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Ko Phi Phi – Thailand

sábado, 26 de setembro de 2009

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Ko Phi Phi foi um lugar que me deixou curiosa Durante nosso caminho, cruzamos com pessoas que estavam fazendo o sentido inverso de nossa viagem, e ate o momento, nao houveram duas impressoes semelhantes sobre este mesmo lugar. Segundo os australianos que encontramos em Phuket, as aguas de phi phi eram tao claras como as do Tamisa, o que eu acho o maior exagero…Mas, pesquisando na internet, os artigos que encontrei tambem nao foram muito animadores…

Aparentemente, Ko Phi Phi (que na verdade entende-se como Ko Phi Phi Don),  nos anos 40 era uma pequena ilha povoada por pescadores e tida como um dos lugares mais belos do mundo.  A pesca deu lugar as plantacoes de coco, como principal fonte de economia e mais tarde, veio o turismo.

Ate que, Ko Phi Phi Le, uma das ilhas proximas, foi a escolhida como cenario para o filme ‘A Praia’ e desde entao, Ko Phi Phi Don, vem sido constantemente invadida por uma multidao de turistas e com eles, uma producao enorme de lixo.

Em 2004, veio a catastrofe do Tsunami. Sua bela costa virou um verdadeiro mar de destrocos que, mesmo com apoio de varios voluntarios vindos de diversas partes do mundo, ainda nao foi completmente refeita. E, consequentemente, o turismo para aqueles lados tambem pereceu.

Mas deixando de lado tudo o que li e ouvi, decidi ter minha propria opniao sobre o lugar.  Assim, chegamos a Ton Sai Beach.

Paramos num dos restaurantes proximos para almocar e, enquanto o Al descansava, fui atras de acomodacao.

Outra coisa que escutei bastante foi sobre os precos dos hoteis locais…Tudo bem, ao inves de pagar 5 dolares, vamos pagar 10…Mas olha, pra quem comecou a viagem na Inglaterra, pagando 160 dolares por uma f… balsa, isto tudo aqui eh fichinha…

Nenhuma cidade na Tailandia se parece com outra. Claro, ainda encontramos os 7 elevens, os restaurantes que mostram filmes piratas, as lojinhas com roupas hipongas, eh como aquela camiseta que vemos a venda em todos os lugares: ‘same, same, but different…’ . Os lugares por aqui sao assim.

Cada uma tem sua peculiaridade e aqui em Ko Phi Phi, me sinto como se estivesse numa convencao sobre mergulho… No caminho para o centro, encontro uma fila interminavel de escolas, com uma galerinha bonita e bronzeada na porta distribuinto panfletos de cursos.

Pegamos alguns e, qdo achamos um lugarzinho legal para ficar, estudamos qual curso escolher. Eles nao sao baratos mas, considerando que voce pode obter sua licenca (que eh universal) e comparando qto pagariamos para fazer este curso em outros lugares, achamos que valia a pena.

Reservamos o curso e, no dia seguinte, as seis da manha, seguimos para a escola. A instrutora nos deu um curso teorico rapido e assim, partimos para o alto mar.

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Confesso que mergulho nunca foi muito minha pira, mas o caminho para la e simplesmente maravilhoso, as aguas do mar possuem uma coloracao maravilhosa e, por entre rochedos de calcario, ancoramos no que nos pareceu ser as proximidades de Ao Maya.

O curso em si, bem, nao posso falar muito. Achei horrivel. Logo que comecamos a descer os primeiros metros, ja me deu uma sensacao horrorosa de que nao deveria estar ali, embaixo da agua. Ver a luz do sol por baixo da agua ir gradualmente se afastando me trouxe uma sensacao horrivel, como se eu estivesse sendo enterrada viva e naquele momento quiz sair dali.

A instrutora ficou me segurando para eu esperar, and that did it for me… Sai de la mesmo assim,  e voltei para o barco.  Fiquei la conversando com uma menina de israel, que tambem nao era muito fa de mergulho. Alias, em nossa viagem, encontramos com varios israelenses, principalmente na India. Eles, quando terminam o servico militar em Israel (que e obrigatorio para homens e mulheres),  geralmente tiram umas ferias pelo mundo.

Depois de algumas horas, o Al voltou para o barco tambem, maravilhado com a variedade de peixes que ele viu por la.

Voltamos para Ton Sai e a noite, fomos explorar a cidade, o que da pra fazer em quinze minutos, ja que o centro e bem pequenininho…

A noite aqui e agitada, mas comeca tarde.  Como estavamos cansados do dia cheio, voltamos para nosso hotel.

No dia seguinte, resolvemos explorar a ilha melhor. Seguimos por uma trilha, a caminho da Long Beach, uma praia mais distante e mais tranquila da muvuca de Ton Sai.  O caminho nao era muito dificil de ser seguido e, em poucos minutos chegamos ao nosso destino.

Ali, pela areia branquinha, naquele sol gostoso, nos largamos…Ao nosso P1050201

P1050206lado, um bando de brasileiros barulhentos, como nos somos, destilavam suas desventuras da noite anterior. Como nao pareco brasileira, eles nao fizeram a menor questao de baixar o tom de suas vozes, e finalmente descobri o que os homens falam quando estao em bando…um monte de besteiras hahahahha.

Uma hora tava no mar e um deles apareceu por la, puxei papo. Eles moravam na Australia, para onde estou indo morar tambem, e em alguns minutos de conversa, comecei a sacar um pouco sobre a vida por la.

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Tem muito a ver com a v ida em Londres, eles estavam como estudantes, mas trabalhavam em construcao, o que dizem que paga super bem. COm o que ganhavam, gastavam viajando, pela Asia. Trocamos notas de viagens e nos despedimos.

Eu e o Al tinhamos umas mascaras de mergulho e fomos fazer um pouco de scuba, no canto da praia. Me arrependi de ter desistido do curso tao cedo, ja que realmente, o mar da Tailandia e repleto de vida marinha. Peixes coloridesimos passeavam tranquilamente por entre as pedras, a vegetacao tambem e super exotica, da para passar horas por ali, apenas vislumbrando aquele cenario.

 

Comecou a chover, e decidimos pegar a trilha de volta para Ton Sai. A noite, decidimos nos aventurar pelos bares mais badaladinhos da praia, mas pra dizer a verdade, depois das baladas monstruosas de Ko Pha Ngan, qualquer lugar vai parecer um pouco sem-graca…

No dia seguinte, partimos para Railay.

Phuket – Tailandia

quinta-feira, 25 de junho de 2009

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Antes mesmo de entrar no barco, ja sentia o balanco do mar…A ressaca da festa da noite passada tava animal. E, encarar uma viagem de barco agora era tudo o que precisava, aiaiaia….Mas beleza. Estamos tentando chegar ate Phuket, um dos destinos mais visitados do pais, ou seja, um dos mais turisticos. Confesso que, se nao tivessemos que ir para la, provavelmente nao iriamos. O ter que ir para la se traduz no fato de que a mae do Alistair resolveu passar ferias na Tailandia e escolheu logo ali.

Entao, assim sendo, seguimos para la. Compramos nossa passagem para Phuket numa agencia ao lado do porto, seguindo indicacao de funcionarios que trabalhavam no proprio porto.

Assim que embarcamos, ja subimos para o deck e ali, deitados no conves, fomos dividindo espaco com uma galera que deveria estar tao ressacada quanto nos. O caminho ate que foi bem prazeiroso, o barco nao estava balancando muito e um vento gostoso estava soprando contra nos.

Ate que, comecou a cair uma puta chuva. A galera do conves logo seguiu para dentro do barco, mas eu e o Al continuamos ali, sem nos abalarmos.

Foi uma delicia, naquele calorao, agente ali deitado no barco que seguia com uma certa velocidade, sentindo aquela chuva aos poucos ir nos encharcando…Olha, descobri a cura da ressaca!!! E isto, pegue um barco, deite no conves em plena tempestade e, em poucos segundos voce vai se sentir de volta a vida, ahahhahaa.

Chegamos na baia e, conforme o combinado, um onibus estava a nossa espera. Seguimos com ele ate que ele de repente parou num restaurante no meio do nada. Ali descobrimos que deveriamos esperar pelo nosso proximo transporte. E assim o fizemos por meia, uma, uma hora e meia, duas horas!!!!

Quando nosso proximo transporte chegou, quase cai para tras, era um destes carros abertos, quase que um rickshaw, mas maiorzinho….Como iriamos ir ate Phuket, um caminho de quase 4 horas, ali, naquele banco de ferro, pendurados ali na traseira???

Explicacao, eles iriam nos levar ate a proxima parada, um outro restaurante, onde iriamos aguardar nosso proximo transporte. Olhando a nossa volta, percebi que a insatisfacao era geral. E imagina, depois da baladona de ontem, ter este perrengue todo com o transporte…E e uma situacao onde voce fica totalmente impotente, o que voce vai fazer? Estavamos ali no meio do nada, o jeito era respirar fundo e seguir viagem.

Apos cerca de uma hora, ele nos deixou no restaurante combinado. Outros carros do mesmo tipo estavam tambem deixando outros turistas ali. E ali permanecemos, por uma, duas, tres horas. Cada vez que perguntavamos o que havia acontecido com o onibus, os funcionarios respondiam que ele estava para chegar.

Quandoviramos nossa terceira hora de espera, tava na cara que havia algo de errado e nao aguentei, cheguei para o gerente e exigi uma explicacao.Um grupo de israelenses tambem aderiu a briga, e apos muito pressionarmos o sujeito, este revelou que o onibus estava no conserto e que chegaria em breve….

Depois de uma hora, ele chegou. Exaustos, apenas subimos, e assim que entramos, apaguei. Vez por outra acordava para dar uma olhadinha pela paisagem, e la fora, mesmo no escuro, avistava penhascos acizentados, por entre a vegetacao tropical.

Ja eram umas 11 horas da noite, de repente o onibus parou numa agencia de viagens e disse que nos deixaria por ali, se reservassemos a acomodacao com eles, nos levariam ate la, se nao, nos deixariam ali no meio do nada.

Mais uma vez, eu e o Al demos um piti e descobri qual a melhor maneira de argumentar com essa galera: colocamos as mochilas no carro e exigimos que nos levassem ate nosso hotel. E assim, muito depois da meia-noite,chegamos ao hotel que a mae do Alistair estava hospedada.

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Hotel nao, resort…A mae do Al estava ficando num resort, em Nakalay Beach, ha uns 20 minutos de carro de Patpong, a praia mais conhecida. Chegamos no lugar e causamos, o lugar era simplesmente maravilhoso, um casarao de madeira todo decorado em estilo tailandes. E nos ali, descabelados, de chinelao, ainda ressacados, e exaustos da viagem.

Foi surreal…O concierge logo encontrou nossa reserva e seguimos com um dos funcionarios num destes carrinhos tipo de campos de golf, ate nosso bangalo.

Nosso quarto era impecavel, com uma decoracao toda clean, flores e ate banheira de hidromassagem e, comparando com os ultimos dias, onde nem agua quente tinhamos, caimos na cama e desmaiamos, literalmente.

Pela manha, depois de tomar um cafe maravilhoso, fomos ate a piscina do hotel. O engracado e que, mesmo com este luxo todo, convertendo o preco da diaria ali, meu, em Londres mal daria para pagar um quarto de solteiro num hotelzinho meia-boca. Mas, como jah disse antes, mochileiro eh pechincheiro e com certeza, se visitassemos a regiao, talvez nao ficassemos ali.

Mas foi legal ter um pouco mais de conforto, se bem que nem sempre isto significa mais diversao…

Encontramos com a mae do Alistair e seguimos no periodo da tarde para Patpong.

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Phuket para mim e como uma mulher bonita, mas que usa muita maquiagem. E que usa roupas cafonas. As praias, como em toda a Tailandia, nao desapontam, sao lindas. Mas parece que a exploracao turistica ali foi mais violenta. Na rua principal de Patpong, ha um amontoado de bares, restaurantes e lojinhas em geral que lembram um pouco o centro do Guaruja, em Sao Paulo.

Muitas lojas de alfaiates. Alias, Nesta parte do mundo, este tipo de servico eh bem popular, ja ouvi dizer de pessoas que veem para a regiao apenas para encomendar ternos, que aqui sao feitos sob medida e com o tecido que voce escolher. Checamos uma meia duzia de lojinhas e o Al decidiu fazer um terno.

Pela rua principal, varios sinais de rota de escape caso aconteca um novo Tsunami, como o que ocorreu em 2004, causando cerca de 250 mortes apenas em Phuket. Tenho um amigo que estava na regiao bem naquela epoca, como muita gente deve ter tambem. Mas segundo ele, o evento deve ter sido aterrorizador. O hotel dele ficava bem na regiao em que estamos e, quando as aguas do mar retrocederam, o panico comecou a se instalar no local. Muita gente correndo e gritos por todos os lados. Ele estava na piscina do hotel e, naqueles poucos segundos que tinha para tomar uma decisao, decidiu subir ate seu quarto para buscar a esposa.

E foi a decisao certa, pois quando a grande onda atingiu a terra, as aguas cobriram ate o terceiro andar do hotel e provavelmente varreram aqueles que correram em direcao ao centro da ilha.

Hoje em dia, fora estas plaquinhas que encontramos a cada esquina, pouco ha o que se relembrar deste periodo e imagino como a reconstrucao da area deve ter sido rapida.

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Dizem que voluntarios de todas as parts do mundo chegaram ao pais e junto com a populacao local, reergueram bem rapidamente as areas mais visitadas  e o turismo ao pouquinho foi sendo recuperado, embora ainda esteja operando com um volume de 30% abaixo da media de antes. Isto talvez explique um pouco os precos absurdamente baixos de muitos locais por onde passamos.

Patong eh famosa por sua  vida noturna e, certamente a julgar pelo grande volume de bares e clubs, acredito que deve ser mesmo. E tambem famosa pela prostituicao e, ao nosso redor ha mesmo um ambiente meio ‘tacky’, meio duvidoso, e ate meio deprimente. Vi um senhor ingles andando na rua com uma das meninas locais e, segurando ela pela camisa, percebi que para algumas pessoas, esta e a solucao para namorar, ja que nao levam muito jeito com mulheres mesmo.

Os bares tambem, nao sei, transpiram uma atmosfera meia estranha, talvez comercial demais, o que para nos nao tem teve nenhum apelo, e dei gracas a Deus por ter conhecido outros lugares do pais, com baladas melhores..

Entao aproveitamos esse ‘pit stop’ que fizemos em nossas aventuras para programarmos o que faremos em seguida e estudar nosso  roteiro, ja que o AL quer fazer um curso de mergulho em Ko Phi Phi e eu, um de escalada em Railay e assim, decidimos que faremos o curso dele primeiro, o meu em seguida.

Afinal, isto aqui e a Tailandia, a terra onde o muito ainda e muito pouco. E assim, fomos para la.

Ko Pha Ngan – Tailandia

segunda-feira, 1 de junho de 2009

p1050106O caminho ate Ko Pha Ngan me lembrou um pouco um daqueles episodios do pinoquio de cabelo azul, onde apos ter aprontado alguma, ele era levado para a Ilha dos Sonhos. Ali, naquele barco lotado de galerinhas do mundo todo, pouco a pouco fomos nos aproximando nao da ilha dos sonhos, mas das baladas, o que para mim e tao surreal quanto…

A ordem, ja no caminho para la e esta: se divertir ao maximo, pirar o cabecao e conhecer o maximo de gente possivel. E mesmo antes de aportarmos, o clima a nossa volta era assim e, conforme iamos nos aproximando do cais, o burburinho a nossa volta aumentava.

A ilha, assim vista por fora, impressiona. Alem de hospedar a famosa Full Moon Party, Ko Pha Ngan tambem e agraciada por belas praias. Algumas montanhas aparecem ao fundo, e a vegetacao tropical aparece entre os varios belos resorts.

Ancoramos, e tao logo pegamos nossas mochilas, a corrida por um lugar para ficar comecou. Muito ouvimos sobre a falta de acomodacao na ilha, mas como ainda estamos com alguns dias de antecedencia, tenho certeza que acharemos algum lugarzinho, caso contrario, teremos que fazer ocmo o Al sugerir e dormir na praia mesmo…

Alugamos uma motinho e saimos por ai, literalmente parando de pousada em pousada atras de lugar, mas todos estavam lotados. Achamos um barzinho, no canto esquerdo da praia de Haad Rin, que tambem alugava quartos. O preco estava otimo e achei incrivel estarem aparentemente vazios. O misterio logo foi desvendado, quando um dos funcionarios nos perguntou enfaticamente se realmente queriamos ficar ali, afinal estavamos bem no coracao da festa, que aconteceria ha alguns dias.

Resolvemos procurar um pouco mais, e assim, encontramos uma outra pousadinha bem simples, de frente a praia. Deixamos nossas coisas e fomos pegar o fim de tarde na praia.

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Haad Rin e sem duvida uma das praias mais prazerosas que ja visitei. A areia branquinha estava lotada de gente bonita, um otimo som ecoava nas caixas de som dos bares nos arredores. O mar, bem, desde que chegamos na Tailandia viemos tentando definir os diferentes tons de azuis do trecho do mar em que estavamos e ali, bem a agua tinha uma coloracao sem igual, era de um verde azulado cristalino e a comparacao mais proxima que encontramos foi daquela pedra preciosa conhecida como aquamarina (logico, agua do mar…). O mar e quentinho, com algumas correntes mais frias, enfim perfeito.

p1050122Na praia tambem ha varias atividades sociais e logo de cara vimos que e praticamente impossivel ficar parado por ali. Na areia, um campo de futebol foi armado e varios times feitos ali de ultima hora disputavam um campeonato. O Al logo se animou e entrou num dos times e terminamos a tarde ali.

p1050161Bem nas proximidades havia um resort com uma piscina maravilhosa e nao foi muito dificil de nos misturarmos com os hospedes e darmos uma nadadinha. Encontramos ali um grupo de ingleses que haviamos conhecido no barco e, apos trocarmos algumas notas de viagem, combinamos de ir ate uma festa na piscina d um dos hoteis.

A maior atracao da semana, e sem duvida a festa da lua cheia. Mas, ao que parece, todo dia da semana, ha uma festa diferente pra ir. Nunca fui numa Swimming Pool Party antes e to curiosa pra saber o que vira.

Ficamos no resort ate a noite. Voltamos pra nossa pousada e depois de tomar banho e descansar um pouquinho, fomos ate a rua principal para jantar.

A rua estava lotada de uma galera bonita, transitando entre varias lojinhas de roupas, restaurantes e camelos vendendo bebidas. Aqui eles vendem o que e conhecido como ‘buckets’, e como o nome mesmo sugere, sao baldinhos, tipo aqueles de criancas para brincar na areia. E dentro deles, uma garrafinha de algum destilado com alguma mistura, tipo refrigerante, red bull, suco, etc.

Pedi um destes baldinhos e embora viesse com uma garrafa de Smirnoff, o lacre desta estava aberto e assim, so Deus sabe o que foi que aquele vendedor colocou ali.

Seguimos para a festa. Acho que chegamos um pouco cedo, pois o lugar ainda estava meio vazio. Mas o chegar de pessoas era constante e em poucos minutos, o lugar foi lotando e a festa comecou a acontecer.

E, cara, posso dizer, foi uma das melhores festas da minha vida. Conhecemos muita gente bacana, demos risada pra cacete, dancamos ali na agua, foi maravilhoso.

Ate que depois de muitos buckets, comecei a ficar cansada e tambem a encanar com a agua da piscina, que aos poucos ia ficando meio verde (ai que nojo!) entao, ja  de madrugada, voltamos ate nossa pousada.

No dia seguinte, acordei tipo umas dez, e fui direto para a praia. Engracado como que, ate umas onze horas da manha, era praticamente a unica pessoa na praia, fora um ou outro baladeiro que resistia ir para a casa dormir.

A ressaca tava foderosa, e aih me pergunto o que foi que o vendedort colocou naquele bucket. Bem, mas depois do terceiro,. a verdade eh que nao importa e ali, mergulhada naquelas aguas maravilhosas, tentei recuperar da noite anterior.

Agradeci a Deus por estar ali. O lugar e realmente muito, mas muito bonito mesmo. Nao so belo como tem um astral diferente, uma ilha onde voce se diverte o tempo todo, a ilha que dorme apenas ao nascer do sol e acorda so depois do meio dia, acho que e a ilha dos sonhos mesmo.

p1050131Passamos a primeira parte do dia por ali, pela areia. Quando a tarde comecou, fomos dar um role de moto. A estrada que recorta a ilha e cheia de subidas e descidas ingremes e e preciso ficar bem atento, pois e bem facil derrapar. Ja vi varias pessoas pela ilha com bandagens pelo corpo, que provavelmente devem tersido causadas por um tombo de moto.

Seguimos pela estrada, passando por varias fabricas de moveis de madeira. Paramos numa delas, pois eu acho simplesmente maravilhoso este trabalho que eles fazem por aqui: a mobilia artesanal geralmente e topda entalhada, e eles utilizam um tipo de madeira que tem uma coloracao linda. E muito bonito mesmo e, se pudesse com certeza levaria alguma coisa. Mas o fato e que nao temos casa. Alias, no momento nao temos nem pais direito, entao mobilia talvez seja a ultima coisa em nossa listinha de prioridades.

Seguimos por uma trilha que desemboca numa cachoeira. Conforme iamos subindo, a trilha ia estreitando e a certo ponto nao sabiamos mais se estavamos no caminho certo. Mas enfim, chegamos. Entramos no que nos pareceu ser uma piscina natural e, mesmo com a agua geladinha, naquele calor do dia estava uma delicia.

Logo uma tailandesa veio nos abordar para ver se queriamos comprar maconha.  A Tailandia e um lugar onde todo o cuidado e pouco, principalmente no que diz respeito a consumo de drogas. O governo, para tentar conter a alta atuacao do trafico de drogas local instituiu penas super pesadas e e um dos lugares do mundo onde ser pego com grandes quantidades pode levar a pena de morte.

E nao da para confiar na populacao local, dizem que grande parte dos turistas que sao presos na ilha foram pegos comprando drogas de policiais a paisana. Entao, drogas, to fora, infelizmente…

Voltamos no final da tarde e a noite saimos para jantar. A rua principal de Haad Rin e bastante curiosa, restaurantes enfileirados dividem espaco com algumas lojinhas de roupas e algumas butiques bem fashion, alem e claro de varios cafes internet.

Jantar ali e uma delicia, a comida dos lugares que provamos e bem feitinha e barata e os lugares geralmente passam DVDs piratas dos filmes que estao em cartaz no cinema, ou entao seriados de TV como Friends. Achei perfeito.

Nesta noite, como estavamos ainda cansados da balada anterior, decidimos pegar leve e assim, fomos para casa dormir cedo. Dormir? Bem, esta e a ilha que nao dorme, e esta noite isto ficou bem claro. O barulho da rua era infernal, ja era umas duas, tres da manha, e agalera na rua tacando o puteiro. Meu, balada eh muito bom, adoro. Mas quando vc nao esta fazendo parte dela, eh um porre. Foi foda dormir e ate cogitei cair na night mais uma vez…Mas enfim, lah pelas cinco da manha o barulho deu uma tregua.

Pela manha, parecia que havia acontecido uma guerra na praia e so fico tentando imaginar como as pessoas conseguem aguentar tanta festa. E quem me conhece, deve estar rindo agora de me ver falar isto…Paramos para tomar cafe da manha e pegamos nossa motinho e fomos conhecer um pouco mais da ilha.

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O caminho para la foi maravilhoso…Subindo pelas montanhas, o visual la de cima era fantastico, com o vento a soprar contra nos, meu, que sensacao!!! Fomos pelo caminho, pirando com a paisagem e cantando:

Im free to do what I want any old time
Im free to do what I want any old time
So love me hold me love me hold me
Im free any old time to get what I want…

Don’t be afraid to be free…

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Chegamos ate uma praia do lado oposto da ilha, descansamos um pouquinho, e retomamos nosso caminho. Que dia maravilhoso.

Resolvemos pegar leve durante o dia, pois hoje a noite acontece a Full Moon Party e queremos aproveita-la ao maximo. Entao, logo apos o jantar, compramos um bucket e fomos para a praia.

Parecia que estavamos em outro lugar. A ‘nossa’ praia estava toda decorada, varios palcos foram montados e caixas de som espalhavam-se por toda a costa. O visual era lindo, varias tendas foram armadas, alem de mini-palcos onde malabaristas dancavam com tochas de fogo.

Ao cair da noite, os barcos de baladeiros de outras ilhas comecaram a atracar. Primeiro um, depois mais alguns, ate que varios barcos iam aos poucos se aproximando, o que me deu a sensacao de que a ilha estava sendo invadida. E estava mesmo. Esta festa chega a reunir mais de 8000 pessoas, que lotam a costa inteira atras de bom som e diversao.

Loco pensar que tudo isto comecou com uma simples festa de aniversario. Ninguem sabe dizer ao certo o ano exato, alguns dizem que a primeira FULL MOON PARTY aconteceu em 1988, no Paradise Beach Bar, para comemorar o aniversario de alguem e a festa foi tao boa que decidiram repitir na proxima lua cheia.

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Hoje, o evento e gigantesco, e muito bem organizado, com dezenas de sistemas de som tocando desde psy-trance a drum and bass. La pelas duas da manha, a praia estava fervendo.Toda iluminada por fogos (e pela luz da lua cheia…), e lotadesimaaaaa, o visual era pirante.

Ficamos no mar, dancando, bebendo, curtindo. A certa hora deitamos um pouco na areia para descansar e dali ficamos observando um figura que ia oferecendo extase para as pessoas que passavam. Mas o estranho e que bem atras dele ficava um cara, com pinta de policial e aonde o sujeito ia, ele ia atras.

p1050149E a ironia do destino, numa festa tao loca como esta, a ultima coisa que pode-se fazer e tentar comprar drogas ali. E dito e feito, apos alguns minutos, alguns turistas foram presos e tiveram que percorrer a cidade toda algemados…

La pelas cinco, encontramos com um grupo de alemaes, holandeses e ingleses que haviamos conhecido em Chiang Mai. Foi engracado, estavamos todos tao tortos que levamos uns bons minutos para sabermos ao certo de onde nos nos conheciamos.

O dia comecou a clarear, e voltamos para nossapousada. Valeu, a festa foi demais, embora tenha achado a festa da piscina mais loca ainda. Particularmente eu prefiro festas menores, mas foi bem diferente ver a magnitude de uma balada como esta. Ainda mais na praia. Ainda mais numa praia maravilhosa na Tailandia.

Quando acordamos para ir embora, a festa ainda estava rolando. Ja eram umas onze da manha, a lua cheia ja tinha passado, mas mesmo assim, uma multidao de pessoas alucinadas dancava freneticamente ali na areia.

E eu que me achava super baladeira, vi que nao, no mundo tem gente ainda mais festeira, e ali, eles encontraram o lugar certo. E a fome com a vontade de comer. O lugar onde a balada nao para nunca. A Ilha dos Sonhos. O meu eu ja realizei. Assim, fomos embora no proximo barco.

Ko Samui – Tailandia

domingo, 22 de março de 2009

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Pegamos nosso voo de Hanoi ate Bangkok e, segundo nossos planos, passariamos o dia matando tempo na cidade, para de noite pegar o trem noturno ate uma cidadezinha na costa e de la pegariamos um barco. Bem, quando chegamos no aeroporto em Bangkok, eis que o Alistair teve a brilhante ideia, por que nao pegamos o aviao daqui direto para a ilha?

Nunca comprei passagem assim, no balcao de vendas do aeroporto, porque sempre imaginei que o preco fosse altissimo.Comparamos com o preco da passagem do trem, depois do barco, fora o cansaco e o dia perdido em Bangkok de bobeira, contabilizando isto tudo junto, a diferenca nos pareceu pequena.

E, pensando desta forma, pulamos no primeiro aviao que encontramos com destino a Ko Samui.

A viagem foi bem tranquila, e rapida. Pela janela, aquele mar de um azul profundo. Chegar no aeroporto, foi outra viagem. Os avioes estacionados ali, tinham uma decoracao toda colorida. Alias, assim que sai do aviao, me deparei com o aeroporto mais estranho que ja pousei: haviam flores espalhadas nas escostas da pista e ao inves de onibus, haviam trenzinhos, tipo os de parque de diversao, que levavam os passageiros ate ao saguao de desembarque.

Tudo tao florido, tao enfeitado de uma maneira que parecia que o Elvis iria saltar por detras de um daqueles arbustos cuidadosamente aparados. Ou entao o Tatoo, aquele baixinho da Ilha da Fantasia, que ao nos receber traria um coquetel colorido e com aqueles guarda-chuvinhas….Surreal.

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Acho que Ko Samui e uma das ilhas mais comentadas da Tailandia. Dizem que nos anos setenta, dois hippies perdidos pelo mar chegaram ate ela numa embarcacao feita de cocos e, apaixonados por sua bela costa resolveram ficar por ali.

Talvez dali saiu a inspiracao para o livro de Alex Garland, que depois virou filme, ‘A Praia’. E talvez por isto muita gente se confunda, mas a praia do Leonardo de Caprio nao esta na verdade ali, mas sim nas proximidades de Ko Phi Phi, para onde seguiremos mais adiante.

Trinta anos depois de entrar no mapa dos mochileiros do mundo, a Ko Samui atual parece que cresceu de maneira rapida e desordenada. Do caminho do aeroporto ate onde iriamos ficar, fomos passando pela estrada que corta a ilha, ate chegar na praia onde ficariamos, a praia de Bo Phut.

Quando o taxi nos deixou ali, confesso que fiquei meia desapontada. A praia era bem estreita, o mar ali apesar de ser bem tranquilo, estava cheio de pedacoes de vegetacao, como se tivesse havido uma tempestade.

p1050078Alguns poucos hoteis espalhavam-se pela costa e, cansados da viagem, decidimos ficar num hotelzinho bem simples, com bangalos de frente a praia. Como estamos fazendo sempre, deixamos nossas coisas no quarto e fomos tomar um ‘watermellow shake’., ali no restaurante que fica na frente da areia.

Quando  cansaco deu uma tregua, fomos explorar a regiao. A ilha nao e muito grande, mas as praias sao espalhadas e ali vimos que precisavamos resolver nosso transporte. Assim sendo, alugamos uma motinho e dali seguimos, recortando a ilha de fora a fora.

A praia seguinte e chamada de Big Budha Beach e e facil de entender o porque: estatuas gigantescas de Budha estao espalhadas pela costa e o cenario e super bizarro, ali no entardecer, com o sol se pondo, aquelas imagens gigantes com suas silhuetas escuras.

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Mas e lindo. Andar de moto ali pela costa e uma delicia, no calor do dia. A proxima praia que visitamos foi a Chaweng Beach, a mais conhecida e mais badaladinha da ilha. Ali, na rua detras da praia, ha uma concentracao pesada de resorts, restaurantes, bares e muitas, muitas lojinhas.

Paramos para ir ver o mar. Ali, a costa e bem diferente de onde estamos ficando, a areia branquinha se extende por uma grande faixa e o mar tem uma coloracao maravilhosa. E de um azul clarinho, super transparente. A agua e quentinha e deliciosa.

Se nao fosse pela grande muvuca de pessoas, acharia que estava no paraiso. Mas ali no final do dia, a praia tava lotada de turistas e de locais, e estes, muitas vezes estavam fazendo uma ‘farofinha’, o que e uma pena, em vista da beleza do lugar.

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Voltamos para Bo Phat e, ao anoitecer, decidimos tirar vantagem de que estavamos ali de frente a praia e fomos nadar de noite. Da um  pouquinho de medo, pois nao conhecemos o mar nem o que encontraremos nele e, como ali ainda tem varios pedacos de vegetacao boiando, nao da pra ver muito bem onde estamos pisando.

Num dos resorts das proximidades estava acontecendo um showzinho e dali do mar dava p/ escutar o som, o que achei otimo, nadar ali ouvindo um som legal foi maravilhoso.

Olhando para o ceu, ja da para ver que a lua esta crescendo e dentro de uma semana, ela estara cheia. Estamos proximos a ilha de Ko Pha Ngan, onde acontece a festa-da-lua-cheia e dentro de alguns dias iremos partir para la.

E o pensamento da festa, me encheu de curiosidade e excitacao. Ja ouvi muito falar desta balada, que acontece na praia. Alias, acho que a maioria dos mochileiros que estao em Ko Samui estarao rumando para a festa em breve e, como dizem, e bom chegar alguns dias antes, pois fica praticamente impossivel de se achar um lugar para ficar nos dias que antecedem o evento.

Dormimos super bem e, pela manha, acordei com um barulho super alto. Abri a porte de nosso chalet e dei de cara com uma super tempestade. Estava chovendo muito e ventando pra cacete. As mesas do restaurante ao lado comecaram a ser arrastada e as roupas que os turistas deixaram na sacadinha em frente aos seus bangalos comecaram a voar pelos ares.

Em pouco tempo, a tempestade virou nosso hotelzinho de ponta-cabeca e, fico so pensando no que deve ter acontecido no dia do Tsunami, porque embora esta ilha nao tenha sido tao afetada, os hoteis e resorts sao bem proximos do mar e, geralmente sao construcoes baixas, entao nao ha muito o que fazer caso o mar avance.

Quando o clima la fora acalmou, pegamos nossa motinho e fomos rodar por ai. Li sobre alguns templos na regiao e estavamos ali escolhendo qual deles visitar, mas decidimos ir ate o Wat Khunaram Ko Samui, onde um de seus monges encontra-se mumificado.

p1050102A historia na verdade diz que, ao saber que iria morrer, o tal monge pediu para a familia que colocasse o seu corpo em posicao de meditacao. Eles assim o fizeram e, mesmo apos sua morte, o corpo nao se decompos, e hoje, atras daquela redoma de vidro, ainda parece estar meditando.

E impressionante, esta super bem preservado e aqueles oculos escuros que colocaram sob seus olhos conferem um ar ainda mais estranho. Alias, acho esta historia de que ele morreu meditando e por isto seu corpo nao se defez um tanto estranha. Ja ouvi umas historias de monges que conseguem meditar na neve, sem casaco e nao morrem de frio, e acredito um pouco no poder da mente. Mas para mim, a familia dele fez alguma coisa, que nunca iremos saber…

Terminamos o dia num pub ingles, na vilinha de Bo phat. Alias, tem bastante expatriados na ilha. Tanto e que ha ate um jornalzinho em ingles para aqueles que decidiram fazer da Tailandia sua casa e, pensando bem, da uma vontadezinha de fazer o mesmo.

O lugar e lindo, realmente um dos paises mais legais que ja visitei. As praias sao maravilhosas, a balada e boa, a comida e deliciosa, e o custo de vida super baixo. Da pra viver como rei, gastando pouco.

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Ali na vilinha comecamos a nos organizar para partir. Teriamos duas opcoes, ou ficavamos em Ko Samui e pegariamos o barco apenas para ir na festa ou ja iamos de mala e cuia para Ko Pha Ngan, e tentariamos descoalr um pico por  la.

Bom, eu li um pouco sobre a primeira opcao, mas achei roubada. Alguns anos atras, um destes barcos que vao para a festa a noite e retornam de manhazinha estava superlotado de turistas e, na volta, pegaram um pouco de tempestade. O barco virou e morreu todo mundo. E tambem, imagina, sair da balada, ter que pegar barco, ah nao, muita funcao.

Entao decidimos que sairiamos dali mesmo, no dia seguinte. Deixamos nosso hotelzinho e pegamos um outro bem mais proximo do porto.

Jantamos num lugar maravilhoso, com mesinhas iluminadas por velas, na sacada sob o mar. Foi uma otima despedida e, olhando para o ceu, vejo que a lua cresceu mais um pouquinho. Ta chegando. A lua cheia.

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Chiang Mai – Tailandia

sábado, 27 de dezembro de 2008


O trem que pegamos ate Chiang Mai e um destes trens noturnos, e deveremos chegar ao nosso destino pela

manha. Eu simplesmente adoro viajar assim, acho que voce ve muito mais do pais desta maneira, quando cruza a cidade ate seus suburbios mais distantes, ate passar por areas desabitadas, fazendas, campos, fora dos centros comerciais e turisticos. E como chegar na casa de alguem de surpresa pela manha.

Os trens na Tailandia sao bem modernos e limpos. Nosso vagao veio lotado de mochileiros, uma galera bem nova, e bem internacional, que vieram fazendo a maior festa.

Na hora de dormir, um funcionario apareceu ali do nada, meio que adivinhando nossa intencao e, com uma rapidez impressionante, reenclinou as poltronas transformado-as em camas, colocou o lencol,  cobertor e assim, a cama apareceu arrumadinha para nos. Cada caminha tem uma luz de cabeceira e cortinas e voce fica la dentro fechadinho, apesar deque, com o barulho que a galera veio fazendo, foi dificil dormir.

Pela manha, acordamos com o cafe-da-manha, que uma funcionaria veio nos trazer. O tiozinho arrumador de camas apareceu de novo, e rapidamente transformou as camas em poltronas de novo e colocou uma mesinha entre elas. E ali, tomando um cafezinho super gostoso, me perdi na paisagem que corria a minha frente.

A vegetacao e espessa, as arvores intercalam-se com matos altos, flores exoticas as vezes aparecem. Ha um toque de tropical, mas ha tambem um toque oriental. A mata e bem distinta. E linda. Nao me canso de olhar.

Chegamos em Chiang Mai ja no comeco da tarde. Saindo da estacao, varios taxistas nos aguardavam, com sugestoes de acomodacao nas proximidades, entao apenas subimos num dos veiculos estacionados ali na porta da estacao. Percorremos pela cidade, que por sinal e encantadora, cheia de belos templos e recortada por uma muralha anciente. Logo chegamos numa pousadinha super bonitinha, decorada com belos moveis de madeira trabalhada e, adivinha, a galera do trem  tambem apareceu por al.

Descansamos durante a tarde e a noite, fomos conhecer os famosos bazares noturnos da cidade. Caminhamos um tanto ate que as barraquinhas comecaram a aparecer, tanta coisa legal, nossa da vontade de comprar tudo o que vemos pela frente! Mas a mochila ja tah pesadinha do jeito que esta, entao, apenas comprei uma sandalia imitacao da marca alema Birkinstocks.

Jantamos ali pelo mercado, numa das varias barraquinhas de comida. Ao voltarmos para o hotel, os mochileiros do trem tavam ali pela piscina. Comprei umas cervejas e nos juntamos a eles. O grupo era bem variado, umas meninas alemas, um americano, alguns holandeses. Eles estarao indo para a ‘Full Moon Party’ que acontecera na ilha de Ko Phan Gan, onde tambem iremos.  Os donos do hotel tambem aderiram ao nosso grupo e colocaram na mesa um whisky local que era um averdadeira bomba.

A noite foi divertidissima. Pela manha, enquanto tomavamos cafe-da-manha, estudamos o mapa da area. Vi uma menina colocando umas fotos na internet de tigres bebes e fiquei super curiosa: em algum lugar por ali perto deve haver uma reserva. E seria um sonho ir visita-los. Vasculhamos o mapa ate que encontramos o lugar. Alugamos uma motinho e para la fomos.

A reserva nao ficava muito longe e o caminho para la foi bem bonito, pois fora da area urbana, da para ver as montanhas que cercam a cidade. O ‘Tiger Kingdom’ como e conhecido e um santuario onde tigres sao criados para depois serem vendidos para zoologicos. A visita consiste em 3 etapas que variam de acordo com a idade media (e tamanho) dos animais. Comecamos pela maternidade.

Logo que chegamos, fomos recebidos pelos tigres bebes, que ja possuem o tamanho de um cachorro de porte medio. Eles estavam bem agitados, e nao sao nem um pouco timidos com pessoas a sua volta, eles se aproximam, brincam, mordem. No quarto ha um funcionario responsavel em manter os tigrinhos ‘na linha’: com um pedaco de bambu na mao, ele bate na cabeca dos animais cada vez que eles fazem algo de errado, como atacar os turistas por exemplo. Aos poucos o animal vai se acostumando e a necessidade de acoita-los e cada vez menor.

Mas mesmo assim, acho a ideia de domestica-los um tanto distante. Aqueles bichinhos de aparencia fofa, olhos arregalados e patas enormes nao sao gatos grandes. Sao tigres.Nao gostam de ser acariciados e as vezes parece que estao se posicionando para ter o melhor angulo para pular em voce. E ao verem o Al, meu, eles ficaram doidos. Serio mesmo, foi ele entrar no quarto, todos os tigrinhos se aproximaram. Um deles comecou a morder a camisa do Al. Outro, o pe. Mas fora um arranhaozinho aqui e outro ali, nada serio aconteceu.

Dali passamos para a area onde estao os tigres com 6 meses de idade. Novamente, o Al acabou atraindo a atencao deles que, vez por outra pulavam sob ele querendo brincar. Ou eles acharam que ele tambem era um tigrinho, ou ele (o Al) estava com cheirinho de zebra, ahahhaha, o que acho que e mais provavel (ai se ele me ve falando assim…).

No final, fomos ver os tigres maiores, com 11 meses de idade. Neste estagio eles alcancaram apenas 1 terco do seu tamanho adulto, e olha, ja sao enormes! Mas por incrivel que pareca, os maiores foram os mais comportados, acho que a tecnica do bastao de bambu da certo mesmo, pois os maiores, de todos os que vimos, eram os mais tranquilos.

Foi um momento inesquecivel, sentir de pertinho estes animais, tao bonitos quanto perigosos.

Na volta, paramos para conhecer alguns templos. Chiang Mai ostenta mais de 300 templos espalhados pela cidade, quase a mesma quantidade que em Bagkok, mas numa area geografica bem menor, o que confere a cidade uma aurea de encantamento.

As ruas tambem parecem ser menos produzidas, apesar dos ‘hoteizinhos da moda’ que se multiplicam pela regiao. Dizem que no passado a cidade era acessivel apenas por elefantes e por esta razao, ela foi uma das que mais conservou suas tradicoes locais.

E, para conhecer um pouquinho mais sobre estas tradicoes, encerramos a noite com um torneio de Mai Tai, ou boxe tailandes como tambem eh conhecido.
Atravessamos a cidade e chegamos ate a Arena Principal, onde estava acontecendo o torneio. Pelo programa, naquela noite teriamos 11 lutas, algumas delas pela disputa do titulo de campeao, bem como premios em dinheiro.

Olhando pelo programa, e principalmente pelo peso dos lutadores, me senti assistindo a uma competicao escolar, pois o mais pesadinho ali tinha por volta de 60 kilos. Mas nao, embora alguns parecam mesmo com criancas, o tipo fisico das pessoas por aqui e mesmo menor que na Europa e Brasil.

A primeira luta que assistimos foi entre dois menininhos, que deveriam ter uns doze, treze anos. Apesar da pouca idade, ambos possuiam musculos super bem definidos e, com o entoar de uma musica que seguia sempre o mesmo ritmo, trocavam socos e muitas joelhadas entre si. Apesar da pouca idade, eles lutavam como homem feitos e nao deu para nao sentir um pouquinho de pena, pois eles deveriam estar na escola, ou brincando na rua, ao inves de numa arena, praticando um esporte tao violento.

As lutas, com o passar do tempo foram tornando-se mais e mais pesadas. Aonde havia disputa de titulo entao, nem se fala. Todos os movimentos eram seguidos pela plateia que pareciam ir a loucura quando um dos chutes/socos acertavam o oponente em cheio.

Ao lado do ringue, uma multidao parecia alvorocada, homens trocando notas de dinheiro entre eles. Fui la para ver o que estava acontecendo e um rapaz me explicou que ali eles estavam na verdade apostando dinheiro em quem iria ganhar. Achei estranho, pois nao havia uma banca, ou alguem que tivesse encarregado de tomar conta das apostas. Um senhor se aproximou e perguntou quem eu achava que iria ganhar, eu escolhi o homem de calcao azul, ele escolheu o de vermelho e assim, parece que apostamos. Bom, perdi a aposta, mas ele nem deu bola em receber o dinheiro. Nao entendi nada.

Muitas lutas depois (uma ateh com um knockout!), voltamos para nosso hotel. Amanha seguiremos para Luang Pra


Bangkok – Tailandia – 2008

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Por mais que voce leia, se prepare, pegue todas as dicas que puder, chegar num pais novo e sempre um encontro com o inesperado. Fora Mc Leod que juro por Deus, mas parece que sonhei com aquele lugar, todos os lugares que estivemos foi assim, tipo, sair do aeroporto, olhar pro ceu, para as pessoas, ate para o cinzeiro do aeroporto, e se ligar que aqui e tudo diferente….

E, Tailandia, entao, nem se fala. Li o livro de Alex Garland, ‘a Praia’ e tambem assisti ao filme, por isto, a ideia que tinha de Bangkok era aquela visao, ruas cheias, galinhas cruzando as vias, barraquinhas espremidas no meio da calcada vendendo sangue de cobra, essas coisas.

A cidade começou como um pequeno centro comercial e comunidade portuária,  servindo a cidade da Ayutthaya, que era a capital de Siam até que caiu nas mãos de Birmânia em 1767. Em 1782, a capital foi estabelecida em Thon Buri (agora parte de Bangkok) no lado oeste do rio. O rei Rama I construiu um palácio sobre a curva do rio e fez de Bangkok a sua capital, renomeando-a Krung Thep, que significa “cidade dos anjos”.

Uma curiosidade e que a cidade tambem esta listada no livro Guiness dos recordes, porcausa da extensao de seu nome original que na integra le-se: Krung Thep Mahanakhon Amon Rattanakosin Mahinthara Yuthaya Mahadilok Phop Noppharat Ratchathani Burirom Udomratchaniwet Mahasathan Amon Piman Awatan Sathit Sakkathattiya Witsanukam Prasit, ufa!

Descemos e logo tomamos nosso rumo ate a Kho San Road, o reduto dos mochileiros na cidade. Ali, a rua principal e fechada para o transito, e e lotada por barraquinhas vendendo desde roupas de praia, varios DVDs piratas, vestidinhos lindinhos, artesanato, etc. Uma barraquinha em especial me chamou a atencao, pois atraves de um cartaz oferecia forjar documentos como carteira de motorista, RG, Diplomas, etc…

Depois de nosso perrengue todo na noite anterior, decidimos pegar um hotel melhorzinho e, achamos um ali nas proximidades por meros 60 Reais/noite, com direito a piscina e tudo mais. Cheio de barzinhos em volta e bem em cima do 7Eleven, que pipocam a cada esquina deste pais. Tudo tao facil e bem ali a nossa frente que, depois de nosso dia em Calcuta, nao houve como nao fazer a comparacao: a India era a realidade nua e crua, fascinante, mas que nao faz forca para agradar. A Tailandia e o sonho, e a anfitria que te recebe cheia de sorrisos e flores.

Deixamos nossas coisas no hotel e fomos tomar uma cervejinha na area. Os bares por ali fervem de turistas. Muitos homens de meia idade sozinhos, outros acompanhados por tailandesas, varios grupos de nacionalidades diversas, o clima geral e de festa. Caminhamos por entre as vias, passando por varios restaurantes tipicos, decorados com flores diferentes, bambu, plantas. O clima no ar e tropical, um calor gostoso que me fez lembrar do Brasil. E ali, logo de cara vi que vou adorar este lugar.

Ainda meio cansados da viagem, apenas perambulamos em nosso primeiro dia. Fomos ate as proximidades do Rio Chao Praya e, com o cair da tarde, paramos num dos restaurantes para jantar. A comida tailandesa e um atrativo a parte. A combinacao de sabores e aromas e simplesmente maravilhosa, apesar de algumas vezes ser um tanto apimentada.

Terminamos a noite num barzinho de Ko San rd. No dia seguinte, saimos para explorar um pouco a cidade, entao pegamos um taxi ate a estacao onde sai o Skyline Train, um trenzinho que corre por trilhos elevados, como o projeto do Celso Pitta, o fura-fila (que fim levou ele?).

Mas as estacoes sao limpas modernas e nos trens ha uma diversidade de tipos de pessoas diferentes: executivos indo para o trabalho, os turistas (por todos os lugares), os sex-pats (cinquentoes europeus que visitam o pais em busca de ‘amor’), estrangeiros a trabalho pela cidade alem daquelas mocinhas lindas mas com um pe tamanho 42 e o carocinho da maca do Adao no pescoco.

Caminhamos o dia inteiro e terminamos a tarde na piscina, que fica no ultimo andar de nosso hotel. A vista la de cima e maravilhosa e dali, com o aproximar da noite, ja da para escutar o aumento gradual do borburinho nas ruas abaixo. A noite, Bangkok se transforma.

E aquela ideia de incosciente coletivo, onde as pessoas por saberem que estao em Bangkok sentem aquele desejo de cair na noite atras de diversao. Ou o contrario, Bangkok e assim porque todo mundo foi para la meio mal intencionado….

E fizemos o mesmo. Desde que assisti a ‘Priscila a Rainha do Deserto’ e tambem apos ouvir as historias de amigos meus que vieram para ca e assistiram ao ‘Ping Pong’ show, fiquei curiosa de saber se era mesmo fato ou boato. Entao fomos ate a area de Pat pong. Ha alguns anos atras, a area era um verdadeiro supermercado do sexo. O publico era formado fortemente pelos cinquentoes que mencionei acima, mas hoje, embora eles ainda estejam na area, o lugar tambem e frequentado por turistas de todas as idades.

Ao caminhar pelo mercado noturno, no calcadao entre as boates, varios tailandesinhos vieram nos abordar. O esquema era sempre o mesmo: chegavam com um papel na mao, onde escrito havia uma lista enorme de coisas como ‘Pussy smokes, Pussy Writes letters, pussy rainbow, pussy this, pussy that…’ . Aparentemente, estas eram os atos dos shows acontecendo nas imediacoes.

Depois de nos certificarmos de quanto iriamos pagar, porque nada e de graca nesta terra, entramos. O lugar era pequenininho e a luz vermelha ja era um sinal do que estava pro vir. No palco, algumas tailandesinhas dancavam de biquini, ate que alguem trouxe um bolo de aniversario. Uma das meninas se posicionou bem acima dele e, tirando a parte debaixo do biquini, assoprou as velhinas com aquela parte mesmo que voce esta pensando.

A segunda entrou em cena e colocou um papel no chao. Se aproximou do Alistair e perguntou o nome dele. Colocou uma caneta bem la na perereca e comecou a escrever uma cartinha para o Al. Nossa, olha nunca pensei que esta parte do corpo humano fosse tao cheia de utilidades!

O show tava engracadissimo ate que a certa altura, uma banana voou do palco para nossa mesa!!! Meu, e a menina veio nos pedir para pegar e dar para ela. Eh claro que nao! Tah louca???

Enfim, muito habilidosas, elas demosntraram todas as acrbacias que estavam na listinha. E enfim chegou a hora do ping pong show…A menina sentou com as pernas abertas, colocou a bolinha la dentro, deu uma raquete para o Alistair e assim, a tres, quatro metros de distancia, sacou a bolinha longe. E ainda mirou na raquete!!! Muito, muito engracado. O show em si eh ‘sleazyyyy’ ateh nao poder mais, mas eh divertidissimo.

Saimos do bar e fomos comer nas barraquinhas da rua. Aqui eles fazem tipo um churrasquinho na rua que e uma delicia. Alem de noodles e stir-fries. E ali, nas mesinhas de ferro, com um chicken-sate numa mao e uma cervejinha na outra, ficamos apenas assistindo ao vai-e-vem de gente.

Ate que o Al uma hora vira para mim e diz ‘Olha o que tem bem atras de voce!’. Olhei, vi um tailandesinho me empurrando um saquinho de comida, recusei, olhei para o Al e balancei os ombros como quem diz ‘So What?’. ‘Olha de novo!’.

Olhei e tinha um elefante bebe enorme atras dele. Pulei da cadeira de susto. O elefante estava super inquieto, balancando a tromba para todos os lados.

Aquela cena foi tao surreal que nem eu mesma acredito. So mesmo em Bangkok voce topa com um elefante nas ruas. So mesmo em Bangkok as mulheres atiram bananas com a perereca! Impressionante. Mas depois lendo mais sobre o assunto, aparentemente, devido a grande desmatacao no pais, os elefantes migraram mesmo para a cidade e viraram mendingos, acompanhados de um espertinho que deixa o animal ficar faminto para vender comida para os turistas poderem alimenta-los. Morri de do.


A noite estava otima, mas acho que ficamos satisfeitos com as doideras que vimos hoje entao voltamos para Ko San Rd. Nao era muito tarde, mesmo porque os bares aqui fecham cedo mesmo, por volta da 1h da manha. A rua estava em estado de calamidade publica, muita gente caida pelas sarjetas, uma bagunca!

No dia seguinte, resolvemos fazer um pouco mais de turismo, pois ate agora nao fomos a muitos lugares tipicos, o que na verdade, nem eu nem o Al achamos ruim, mas enfim… Alugamos umas bicicletas, que aqui sao gratuitas e saimos pelas ruas do centro, mas sao tantos templos para conhecer que ficamos meio perdidos e escolhemos por visitar o Wat Pho, onde esta o Budha deitado.

O lugar e simplesmente maravilhoso. A estatua gigantesca do buda deitado e simplesmente fantastica. Apesar de a primeira vista parecer que colocaram ele deitado porque ia ser um trabalhao construir o templo se ele estivesse em pe! Brincaderia….Na verdade a posicao remonta a passagem de Buda para o Nirvana.

Dali seguimos ate o Grand Palace, a residencia oficial do Imperador. Alias, ha fotos da familia real espalhadas pela cidade inteira, pois em agosto foi o aniversario da imperatriz. Dizem que zombar ou criticar o imperador por estes lados de ca e crime penitenciavel.

Continuamos nosso passeio, cruzando pelas ruas da cidade, comprimentando as pessoas que cruzavamos no caminho. Nao e a toa que chamam a Tailandia de terra do sorriso. As pessoas aqui sao tao doces, tao afaveis que a cada minuto tenho vontade de parar e conversar com cada um que encontro.

Voltamos para o hotel ja no fim da tarde e terminamos a noite num restaurante maravilhoso. No dia seguinte, fizemos o check out do hotel e, como nosso trem para Chiang Mai somente sai a noite aproveitamos para nos despedir da cidade com uma sessao de thai massagem.

Diferentemente da sessao que fiz na India, aqui a massagem e muito mais fisica. Ela e feita sob a roupa, e envolve bastante alongamentos e relaxamentos. Tambem a massagista usa bastante forca fisica, que na hora podem parecer dolorosos, mas o resultado e excelente.

Saimos de la felizes da vida. Alias, acho que aqui e a terra do sorriso por causa disto, este lugar e tao bacana que voce chega e sai dali assim: sorrindo!