Arquivo de junho de 2008

Bordeaux – Capebreton – Sunday 22nd June 2008

domingo, 29 de junho de 2008

Desta vez é pra valer, sem paradas para baladinha surpresas!

Pelo menos era o que ensávamos…

Acordamos em Bordeaux, ressacadíssimos depois da balada de ontem, e seguimos pela costa. No caminho, passamos pela Duna Del Pyla, a maior duna da Europa.

Com a ressaca que estávamos, confesso que foi sofrível caminhar até o seu topo (sao cerca de 80 metros de altura, sob um sol de rachar!). Mas valeu a pena, lá de cima, o visual era fantástico.

 

De lá seguimos em direçao a Biarritz.

No caminho, encontramos com um casl que estava pedindo carona na estrada. Nós já viajamos neste esquema, entao sabemos o quanto que é difícil ficar nesta situacao, entao sempre que da – e que nos sentimos seguros – nos procuramos ajudar.

 

Eles estavam vindo de um festival em Surlac,  e queriam ir para uma praia proxima de nosso destino final. No caminho, viemos conversando e tentando nos entender, eles falando em frances, nos respondendo em ingles, uma loucura.

 

Eles abriram umas cervejas e a conversa foi fluindo tao bem, que quando chegamos ao destino deles, eles nos convidaram para umas cervejinhas no bar.

 

Paramos a van ao lado de um lago, e seguimos para o centro. Eles eram da regiao de Chambery, nos Alpes franceses e haviam tirado algumas semanas de folga para viajar pela França.

 

Provavelmente, em nosso dia-a-dia, devemos levar vidas completamente diferentes, mas naquele momento, naquele lugar, havia o interesse comum de nos divertirmos ao maximo. E foi isto que fizemos, conversando em frances, portugues e ingles, demos boas risadas e passamos uma otima tarde.

Estava escurecendo, e os supermercados estavam fechados, entao, como tinhamos ainda um pouco de pasta na Van, convidamos nossos novos amigos para jantar.

O Al fez uma pasta maravilhosa e no final fomos deixa-los no camping. Talvez nos encontremos novamente quando passarmos perto de Chambery, mas como nossos planos sao incertos, deixa a vida nos levar…

 

Alguma praia ao Norte de Rayan – Bordeaux 21th June 2008 – Saturday

domingo, 29 de junho de 2008

Parecia um sonho: acordei e já caí na praia!

Tomei meu café ali, na areia, vendo o mar e agradecendo a Deus por este presente!

Hora de partir: hoje vamos até Bordeaux e redondezas, apreciar alguns dos muitos vinhos produzidos pela regiao.

Ali estao as melhores viniculas da Franca. Seguindo um pedido feito por Napoleao, criou-se um ranking entre todos os produtores de vinho do pais, que ate hoje ainda é válido. Os cinco top produtores estao na regiao de Bordeaux e oferecem tours seguidos de uma sessao de degustacao.

Passamos por imensas plantaçoes de uva, e a fome apertou, entao decidimos parar numa vilinha no caminho par almocar.

Chegamos num horario meio ´tricky´ – na França a pratica da ´siesta´tambem é bastante empregada, as cidades ficam as moscas no horario apos o almoço.

Escutamos uma musica la longe e fomos seguindo para ver o que era. Na praca da cidade, varias familias festejavam com um almoco, regado a muito vinho. Chegamos e causamos. Deu pra notar que rolou um silencio e varios olhares foram trocados.

Estava ali, tentando descobrir que festa havíamos invadido, quando vejo o Al, sentadinho ali com uma das familias!!! Foi hilário!!!

Sentei com ele e duas simpaticas senhoras vieram nos trazer vinho e um pedaço de bolo!

Adorei ter participado da festinha e me encantei com a simpatia das pessoas daquela cidade (que nao sabemos o nome!) .

Nos despedimos e seguimos viagem.

Achamos uma vinícula pequenininha aberta, o Al expermimentou um monte de vinhos diferentes. Cara, fiquei de cara de ver o preço: 1 Euro o litro, mais barato que a gasolina! Enchemos dois galoes de vinho e seguimos para a cidade de Bordeaux.

Na verdade estávamos na dúvida se continuávamos direto para Biarritz ou se parávamos em Bordeaux, mas estava um calor infernal, entao decidimos fazer uma pausa para uma cervejinha rapida.

Chegamos em Bordeaux no final da tarde. Ao passar pela praça principal, uma banda de cadetes do exército estava dando um show, muito engraçado.

Andamos até o centro e fomos cruzando com outras bandas, DJs e artistas de rua em geral, espalhados pela cidade.

Paramos num dos bares do centro e acabamos descobrindo que naquela noite iria acontecer o ´Fete de Le Musique´´ um Festival de Música que acontece em toda França no primeiro sábado do início do verao. Perfeito!

O astral do lugar tava tao bom, que decidimos passar a noite ali.

Bordeaux tava bombando. Muita gente nas ruas, assistimos a varios shows diferentes, dancamos na rua sob o sol que se punha, conhecemos um monte de gente bacana. Foi maravilhoso.

E no final da balada, foi so entrar na Van e ´kaput´. Foi otimo.

Nantes – La Rochelle – Alguma praia ao Norte de Rayan- 20th June 2008 – Friday

domingo, 29 de junho de 2008

O caminho até Bordeaux é um tanto longo, então resolvemos fazer algumas paradinhas.

A primeira delas foi em La Rochelle, uma cidade portuária que está ficando cada vez mais badaladinha entre os franceses.

E é fácil entender o porquê: além de ser súper bonita e gostosa, é passagem para algumas belas ilhas, como a Ile-de-re.

Paramos a Van próxima ao parque central da cidade, onde estava acontecendo o ‘Festival de La Tere’, com ‘amigos da terra’ espalhados pela grama, curtindo o solzinho da tarde.

Chegamos no centro ainda a tempo de pegar o final do mercado, e emplogados, compramos um monte de ‘sauscissons’ – salames.

Passeamos pela cidade velha, um verdadeiro labirinto de ruazinhas de pedra, estilo medieval, que desembocam num imenso portal, bem na rua do porto, onde a maioria dos bares e restaurantes se concentram.

Compramos umas cervejas e batatinha frita e ficamos por ali, escutando um artista de rua que tocava gaita de foles.

O Al comprou um vinho/cognac, não sabemos ao certo, da região e continuamos nossa viagem.

Fomos seguindo pela costa atlântica e quanto mais ao Sul seguíamos, as cidades pelas quais passávamos iam tomando uma cara mais de ´beach towns´, com surf e tudo mais.

A costa atlântica da França é maravilhosa. Claro, ainda nao dá para comparar com as praias do Brasil, mas as praias sao bem preservadas, repletas de vegetaçao natural e, o que é melhor: praias com onda e areia!

Passamos por várias prainhas pequenas, seguidas umas das outras.

Escolhemos parar numa delas, porém o acesso a Van nao era muito fácil, entao só fomos ver o mar e pronto. Era uma praia de nudismo, o que fiquei sabendo depois,é bem comum nesta regiao.

Seguimos um pouco adiante ate que enfim, achamos nossa prainha particular! Perfeita, pequenininha e deserta.

Chegamos num momento ótimo, o sol estava se pondo.

Recolhemos alguns galhos secos que achamos pelas proximidades e fizemos uma fogueira e ficamos ali, curtindo o fim de tarde e matando o vinho-cognac.

Para completar o cenário, quando começou a escurecer, apareceu uma lua cheia fantástica sob o mar. Maravilhosa! Dormi olhando para ela, da janela do meu lado da Van…

Nantes – Thursday 19th June 2008-06-26

domingo, 29 de junho de 2008

Depois de tantos embarques e desembarques, resolvemos fazer que nem os velhinhos do camping em Luxemburgo e assistir à grama crescer, ou seja, nada. Ou quase. Aproveitamos para tirar o dia para organizar a Van, lavar as roupas etc.

Estou me apaixonando por nossa Van e sentirei muito a falta dela quando formos vendê-la. Apesar de ‘véinha’, ela é súper funcional e até que bem espaçosa. Por dentro, às vezes ela me lembra os bedsits de Londres, onde você dorme e cozinha no mesmo quarto, com a diferença que temos muito menos bagagem e mais lugares para estoragem.

Entramos numa rotina e a cada parada, estamos levando cada vez menos tempo para nos organizarmos.

Se paramos no camping, é tudo mais fácil: chegamos, conectamos a Van na energia elétrica, colocamos nossos aparatos todos para carregar, abastecemos nossos galões de água e dependendo da hora, pegamos as bikes e vamos curtir a cidade.

Geralmente na volta passamos por um supermercado e compramos nossa janta. À noite, nos revezamos entre quem cozinha, quem fica na internet, e geralmente antes de dormir, estudamos nossas próximas rotas.

Quando acampamos ao ar lvre, fazemos tudo isto acima, mas com a diferença que nem sempre temos energia elétrica. Sempre que chegamos em algum lugar, fazemos uma verdadeira ‘varredura’ na área atr’as de tomadas. Se não econramos, temos que nos contentar com a bateria reserva da Van, então temos que ser econômicos, para não ficarmos na mão!

Mas até o momento, não posso me queixar. Eu não tenho o menor espírito camping, mas tenho que confessar que eu achava que era muito mais difícil. So far, so good!

Some park, somewhere – Vannes – Nantes – Wednesday 18th June

quinta-feira, 26 de junho de 2008

 

Nossas rotas não são meticulosamente traçadas.

Elas mudam a qualquer momento! Agente sabe onde quer estar em alguns dias, então vamos tomando este rumo, escolhendo passar por algumas cidadezinhas que nos parecem mais interessantes e se gostamos, ali ficamos.

É bom porque estamos os dois neste mesmo rítmo, e até o momento, não houve nenhuma discordância em relação à destinos, ou mesmo no que fazer quando chegamos lá.

Foi neste espírito que decidimos almoçar em Vannes, e depois seguir para Nantes.

Agente quer chegar em Bordeaux e depois seguir para Biarritz e quem sabe passar alguns dias por lá.

Vannes fica na costa atlântica da França, e é uma das cidades mais gostosas pelas quais passamos, existe uma sensação de ‘feel good’ no ar, seja entre os vários turistas, seja entre os locais. Sentamos num dos vários cafés em frente ao porto e ficamos admirando os vários yatchs ali ancorados.

Coincidentemente, chegamos bem no dia do mercado de rua semanal, que acontece no centro da cidade e entramos pelo labirinto de ruas medievais para checarmos os produtos locais.

A supremacia da cozinha francesa em relação às demais, divide opniões. Mas para mim, pelo menos no quesito ingredientes, não tem igual. Há uma variedade de ervas, sabores, condimentos e um cuidado tão grande no preparo dos alimentos, que até mesmo coisas nojentas como escargot podem ser transformadas em um prato delicioso.

Passamos algumas horas no mercado, escolhendo nossa janta, comprei um Chardonnay da região e também, um aceto balsâmico envelhecido por 25 anos!

Saindo de lá, fomos experimentar uma das especialidades locais: ostras. Achamos um restaurantezinho bem próximo ao Mercado de Peixes, e ficamos ali, comendo as melhores ostras que já experimentei, com um vinho branco delicioso.

À nossa volta, vários locais faziam o mesmo. Foi uma tarde ótima.

Seguimos em destino a Nantes, passando pelo litoral. No caminho, demos carona para um francesinho fofo, que não falava nada de inglês, mas conseguimos conversar um pouquinho,em nosso “portu-fran-ingles”.

Chegamos a Nantes no final do dia. Nantes é uma bela e vibrante cidade universitária, repleta de bares e gente jovem. Belos canais recortam a cidade, e ruas antigas interligam ensolaradas praças. Pegamos um Tram até o centro, cheio de estudantes fazendo a maior zona no trem. Assistimos RússiaX Suécia num dos barzinhos no centro. À noite, o Al preparou ‘lagostim na manteiga que compramos em Vannes, maravilhoso, comemos súper bem.

 

Somewhere on the Road – Mont –St- Michel – Tuesday 17th June

terça-feira, 24 de junho de 2008

To the beach! Depois de ver tantas vilas bonitinhas, chegou a hora d ir ver o mar! Escolhemos seguir para a Mont-St-Michel, na costa norte da França.

Já de longe, ficamos impressionados com o lugar, pois lá no fim do horizonte, pode-se enxergar o monte, nas proximidades do mar, e bem no seu topo, uma suntuosa catedral. Pelas encostas, todo um complexo medieval, cercado por muros de pedra. O lugar beira o surreal, não apenas visualmente, mas também por sua história.

Antigamente os Celtas acreditavam que após a morte, era para lá que seguiam as almas das pessoas. Em 708 DC o Bispo Aubert de Avranches teve uma visão com St Michel, que ordenou que fosse construída uma capela em sua homenagem no topo da montanha. Em 966, o Duke da Normandia, Richard III concedeu a região aos monges Beneditinos, que fizeram do lugar um importante centro de aprendizado. Ao longo do século XI, foi transformado em uma espécie de ‘forte-eclesiástico’, a disposição do Rei, em momentos de combate.

Durante a Guerra dos 100 Anos com a Inglaterra, o forte foi atacado três vezes, porém foi um dos únicos lugares do Norte da França que conseguiu resistir aos ingleses.

Após a Revolução Francesa, foi utilizado como prisão. Quando completou um milênio de existência, foi devolvido aos Beneditinos.

 

Passeamos pelas ruas medievais do complexo, e ficamos exaustos de subir até o topo. Paramos para uma cervejinha com ‘grillette’ (uma espécia de crêpe) e ficamos ali, observando a paisagem em volta do monte. O lugar também causa um pouco de estranheza pela discrepância de suas marés altas e baixas, que pode chegar até 15 metros de diferença.

Weird Place, but in a Good Way…

Enquanto almoçávamos, decidimos passar a noite na Foret-du-Paimpont, que segundo a lenda, foi onde o Rei Arthur recebeu a espada de Excalibur. No caminho, passamos por pequenas vilas, procurando pelo camping. Nos perdemos e resolvemos pedir informações aos locais. Meu francês é quase inexistente e o do Al, também fica por ali: foi um tal de ‘gauche’, ‘après chapelle’…Não sei se chegamos aonde eles estavam nos explicando, mas o parque parecia bacana, tinha água corrente e até eletricidade (roubada dos postes de luz), então ficamos por ali.

 

Paris – Somewhere on the Road – Monday 16th June

terça-feira, 24 de junho de 2008

Quando fizemos nossa rota, eu não me animei muito em passar por Paris, pois já havia estado lá pelo menos umas 4 vezes.

Mas assim que pegamos nossas bikes e fomos até o Centro, passando por seus belos barques e ruas, não teve jeito: caí de amores pela cidade mais uma vez. Não é só a beleza da cidade, é toda uma atmosfera e uma vibração diferente que a cidade tem, que faz dela única. Difícil não se apaixonar.

Estava meio receosa em relação ao meu visto para a Australia, porque ele desde o começo nåo foi muito fácil: apliquei em Londres, no começo do ano, tive que fazer vários exames médicos, cheguei no Brasil, eles me pediram otrocentos documentos de lá, mandei para a Inglaterra, eles me pediram outros, mandei do Brasil, voltei para Londres e como não estava resolvido antes de começar a viajar, solicitei que enviassem a minha documentação para Paris.

Em todo o momento, fui muito bem atendida e os australianos se mostraram bem atenciosos. Mas o processo é burocrático e as chances de haver um ‘fuck up’ é grande. Trabalhei com processos de imigração em Londres por anos e além de ineficientes, eles tratam as pessoas súper mal. E são súper atrapalhados, perdem documentos importantes, e pagam para não trabalhar. Então estava bem receosa mesmo, com todos estes envios de documentos, envolvendo três países diferentes.

Chegamos lá e fomos informados que deveríamos esperar. Peguei uma revista gratuita na recepção para ler, enquanto aguardava. Era uma revista em inglês, tipo a ‘TNT’ de Londres, que falava um pouquinho sobre a vida em Paris. Muitas ofertas de emprego, acomodação, e outras propagandas. Por ali, comecei a tirar uma idéia de como seria morar na cidade, com EUR 1000/mês dá para alugar um flat legal, muitas ofertas de trabalho para ‘English Speakers’, algumas delas até oferecendo aulas gratuitas de francês, bem interessante mesmo. Moraria em Paris fácil!

Fiquei lá, sonhando com a vida parisiense, até que fui chamada, o processo deu certo e agora oficialmente, sou uma residente australiana por tempo indefinitivo. A única condição é que chegue lá antes de janeiro de 2009, que se tudo correr bem, tem grandes chances de acontecer.

Deixamos a embaixada e fomos resolver umas coisitas. Encontramos um Starbucks e passamos a tarde lá, colocando as coisas em dia. Passamos no mercado, compramos um monte de coisas e voltamos pedalando para o camping. Acho que hoje fizemos pelo menos uns 20 km de bike e, ao contrário da Holanda que é plana como uma panqueca, Paris é bem ‘hilly’, ou seja, subimos várias ladeiras, carregando uns 10 kg de mantimentos nas mochilas.

Voltamos e nos preparamos para zarpar, rumo à Normandie, na costa. No caminho, passamos por Chartres, uma cidadezinha linda. Tomamos uma cerveja num bar bem legal, comi o melhor ‘Roquefort’ da minha vida, e seguimos viagem. Já era um tanto tarde para chegarmos até a Normândia, nosso destino, então, demos uma de ‘Mad Max’ e dormimos pela estrada.

Epernay – Paris – Sunday 15th June

segunda-feira, 23 de junho de 2008

 

Perdemos a hora! Levantamos acampamento e fomos conhecer as ‘Champagne Houses’ locais. Em todo o mundo, apenas a produção local pode ser comercialmente chamada de ‘Champagne’. É um monopólio poderoso dos produtores, que conseguiram uma concessão mundial de terem exclusividade sobre o nome, irritando produtores de vinho espumante de outros países.

As ‘Champagne Houses’ ficam bem próximas umas das outras, em mansões cinematográficas. As opções eram muitas, porém escolhemos por visitar a ‘Moet Chandon’.

Conhecemos a história da família ‘Moet’, e de seu criador, que além de ser um grande empresário, era também muito bem relacionado e conseguiu difundir sua marca entre celebridades mundialmente conhecidas, incluindo Napoleão.

A direção da compania mais tarde foi passada a seu filho e seu genro, da familia Chandon, e assim, surgiu a marca ‘Moet Chandon’ como conhecemos hoje.

Visitamos a adega e aprendemos sobre os métodos de preparação da champagne. Ainda bem que o Al não se animou em tentar fazer (ele faz cerveja em casa, e faz a maior bagunça!) pq são anos de preparação para fazer uma garrafa que dura algumas horas!

As galerias da adega são impressionantes. A cidade de champagne está sob mais de 100 kilômetros de galerias, utilizadas como adega pelos produtores locais.

No final do tour, fizemos uma degustação, que foi uma delícia.

Saímos de Champagne e tomamos rumo à Paris.

A viagem durou algumas horas, mas quando chegamos nas proximidades, caos! Um puta trânsito! Cara, tudo bem que o trânsito de São Paulo é muito mais extenso, mas se levarmos em conta que estamos num domingo, e a população de Paris é bem menor, a comparação é válida.

Ficamos uns quarenta minutos para entrar na cidade, um inferno. Chegamos e apagamos, amanhã tenho que estar na Embaixada Australiana pela manhã.

 

Bute montsec – Verdun – Epernay – Saturday 14th June

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Dormir no alto da montanha tem dessas coisas: não tem como evitar o sol na sua cara logo de manhã! Mas foi bom, o dia ia ser longo mesmo, então saímos logo de manhã.

 

 

Tomamos café-da-manhã em Bar-le-Sac. A cidade não é das mais atraentes, porém é cheia de história.

 

Foi aqui que desembarcaram milhares de soldados franceses, para defender a fronteira ao leste, que estava sendo atacada pelos alemães na primeira guerra mundial.

 

 

 

Dali, começa a ‘Sacrée Vie’, a Via Sacra, o caminho que estes soldados fizeram até chegar à Verdun e arredores.

 

Seguimos por este caminho, até chegar no for te de Verdun.

 

 

 

Este forte havia sido construído no século 17. Com a apoderação das regiões de Loraine e Alsace pelos alemães, ele foi bastante fortificado ao longo dos anos e tido como um dos pontos estratégicos, já que fazia fronteira com o território inimigo. Com o início da Primeira Guerra Mundial, França e Alemanha estavam em constante conflito, sem sinais de abatimento de quaisquer um dos lados.

 

Assim, a Alemanha decidiu investir em atacar Verdun, por saber que a França concentraria suas forças em defendê-lo.

 

A investida não tinha por finalidade a conquista de um território, mas sim, eliminar o maior número de franceses possível.

 

Verdun nunca foi conquistada, mas este foi um período dos mais sangrentos da história mundial. Cerca de 400.000 homens de cada lado morreram e o nome da cidade virou sinônimo de chacina e violência.

 

Hoje é possível visitar o forte e as regiões vizinhas, passando por trincheiras e por antigos campos de batalha, que ainda hoje carregam as cicatrizes dos bombardeamentos, com inúmeras crateras.

 

Também foi legal visitar a ‘Citadelle Souterraine’, o forte propriamente dito. Por entre seus 12 Km de galerias subterrâneas (parte do tour é feito através de carros motorizados), você vai passando por uma exibição multimídia que remonta este período, desde como era viver dentro destas galerias subterrâneas (cerca de 10.000 homens pereceram ali, à espera de serem enviados aos campos de batalha), até uma simulação de como era estar na linha de ataque, o que não parece muito divertido.

 

 

Saímos de Verdun impressionados com os horrores do que foi a Primeira Guerra, um evento talvez até mais tenebroso que a segunda, porém muito menos comentado e decidimos animar nossos ânimos com champagne.

 

 

Então fomos direto à fonte, seguimos até Epernay, casa dos maiores fabricantes de champagne da França.

 

Chegamos, demos um rolê pela praça, tava rolando um fetival de artes e uma banda de funk-jazz animava os locais. Doido, pq embora eles cantassem em francês, eles estavam vestindo ‘kilts’, a sainha escocesa. Estava morta de cansada, então fomos procurar o camping.

 

Luxemburgo (LUZ)– Metz (FR)– But Montsec (FR) Friday 13 June

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Na Segunda-feira, devemos estar em Paris para eu receber meu Visto de Residência para a Austrália, que acabou de ser aprovado. Então, começamos a tomar este rumo, o que me deixou bem contente.

 

Eu simplesmente adoro a França. Para mim, este é um dos países mais completos: ótimas condições de ski, belas praias, excelente comida e muito para se descobrir. Tem várias vilinhas espalhadas pela França que são verdadeiros achados,  e Metz está nesta categoria.

 

 

A cidade é mesmo muito bonita, com suas construções de pedra e uma Catedral Gótica maravilhosa.

Passeamos um pouquinho pelo centro, o Al parou para ver o jogo num restaurante e eu fui dar um rolê pelas vielas do centro.

 

 

 

Caí numa rua comercial, cheia de lojinhas e ‘Boulangeries’, cada vitrine súper bem cuidada, em todos os detalhes, seja para vender antiguidades ou até mesmo presunto.

 

Deixamos a cidade no final da tarde e fomos procurar por um lugar para acampar, o Al estava pensando em ir até um Parque Nacional nas proximidades, porém, ao passarmos por uma montanha, avistamos um monumento bem no topo que nos pareceu interessante, e fomos lá ver o que era.

 

 

 

 

Do topo, dava para ver os vales todos ao nosso redor, o sol já estava de pondo, o visual era magnífico. Resolvemos ficar por ali mesmo.

O monumento em si na verdade era um Memorial (Bute montsec), erguido pelos americanos após a primeira guerra mundial. A Alemanha, que já havia se apoderado de algumas regiões da França, resolveu utilizar aquele ponto como uma base estratégica, porque dali poderiam ver e prever as ações de seus inimigos há quilômetros de distância. Eles permaneceram ali por 4 anos, até serem combatidos pelos americanos, numa sangrenta batalha onde mais de meio milhão de pessoas morreram. O curioso é que a história não terminou por aí. Na Segunda Guerra Mundial, os alemães que ocupavam a Normandia (uma região bem próxima), ao perceberem a aproximação das tropas aliadas, recuaram para a região, e acabaram retornando à But Montsec. Numa espécie de ‘Déja vu’, uma nova batalha foi travada e os americanos não tiveram dúvidas em destruir seu próprio monumento para conseguir render os exércitos alemães.