Viena – Lago Mondsee – Salzburg – Thursday 31st July 2008

12 de agosto de 2008

Com parte de nossos ‘affairs’ resolvidos ( e 25 kg de bagagem despachados para a Australia) , seguimos nossos ultimos quilometros com a Van. No caminho, bateu uma nostalgia, e uma sensacao de que deveria ter aproveitado mais nossos momentos juntos. Avaliando estes 52 dias que passamos com ela, acredito que foi uma das melhores formas de se viajar pela Europa: tirando o preco do combustivel, que esta absurdamente caro (na Franca, a media e de 1,5 Euro o litro) e alguns apertos aqui e la, tivemos a liberdade de descobrir lugares maravilhosos, extender ou diminuir nossa estada conforme nossos animos, economizamos uma grana de acomodacao e alimentacao e vivemos com um certo conforto.

Olhando para tras, nossas mochilas estao prontinhas para serem carregadas. Aff!

No caminho, bateu um certo nervosismo. Haviamos conversado com Richard apenas por telefone e email. Depois de algumas negociacoes sobre preco e o que sera transferido a ele, chegamos a um acordo comum, e tudo parece estar se ajustando nos seus lugares. Porem ainda ha a duvida, e se4 ele nao aparecer? E se for trote?

Estamos dirigindo quase 300 km pelo norte da Austria. A paisagem nas proximidades de Viena era bastante industrial e muitos caminhoes nos acompanhavam por ali. Aos poucos, o cenario foi tornando-se mais rural, bulcolico, com belas montanhas e vales.

A certa altura, ja nas proximidades de Salzburg, avistamos um lago a distancia e decidimos fazer uma paradinha por ali.

Encontramos um restaurante as margens do Lago Mondsee, e aproveitamos para jantar. O cenario a nossa frente parecia ter saido de uma pintura, o belo lago, cercado por montanhas, florestas. Como a Austria e bonita. Sao surpresas deste tipo que a Van nos trouxe, chegar no final do dia num lugar destes…Nao tem preco. Serei sempre grata a ela pelo que nos proporcionou.

Mesmo sem querer, continuamos nosso caminho. Ja estava comecando a escurecer e nosso dia seguinte comecara bem cedo (vamos encontrar com o Richie no aeroporto de Salzburg, as nove da manha).

Estive em Salzburg a primeira vez durante o inverno de 2000, e trago excelente recordacoes do lugar: estava nevando pra cacete quando chegamos na cidade, que estava repleta de decoracoes de Natal, bonecos de neve, guirlandas e varios velhinhos com cara de Papai Noel. Me senti dentro de um cartao de Natal. Foi lindo. Ali tambem esta proximo de varias estacoes de esqui, como Bad Gastein, onde tive minha ‘iniciacao’ em snowboard e uma das melhores ferias de minha vida.

Ao chegar, estacionamos a van ao lado do Rio Salzach, nos arredores da Cidade Velha. Dali, conseguimos enxergar o forte de Hohensalzburg, que todo iluminado vigiava a cidade a seus pes.

Salzburg e encantadora. A cidade de Mozart e repleta de construcoes do seculo XVII, em ruas pavimentadas com paralelepipedos , intercaladas com belas pracas, fontes e bem cuidados jardins. Muito da cidade e da Austria em geral estao retratados no filme ‘A Novica Rebelde’, aquele filme que todo mundo assistiu, ou na sessao da tarde, ou na madrugada. Aquela cena inicial da freirinha, rodando e cantando para as montanhas, para mim e um retrato acurado da paisagem geral do pais.

Passeando pela cidade velha, decidimos dar uma esticadinha num dos pubs locais. No lugar, um dueto de austriacos estavam fazendo uma gig otima, tocando rock classico e dando um show com otimos solos de guitarra.

Nossa noite foi otima, bebemos, dancamos e nos acabamos. Ainda bem q nossa Van tava ali pertinho.

Viena – Monday – 28th – 29th – 30th- 31st July 2008

11 de agosto de 2008

 

Agora estamos correndo contra o tempo. Estamos chegando ao final da primeira fase de nossa viagem. Nos proximos dias, deveremos vender a Van, despachar tudo aquilo que nao formos usar para a Australia, resolver toda a documentacao do carro e, se tudo der certo, iremos continuar nossa viagem de trem.

 

Assim sendo, entramos em Viena no meio do dia. Alguem um dia comparou a cidade a um bolo-de-noivas, por seus enfeitados predios, galerias e museus. Mas nesta rapida impressao que tive da cidade,  so pude notar que a grandiosidade do Imperio dos Habsburgos foram ali perpetuadas, nas construcoes.

 

 

 

Chegamos no camping, e a atendente estava usando uma camiseta com os dizeres: ‘Na Austria nos nao temos cangurus!’ Achei aquilo a maior graca. Aparentemente, a piadinha foi criada pela Central de Turismo, que cansou de atender turistas ameriicanos confusos com a proximidade dos nomes dos dois paises!

Chegamos, e logo comecamos a organizar tudo o que ficava e o que seria despachado. Como sempre, de cara ja notei que metade das roupas q estao na minha mochila, nao serao usadas, e francamente, trazer uma mala de cremes, foi a maior viagem.

Livros, Cds, laptop, equipamento.Cara, como temos coisas! podemos abrir uma loja! Depois foi a hora de resolover a papelada do carro, putz, o Al esqueceu de trazer o Mot, que estresse!

Ligamos para o Richard, o nosso possivel comprador, combinamos os detalhes da transacao. Iremos encontra-lo em Salzburg, na sexta feira. Nos o conhecemos atraves de um anuncio que colocamos no Gumtree.com, um site de anuncios de Londres.

Ele pareceu suficientemente assertivo em relacao a Van, entao, demos a venda como certa e assim, passamos nossos proximos dias, nos preparando para a Viagem.

Deixamos Viena na quinta feira. Senti nao ter conhecido mais desta cidade, mas no time to stand and stare.

 

Graz – 27th July 2008

11 de agosto de 2008

 

E dificil acreditar que um pais tao pequeno e isolado pela cadeia montanhosa dos Alpes tenha sido um dia o centro do Imperio dos Habsburgos, e uma das potencias mais influentes do mundo.

 

Hoje, talvez seja mais conhecido por ter sido o berco de alguns estranhos individuos que gostam de manter pessoas trancadas em seus poroes. E tambem, e claro, do Arnie.

 

Alias, Arnold Schwznegger nasceu em Graz, uma das principais regioes do Sul da Austria. Na cidade, havia um estadio nomeado em sua homenagem, porem, alguns dizem que apos a execucao de Tookie Willians na California em 2005, a cidade decidiu romper relacoes com o Governator, e o estadio foi renomeado. 

Graz e uma cidade que deve ser uma Mecca dos arquitetos. Ha uma variedade de construcoes, alternando-se entre o moderno e o classico, harmoniosamente e ruas de pedras com construcoes super futuristicas, como por exemplo, o Murinsel.

 

 

 

Este lugar e uma ilha artificial no Rio Mur, desenhada no formato de uma concha aberta. Numa de suas faces, ha um anfiteatro e na outra, um excelente bar.

 

Logo nas proximidades, ha o Kunsthaus Graz, criado por dois arquitetos ingleses e conhecido entre os locais como ‘allien amigavel’. O predio, com sua iluminacao e formato, lembra uma nave espacial. Porem, ali e o palco para exibicoes de arte ou exposicoes que dizem serem muito bem selecionadas.

Passeamos pela cidade velha e tambem pelo Schlossberg, a colina do castelo. Porem nao nos animamos a subir os seus 260 degraus, que dizem levar a uma das mais belas vistas da cidade.

Como dizem, Graz definitivamente merece alguns dias a mais, mas agora temos um deadline: iremos ate Vienna para resolver algumas coisas, despachar nossa bagagem, vender a Van em Salzburg para continuarmos de trem, entao agora nao podemos marcar com o tempo.

 

Bled – 25th, 26th, 27th July 2008

11 de agosto de 2008

Imagine uma pintura, tao bela e perfeita que jamais poderia ser uma paisagem real. Um belo lago, de aguas de um tom azul esmeralda, tranquilas, refletindo a luz do sol.

No centro deste lago, uma pequena ilha e nela, uma catedral de pedra, totalmente isolada. Ao redor do lago, uma rica floresta de um verde profundo.

 

 

E, se a paisagem ja nao esta bonita o suficiente, adicione uma bela montanha na borda deste lago. Ao topo, imagine um castelo medieval maravilhoso, debrucado sobre o penhasco. Imaginou?

Bem vindo a Bled, um lugar que parece ter saido de um sonho.

Assim que percorremos os 50 km que o separa da capital eslovena, chegamos neste paraiso e, como nao poderia deixar de ser, caimos de amores e decidimos passar alguns dias por ali.

 

Encontramos um camping otimo, bem de frente ao grande lago e ali, deitados na grama, terminamos a tarde.

 

 

 

 

No dia seguinte, fomos expolorar a pequena ilha, alugamos um pequeno bote e remamos ate la. No caminho de volta, nao resistimos e pulamos na agua. Nadar naquelas aguas transparentes foi delirante.

Durante a parte da tarde, comecou a cair a maior chuva, entao usamos o resto do dia para nos organizar.

Deixamos Bled e a Eslovnia no dia seguinte, satisfeitissimos com o que encontramos.

 

 

 

Ljubljiana – 24th July 2008

11 de agosto de 2008

 

A primeira coisa que notamos assim que entramos na Eslovenia e o quanto ela e deserta.

Cruzando por extensos campos, florestas e montanhas, cruzamos com pouquissimos indicios de habitacoes. O pais inteiro tem apenas 2 milhoes de habitantes .

A segunda, o quanto ela e pequenininha, ela tem metade da extensao da Suica em area. O ‘ensolarado lado dos Alpes’  como e conhecida entre os europeus, e uma miniatura da Europa.

E uma otima surpresa, que certamente deveria constar no roteiro de todos os mochileiros que se aventurarem por esta area.

Paramos para almocar num dos bares da estrada, e tivemos o nosso primeiro acidente de idioma: compramos uma bandejinha de salame e umas cervejas. O salame na verdade era um doce de frutas secas e a cerveja era misturada com limonada, um lance muito estranho.

Ate agora nossa viagem foi relativamente facil, Franca, Espanha, Italila…Agente se virou bem para nos comunicarmos. Porem, quanto mais a leste estamos caminhando, vamos nos afastando cada vez mais do que estamos habituados e a lingua e apenas o primeiro sintoma!

Em pouco tempo chegamos a capital, Ljubljana. Nao sabia muito o que esperar do lugar, mas confesso que adorei a surpresa: mesmo sem ter grandes atracoes turisticas como Paris, Londres, etc, a cidade esbanja charme e e um desses lugares onde o melhor a fazer e se juntar aos locais e apenas aproveitar a boa vibe da cidade, num de seus descolados cafes.

Apos caminharmos pelo lado oeste do Rio Ljubjanica, onde encontramos uma vasta sequencia de cafes lotados de gente bonita, chegamos ate a Cidade Velha.

Escolhemos um restaurante de comidas tipicas para jantar e o pobre do garcon estava trajando roupas tipicas da regiao, que naquele calor deveria ser uoh. No menu tinha umas opcoes um tanto inusitadas, como culhoes de boi, tripas, carne de cavalo.

Entao, para nao arriscar, pedi um prato mais tradicional, uma linguica, com vegetais da regiao. Bem, chegou o que nos pareceu ser uma ‘salsicha’ preta, de consistencia duvidosa, aparencia estranha e sabor indecifravel.

Ater agora nao sei o que eu comi, e acho melhor deixar assim.

Contemplanos a ideia de esticar a noite num dos clubs da regiao,  uma ex-base comunista que hoje em dia foi ‘squatada’ (invadida por novos moradores, que habitam ocupacoes abandonadas, mas nao pagam aluguel), mas estavamos cansados da viagem, entao  terminamos a noite num dos bares locais.

No dia seguinte, fomos ate o castelo que fica no topo de uma montanha nas redondezas. Ali de cima, voce tem uma vista maravilhosa da cidade. Consigo imaginar Ljubljana entrando no roteiro das populares capitais europeias. Bonita, barata e devido ao seu ingresso na Uniao Europeia em Maio de 2004, acessivel.

Passeamos um pouco mais pela cidade e continuamos nossa viagem.

Trieste 22nd, 23rd and 24th July 2008

11 de agosto de 2008

Em nossa rota rumo a Slovenia, Trieste nos pareceu uma paradinha interessante: a porta de saida da Italia e recheada de historia, apesar de nao ser tao atraente como suas irmas italianas.

Tambem, sua localizacao geografica oferece variedade para quem gosta de trilhas, windsurf, ou apenas relaxar numa de suas ‘praias’.

 

 

Na verdade, as ‘praias’ sao trechos na costa com rochas ou pavimento cimentado onde voce pode tomar sol, e nadar, embora, por ser uma cidade portuaria, o mar nao e dos mais limpos.

Ja era um pouco tarde quando chegamos no camping, que fica ha duzentos metros da borda com a Slovenia, entao apenas pegamos umas cervejas e fomos ate o porto em frente ao camping.

Estavamos ali, admirando o final da Peninsula, onde nos pareceu ser a Croacia, quando avistamos uma tempestade no mar, ali naquele trecho. O ceu estava nublado e cada trovao disparado iluminava o ceu com um clarao que parecia uma ‘blitz’ aerea. O ‘bombardeamento’ durou por cerca de uma hora, e foi um bizarro espetaculo.

No dia seguinte, pegamos as bicicletas e fomos explorar a regiao. Almocamos numa Cooperativa de Pescadores (nada como ir direto a fonte, neh?) e comi o melhor atum da minha vida.

 

De la, continuamos pela costa, ate que atravessamos para o lado da Slovenia.

 

 

A duana estava totalmente abandonada. Um caminhao do exercito parecia ter sido esquecido ali por um bom tempo. Engracado ver como o mundo mudou rapido: esta fronteira deveria ter sido super visada num passado nao muito distante.

 

 

No final da tarde, fomos ate o mirante. estava um por-do-sol alucinante.

 

Veneza 21st – 22ns July 2008

11 de agosto de 2008

Assim que nos organizamos, retomamos nossa rota rumo a Veneza.

Ja havia ouvido falar que o transito de automoveis pela cidade e praticamente impossivel, entao, assim sendo, pelo caminho encontramos uma rota alternativa: poderiamos estacionar a Van num estacionamento fechado e dali, seguir de vaporetto.

E assim o fizemos e para mim, foi uma das melhores maneiras de chegar na cidade.

A Veneza atual e a Disenalndia do turista: sao muitos monumentos, piazzas, lojinhas e um emanharado de pessoas por entre suas ruas labirinticas.

Nos perdemos, nos achamos, nos perdemos de novo (cara, cade meu GPS?) entre suas 117 ilhas e 150 canais.

Apesar de haver perdido um tanto do seu esplendor do passado, a cidade ainda conserva o seu charme e dificil nao se encantar.

Aquela que um dia foi uma grande potencia mercante, que chegou a dominar metade do Mediterraneo, Adriatico e outras tantas rotas comerciais, hoje e a Mecca do turismo, recebendo mais de 20 milhoes de visitantes durante o ano.  Tambem pelas suas condicoes geograficas, Veneza ja passou por varias inundacoes e corre um serio risco de desaparecer do mapa, caso os mares continuem a subir.

Andamos Veneza de cima a baixo, perseguimos os pombos na Piazza San Marco, fomos explorados pelos restaurantes locais, e no final do dia, com um bom Montepulciano embaixo do braco, pegamos o Vaporetto de volta para a Van.

Ravenna – 20th , 21st July – 2008

11 de agosto de 2008

Deixamos Bologna no meio da tarde e seguimos em direcao a Veneza. Em nossa rota, decidimos dar uma paradinha em Ravenna, a cidade natal de Mussolini e onde o corpo dele esta enterrado  (pelo menos o que restou dele) .

La tambem esta o tumulo de Dante Alighieri, o patrono da lingua italiana e autor da Divina Comedia. A cidade tambem e conhecido por seus mosaicos, heranca de quando foi a capital da parte oeste do ImperIo Romano.

Fomos ate o tumulo de Dante. No claustro, um lampiao bem ao centro queima com oleo fornecido pela cidade de Florenca.

A cidade, por ter expulso o poeta por suas crencas religiosas, paga a penitencia de todo ano, durante o aniversario de sua morte, fornecer o oleo, numa grande cerimonia.

A cidade de Ravenna possui estes e muitos outros atrativos, porem estamos seguindo em direcao a Veneza, nao tivemos tempo para explora-los mais a fundo.

Mas paramos para nossa cerveja de final de dia, num dos bares da praca central. Ali, peguei um jornal gratuito local.

 

Esta e uma dica que recomendo a todos que viajarem pela Europa: os melhores eventos, bares e clubs nao estao listados em guias de viagens, mas sim nos jornais locais, nos posters espalhados pela cidade e flyers em bares.

Ali fiquei sabendo que nao muito distante dali, na Marina di Ravenna, Djs de estilos variados estariam tocando. Como para ir para Veneza poderiamos escolher entre ir pelo interior ou pela costa, entao decidimos pelo ultimo, pois assim poderiamos dar uma espiadinha no tal evento.

Chegamos no final do ‘beach day’, muitas pessoas retornando da praia, outras nos diversos bares, enfim, o lugar estava bombando.

 

A Marina di Ravenna me lembrou um pouco Maresias: areia, sol, balada e azaracao.

 

 

 

 

 

 

So o mar, que difere e muito, ja que estamos na costa do Mar Adriatico e ele e um Piscinao do Ramos!

 

Mas a praia e bacana e com muitos, muitos, muitos bares tocando musica boa.

Nao aguentamos, ali, no final de tarde, tomando um coquetel e escutando indie-rock, decidimos extender nossa ‘espiadinha’ e passamos uma otima noite.

Bologna – 18, 19, 20th July 2008

9 de agosto de 2008

Chegamos em Bologna no finalzinho da tarde. O calor estava simplesmente insuportavel. Por enquanto, esta esta sendo uma das desvantagens que encontramos na Van, ela tem super pouca ventilacao. E no clima seco do Norte da Italia, things can really get hot!

Estavamos ha dois dias campervando na rua, nossa agua havia terminado, cara, tava foda. Dizem que a fome e o melhor tempero. O mesmo se aplica a necessidades basicas, por isto, quando chegamos no camping e vimos aquela piscina maravilhosa, debaixo daquele sol de rachar, quase chorei de alegria. 

Passamos a noite e o inicio do dia seguinte ali, chilling out.

No inicio da tarde, fomos conhecer a cidade. Bologna e tudo o que pode se esperar de uma tipica cidade italiana: ruas confusas, monumentos antigos, pinturas descascadas, varandas enferrujadas, oculos grandoes, perfumes fortes, gente na rua falando alto, rindo, gesticulando, vespas atropelando turistas e muitos, muitos palacetes. Estes ultimos encontram-se sob arcadas que ao todo extendem-se por mais de 40 quilometros! E sao o cartao postal do lugar.

Ela tambem e conhecida como ‘Bologna Vermelha’ (pela coloracao de sua arquitetura) ou ‘Bologna Gorda’ (pelo cuidado com que os bologneses tem com a comida), o que nos pareceu evidente, ao passearmos pelo centro: vitrines exibindo uma infinidade de tipos variados de pastas, cuidadosamente arranjadas.

Experimentamos um otimo tagliatelle alla bolognese (que aqui e conhecido como ragu), num restaurante maravilhoso, sob um palacio todo de pedra.

Depois do jantar, fomos ate a Piazza Maggiore, e ali nos deparamos com um telao enorme. Estava acontecendo uma mostra de filmes. Escolhemos um barzinho nas proximidades e, ali, com um otimo Chardonnay, assisti a Brokeback Mountain.

Adorei! Acho a ideia de cinemas ao ar livre o maximo, e e uma pena que nao seja tao comum como deveria.

O filme acabou um pouco tarde, e voltamos para a Van. Estavamos campervando ali no centro e, cara, mesmo de noite, fritamos. No desespero, subi para o nosso ‘segundo andar’ da Van para ver se a coisa melhorava, mas nao teve jeito.

Para piorar, Bologna tem centenas de bares ali no centro, onde estavamos e nao tinhamos como escapar do burburinho da noite, que na Italia funciona no volume maximo! La pelas duas da manha, a noite acalmou, o calor deu uma tregua para agente e finalmente conseguimos dormir.

No dia seguinte voltamos a Piazza Maggiore e fomos fazer um tour rapido. Ali estao as principais atracoes da cidade, incluindo a Basilica de San Petronio, o santo padroeiro da cidade. A basilica e a quinta maior da Europa e na verdade deveria ter sido a primeira, nao fosse a intervencao da Igreja Catolica, que nao quiz que o esplendor da Basilica de San Pietro fosse de forma alguma rivalizada.

Ali tambem esta a Fontana Del Netuno e o Palacio do Rei Enzo, que ali ficou aprisionado por mais de vinte anos.

Deixamos Bologna no final da tarde.

Friday 18th – Parma – Modena – Bologna

8 de agosto de 2008

Saímos de Parma pela manhã e seguimos em direção à Modena. Esta é uma das muitas cidades ao longo da Via Emília que antigamente era utilizada como uma guardição romana, durante o século 2 AC.

Modena era praticamente desconhecida, ate que durante o século 12 alcançou sua autonomia, passando ao controle da família Este.  

Durante este período, a cidade passou por um período de grande prosperidade, e consequentemente muitos palácios e monumentos foram erguidos.

Modena também é famosa por ser a cidade natal de Luciano Pavarotti. Também esta nas proximidades das fábricas da Ferrari, Maserati e De Tomaso. E é claro, também pelo Aceto Balsâmico.

Após uma breve passeada pelo centro da cidade, fomos até o Centro de Informações ao Turista, que nos forneceu alguns endereços de algumas ACETAIAS – ou seja produtores de aceto locais.

Somente os acetos produzidos na região podem ser chamados de ‘Aceto balsâmico tradizionale’. Os demais são conhecidos como industriais. Seguimos a procura da acetaia mais próxima, e, depois de algumas rodadas, finalmente achamos o endereço.

De fora, parecia mais uma casa normal, bonita, com um belo terraço e jardim, varandas, colunas. Giorgio estava sentado no jardim com o seu cachorro e logo nos convidou a entrar.

Ele não falava uma palavra em inglês, então nossa visita foi praticamente traduzida com o italiano dos meus anos de ‘Dante Alighieri’…

 

Subimos até o andar superior da casa, onde Giorgio armazenava a maioria dos barris de aceto. Começamos o tour com uma série de barris, com as inscrições ‘Carlota’. Giorgio explicou que aquela produção particularmente estava sendo feita para servir como ‘dote’ para o casamento da filha dele, a tal da Carlota. Ele ja havia iniciado a producao no dia em que ela nasceu,ha vinte anos atras. A cada dois anos, ele transferia parte do conteudo de um barril maior para um menor e deste, para um menor ainda, ate que o produto mais envelhecido fosse aos poucos preenchendo um pequeno barril, que ali permaneceria ate a Carlota casar!

O restante da producao do aceto seguia o mesmo procedimento.Em Modena, apenas 60 familias possuem a concessao para produzi-lo e todas devem seguir padroes de producao super controlados. Existe uma entidade que no final do processo nao apenas aprova, como tambem engarrafa o produto final e, dependendo da qualidade, aroma, sabor e espessura, decidem se o aceto possui o envelhecimento de 12 anos ou de 25 anos, as duas unicas especialidades produzidas.

 

No final de nosso tour, fizemos uma pequena degustacao e, cara, todo este trabalho que eles tem vale a pena: o aroma, o sabor nao se comparam com nenhum aceto que  havia provado antes. Verdadeira obra-de-arte.

Nao sei se ficamos emplogados com nosso tour, mas saimos de la com duas garrafas, que nos custaram provavelmente uma semana de acomodacao, mas nao me arrependo, porque nunca mais terei a chance de provar o produto novamente.

So fico imaginando quanto nao deveria valer o barril da tal Carlota!!!

Seguimos para Bologna e chegamos ali no final da tarde.