes com o Governator, e o estadio foi renomeado. 

Graz e uma cidade que deve ser uma Mecca dos arquitetos. Ha uma variedade de construcoes, alternando-se entre o moderno e o classico, harmoniosamente e ruas de pedras com construcoes super futuristicas, como por exemplo, o Murinsel.

 

 

 

Este lugar e uma ilha artificial no Rio Mur, desenhada no formato de uma concha aberta. Numa de suas faces, ha um anfiteatro e na outra, um excelente bar.

 

Logo nas proximidades, ha o Kunsthaus Graz, criado por dois arquitetos ingleses e conhecido entre os locais como ‘allien amigavel’. O predio, com sua iluminacao e formato, lembra uma nave espacial. Porem, ali e o palco para exibicoes de arte ou exposicoes que dizem serem muito bem selecionadas.

Passeamos pela cidade velha e tambem pelo Schlossberg, a colina do castelo. Porem nao nos animamos a subir os seus 260 degraus, que dizem levar a uma das mais belas vistas da cidade.

Como dizem, Graz definitivamente merece alguns dias a mais, mas agora temos um deadline: iremos ate Vienna para resolver algumas coisas, despachar nossa bagagem, vender a Van em Salzburg para continuarmos de trem, entao agora nao podemos marcar com o tempo.

 

Bled – 25th, 26th, 27th July 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Imagine uma pintura, tao bela e perfeita que jamais poderia ser uma paisagem real. Um belo lago, de aguas de um tom azul esmeralda, tranquilas, refletindo a luz do sol.

No centro deste lago, uma pequena ilha e nela, uma catedral de pedra, totalmente isolada. Ao redor do lago, uma rica floresta de um verde profundo.

 

 

E, se a paisagem ja nao esta bonita o suficiente, adicione uma bela montanha na borda deste lago. Ao topo, imagine um castelo medieval maravilhoso, debrucado sobre o penhasco. Imaginou?

Bem vindo a Bled, um lugar que parece ter saido de um sonho.

Assim que percorremos os 50 km que o separa da capital eslovena, chegamos neste paraiso e, como nao poderia deixar de ser, caimos de amores e decidimos passar alguns dias por ali.

 

Encontramos um camping otimo, bem de frente ao grande lago e ali, deitados na grama, terminamos a tarde.

 

 

 

 

No dia seguinte, fomos expolorar a pequena ilha, alugamos um pequeno bote e remamos ate la. No caminho de volta, nao resistimos e pulamos na agua. Nadar naquelas aguas transparentes foi delirante.

Durante a parte da tarde, comecou a cair a maior chuva, entao usamos o resto do dia para nos organizar.

Deixamos Bled e a Eslovnia no dia seguinte, satisfeitissimos com o que encontramos.

 

 

 

Ljubljiana – 24th July 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

 

A primeira coisa que notamos assim que entramos na Eslovenia e o quanto ela e deserta.

Cruzando por extensos campos, florestas e montanhas, cruzamos com pouquissimos indicios de habitacoes. O pais inteiro tem apenas 2 milhoes de habitantes .

A segunda, o quanto ela e pequenininha, ela tem metade da extensao da Suica em area. O ‘ensolarado lado dos Alpes’  como e conhecida entre os europeus, e uma miniatura da Europa.

E uma otima surpresa, que certamente deveria constar no roteiro de todos os mochileiros que se aventurarem por esta area.

Paramos para almocar num dos bares da estrada, e tivemos o nosso primeiro acidente de idioma: compramos uma bandejinha de salame e umas cervejas. O salame na verdade era um doce de frutas secas e a cerveja era misturada com limonada, um lance muito estranho.

Ate agora nossa viagem foi relativamente facil, Franca, Espanha, Italila…Agente se virou bem para nos comunicarmos. Porem, quanto mais a leste estamos caminhando, vamos nos afastando cada vez mais do que estamos habituados e a lingua e apenas o primeiro sintoma!

Em pouco tempo chegamos a capital, Ljubljana. Nao sabia muito o que esperar do lugar, mas confesso que adorei a surpresa: mesmo sem ter grandes atracoes turisticas como Paris, Londres, etc, a cidade esbanja charme e e um desses lugares onde o melhor a fazer e se juntar aos locais e apenas aproveitar a boa vibe da cidade, num de seus descolados cafes.

Apos caminharmos pelo lado oeste do Rio Ljubjanica, onde encontramos uma vasta sequencia de cafes lotados de gente bonita, chegamos ate a Cidade Velha.

Escolhemos um restaurante de comidas tipicas para jantar e o pobre do garcon estava trajando roupas tipicas da regiao, que naquele calor deveria ser uoh. No menu tinha umas opcoes um tanto inusitadas, como culhoes de boi, tripas, carne de cavalo.

Entao, para nao arriscar, pedi um prato mais tradicional, uma linguica, com vegetais da regiao. Bem, chegou o que nos pareceu ser uma ‘salsicha’ preta, de consistencia duvidosa, aparencia estranha e sabor indecifravel.

Ater agora nao sei o que eu comi, e acho melhor deixar assim.

Contemplanos a ideia de esticar a noite num dos clubs da regiao,  uma ex-base comunista que hoje em dia foi ‘squatada’ (invadida por novos moradores, que habitam ocupacoes abandonadas, mas nao pagam aluguel), mas estavamos cansados da viagem, entao  terminamos a noite num dos bares locais.

No dia seguinte, fomos ate o castelo que fica no topo de uma montanha nas redondezas. Ali de cima, voce tem uma vista maravilhosa da cidade. Consigo imaginar Ljubljana entrando no roteiro das populares capitais europeias. Bonita, barata e devido ao seu ingresso na Uniao Europeia em Maio de 2004, acessivel.

Passeamos um pouco mais pela cidade e continuamos nossa viagem.

Trieste 22nd, 23rd and 24th July 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Em nossa rota rumo a Slovenia, Trieste nos pareceu uma paradinha interessante: a porta de saida da Italia e recheada de historia, apesar de nao ser tao atraente como suas irmas italianas.

Tambem, sua localizacao geografica oferece variedade para quem gosta de trilhas, windsurf, ou apenas relaxar numa de suas ‘praias’.

 

 

Na verdade, as ‘praias’ sao trechos na costa com rochas ou pavimento cimentado onde voce pode tomar sol, e nadar, embora, por ser uma cidade portuaria, o mar nao e dos mais limpos.

Ja era um pouco tarde quando chegamos no camping, que fica ha duzentos metros da borda com a Slovenia, entao apenas pegamos umas cervejas e fomos ate o porto em frente ao camping.

Estavamos ali, admirando o final da Peninsula, onde nos pareceu ser a Croacia, quando avistamos uma tempestade no mar, ali naquele trecho. O ceu estava nublado e cada trovao disparado iluminava o ceu com um clarao que parecia uma ‘blitz’ aerea. O ‘bombardeamento’ durou por cerca de uma hora, e foi um bizarro espetaculo.

No dia seguinte, pegamos as bicicletas e fomos explorar a regiao. Almocamos numa Cooperativa de Pescadores (nada como ir direto a fonte, neh?) e comi o melhor atum da minha vida.

 

De la, continuamos pela costa, ate que atravessamos para o lado da Slovenia.

 

 

A duana estava totalmente abandonada. Um caminhao do exercito parecia ter sido esquecido ali por um bom tempo. Engracado ver como o mundo mudou rapido: esta fronteira deveria ter sido super visada num passado nao muito distante.

 

 

No final da tarde, fomos ate o mirante. estava um por-do-sol alucinante.

 

Veneza 21st – 22ns July 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Assim que nos organizamos, retomamos nossa rota rumo a Veneza.

Ja havia ouvido falar que o transito de automoveis pela cidade e praticamente impossivel, entao, assim sendo, pelo caminho encontramos uma rota alternativa: poderiamos estacionar a Van num estacionamento fechado e dali, seguir de vaporetto.

E assim o fizemos e para mim, foi uma das melhores maneiras de chegar na cidade.

A Veneza atual e a Disenalndia do turista: sao muitos monumentos, piazzas, lojinhas e um emanharado de pessoas por entre suas ruas labirinticas.

Nos perdemos, nos achamos, nos perdemos de novo (cara, cade meu GPS?) entre suas 117 ilhas e 150 canais.

Apesar de haver perdido um tanto do seu esplendor do passado, a cidade ainda conserva o seu charme e dificil nao se encantar.

Aquela que um dia foi uma grande potencia mercante, que chegou a dominar metade do Mediterraneo, Adriatico e outras tantas rotas comerciais, hoje e a Mecca do turismo, recebendo mais de 20 milhoes de visitantes durante o ano.  Tambem pelas suas condicoes geograficas, Veneza ja passou por varias inundacoes e corre um serio risco de desaparecer do mapa, caso os mares continuem a subir.

Andamos Veneza de cima a baixo, perseguimos os pombos na Piazza San Marco, fomos explorados pelos restaurantes locais, e no final do dia, com um bom Montepulciano embaixo do braco, pegamos o Vaporetto de volta para a Van.