Arquivo de julho de 2008

Andorra – Limoux – Friday 4th July

sábado, 12 de julho de 2008

Deixamos Andorra no começo da tarde. Continuamos nossa jornada até o fim dos Pirineus.

Quando finalmente chegamos ao final, no lado francês, estávamos nas proximidades de Limoux, quando o inesperado aconteceu: começamos a ouvir um barulho um tanto preocupante vindo do motor da Van.

Paramos logo em seguida e, tivemos a triste conclusão que nós dois não entendemos muito sobre mecânica. O Al trouxe uns livros e manuais sobre Volkswagen, porém, foi inútil tentar aprender isto agora.

Já era mais de sete horas da noite, de uma sexta-feira. Pensei comigo: we are screwed (estamos fudidos!). Na Europa, os fins de semana são levados mais à sério e muitos dos serviços não abrem sábado e domingo.

Somente quando estamos em situações como esta, sabemos como são nossas reações. Graças a Deus, nós dois conseguimos manter a calma. O primeiro plano era procurar por um camping, primeiro porque eles lidam com turistas e provavelmente falam ingles. Segundo porque lidam também com caravan-people como nós e acredito que outras pessoas tenham passado pelo mesmo problema.

Vimos alguns campings pelo caminho, e decidimos procurá-los.

Provavelmente, entramos em alguma rua que não nos recordávamos e acabamos não os encontrando.

O barulho do motor estava aumentando. Precisávamos achar algo, rápido.

Seguimos até Limoux. Como que por milagre, avistei do outro lado da estrada uma oficina mecânica. Eram oito horas da noite e o lugar ainda estava aberto!

Corremos para lá.

Ali chegando, fui falar com o mecânico local. Gente, foi surreal. Embora eu de cara explicasse que não falava francês, ele desandou a falar, sem parar, por pelo menos meia hora. Pelo pouco que entendi, ele era proprietário do local, e muito bem conceituado. Atendia a toda a região, E estava de saída, mas daria uma olhadinha na nossa Van.

A outra parte de nossa desventura foi mais surreal ainda: após examinar a Van, ele rapidamente ia dando o seu prognóstico. Eu, sem conhecimento de francês e nem de mecânica, ia explicando para o Al o que ele queria dizer.

Conclusão: ele achava que estávamos com um problema na regulagem dos cilindros que compõe o motor. Já eram mais de nove horas, ele somente poderia dar uma olhada pela manhã. Poderíamos dormir na oficina e no dia seguinte, ele poderia regular a Van, caso o problema fosse somente este.

Não tínhamos escolha, então foi isto que fizemos. François era um conversador e tanto. Pelo que nos contou, havia se separado há seis anos atrás, e agora, nos seus cinquenta e dois anos, parecia passar a maior parte do tempo em sua oficina. Tinha duas filhas estudando em Paris e sonhava em um dia aposentar-se e seguir viagem como estamos fazendo.

Ficamos conversando em seu escritório até altas horas da noite, assistindo à videos no Youtube tirando sarro do presidente Sarkosy.

Estava morta de cansada, então me retirei para dormir.

 

Pirineus – Andorra – Wednesday 2nd July – Thursday 3rd July

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Continuamos nossa cruzada pelos pirineus, passando por vários ski-resorts.

Foi engraçado ver como estes lugares diferem de acordo com as estações: durante o inverno, eles ficam repletos de grupos de todas as idades, tanto de dia como de noite, na cidade e nas cadeias de montanhas próximas.

A estação de esqui possui uma atmosfera festiva constante, durante os períodos de boa neve.

Durante o verão, os lugares ficam mais tranquilos, e ao invés dos grupos de ski, os resorts são invadidos pelos ciclistas, em número bem mais reduzido.

Encontramos com vários destes grupos durante nosso caminho. Os franceses parecem levar o ciclismo bem a sério, uniformizados e bem equipados, parecem não temer as subidas de mais de 2000 m, com 6% de declive (que parece pouco, mas acredite, com o sol forte em suas costas e uma distância de alguns vários quilômetros, realmente não é). E muitos deles não são jovens. Impressionante. Fiquei com vergonha de ter reclamado tanto das subidas de Anglet.

Depois de um dia inteiro nas estradas, finalmente chegamos a Andorra, no final da tarde. Andorra é um principado dividido entre a França e a Espanha. A lingua oficial é o catalão e é um paraíso fiscal. Devido a isto, o lugar é repleto de grandes shopping centers. Um ‘paraguay’ europeu.

Espremido entre duas grandes cadeias montanhosas, a sensação que tive é de que tentaram colocar um país inteiro dentro de um pequeno vale, ou seja um pouco claustrofóbico.

Alguns amigos que vieram esquiar por aqui nos recomendaram alguns lugares para comprar equipamentos baratos, então resolvemos ir conferir.

Sou da opnião que ‘duty free’ muitas vezes não é sinal de economia, e Andorra confirmou isto.

Seguimos para um camping local.

Achamos uma ‘wireless’ gratuita e ali ficamos. Me sinto mal por não ter abandonado este vício da Internet, mas também é o meu trabalho e a cada dois três dias preciso me logar. Então, tendo em vista que não curti muito o lugar, foi isto que fiz no próximo dia: tirei o dia para descansar e colocar o trabalho em dia.

Pirineus – Tuesday – 1st July

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Atravessar os pirineus foi uma surpresa atrás da outra. Não sabia ao certo o que esperar do lugar, e muito menos como a Van iria reagir a tantas subidas ingremes. O visual é simplesmente fantástico. Um mar de montanhas a nossa volta, intercaladas por lagos, ou pastos.

 

Algumas construções super antigas em suas encostas, reabanhos de vacas, cabras e cavalos pastavam tranquilamente pelo caminho. Alguns camponeses cortavam o pasto e se preparavam para estocá-lo. Esta parte do mundo é super vulneravel as mudancas climaticas, por esta razão, no verão, o pasto é aparado, arrumado em fileiras, que em seguida são enroladas e armazenadas, pois provavelmente serão estocadas para alimentar os animais durante o inverno.

 

Estas casas antigas que hoje fazem parte de uma bela paisagem provavelmente já vivenciaram uma época onde a vida era muito mais difícil. Não havia luz, nem ao menos água encanada, e os camponeses provavelmente deveriam abastecer-se de água das nascentes próximas.

 

Subir e descer a montanha carregando baldes não parece ser muito divertido. Imagine agora faze-lo sob uma temperatura de muitos graus abaixo de zero!

 

Também, pela escassez de terra arável, a base da alimentação vinha da criação de animais, que também eram escassos, naquela época. Todas as partes dos animais eram aproveitadas, e com isto, foram surgindo os patês e os sauscissons (salames).

Por isto, faça como eu, aprecie um bom patê, com um bom vinho, mas nunca queira saber de que é feito!

 

 

Outra surpresa que tivemos foi em relação à Van. Estávamos cruzando montanhas de até 2000 metros de altura, uma após a outra. Ela, apesar de perder um pouco de potência, aguentou firme e forte. Me senti dentro de um bondinho!

Passamos por vários ski lifts, agora fechados.

 

No caminho, vinha me alternando entre maravilhar pelas belas montanhas e imaginar como seria esquiá-las. Vimos ótimas descidas. Também, passamos por várias construções e vários ski-resorts parecem estar sendo ampliados.

 

Acho que é bom serem rápidos: se o aquecimento global continuar nesta escala, os Pirineus serão seriamente afetados. Em relação aos Alpes, ainda são baixos e atualmente, as condições favoráveis para esquiar já não são totalmente asseguradas.

 

Com o aproximar da noite, chegamos até Arreu, uma vila nas montanhas e lá passamos a noite.

 

 

 

San Sebastian – Pamplona – Jaca – Monday 30th June 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Estamos indo rumo aos Pirineus, mas decidimos passar por Pamplona.

 

A cidade é famosa pelo festival ‘San Fermin’ que acontece de 06-14 de Julho, que consiste numa corrida de touros, de 800 m, pelas ruas principais do centro histórico de Pamplona, que culmina na Praça de Touros da cidade.

 

Milhares de pessoas correm junto com eles, tentando escapar das chifradas.

 

Muitos, fazem ‘night tours’ de San Sebastian, festejando durante todo o caminho, para de manhã participarem da corrida.

 

Eu particularmente sou contra touradas e torço sempre pelos touros.

 

Mas sei que é uma luta perdida, pois após a corrida, os animais são mortos de todo o jeito.  

 

Almoçamos em Pamplona, e seguimos rumo aos Pirineus.

 

Pela primeira vez desde que começamos nossa viagem, estamos seguindo em direção ao Leste, em direção à Austrália!

 

Em direção aos Pirineus, a paisagem vai mudando drasticamente, e em pouco tempo, já estávamos cercados por montanhas, recobertas por florestas e em alguns trechos, pastos.

 

A paisagem tornou-se mais bucólica, e pouco habitada.

As majestosas montanhas muitas vezes ostentavam nascentes, que desembocavam em grandes lagos no vale que as separava, algumas possuíam algumas vilinhas isoladas em seus topos, bem como mosteiros antiquíssimos.

 

No caminho, passamos por algumas represas, que devido ao tipo de solo da região, refletiam uma cor azul turquesa maravilhosa.

 

Estava fazendo um calor de rachar, então não resistimos, paramos numa destas represas e fomos nadar. Foi delicioso!

 

 

Após algumas horinhas por ali, relaxando naquelas águas tranquilas, seguimos nosso destino.

Começou a cair uma chuva de granizos bem forte, então paramos nas proximidades de Jaca, que fica no caminho de Santiago de Compostella, e dormimos por ali, perto de um riozinho lindo.

 

San Sebastian – Sunday 29th June 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Acordar no camping foi como se estivesse passando por um campo de batalha: a ‘tropa francesa’ que encontramos quando retornamos ontem à noite tava derrubada! Corpos espalhados pela grama, alguns ainda abraçados à uma garrafa que continha um misterioso líquido, algumas pela metade, outros, resistentes, ainda bebendo.

Muito engraçado. Descemos até o centro com a Van e desta vez encontramos uma súper vaga: há dois quarteirões do centro! Tínhamos algumas coisas para resolver na cidade, então ficamos ali pela Cidade Velha.

O tempo foi passando, e como hoje é a final da Eurocopa 2008 e a Espanha está na final, resolvemos ficar mais uma noite.

Encontramos um bar que transmitiria o jogo com comentários em inglês e seguimos para lá. Em questão de minutos, o lugar lotou completamente, com uma galera de todas as idades e pelo que vi, de todas as nacionalidades também.

Foi estranho torcer pela Espanha em San Sebastian. Parece que as vozes mais exaltadas não falam espanhol. E muito  menos basco!

Encontramos com um simpático grupo de holandeses, que estavam organizando um ‘surf tour’ pela região, confesso que o último lugar do mundo que esperava encontrar surfistas era na Holanda, mas tudo bem. Também muitos brasileiros morando na cidade.

 

A Espanha merecidamente derrotou a Alemanha e fomos para as ruas comemorar. Ficamos por ali, conversando com os surfistas holandeses. A noite foi acalmando, e assim, seguimos para nossa casa-van.

Anglet – San Sebastian – Saturday – 28th June 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Se Biarritz é a filha rica e comportada dos países bascos, San Sebastian por sua vez é a porra loca. E inquieta.

 

 

Seja pela sua notória vida noturna, seja por sua política separatista.

 

 

 

Se na primeira as vozes de apoio ao ‘Euskadi ta Azkatasuna’ (ETA), ou seja ‘Liberdade às Nações Bascas’, eram mais discretas, em San Sebastian é escancarado, e cartazes de apoio ao movimento são fáceis de serem achados por toda a cidade.

 

Mas apesar da inquitação, a cidade é um destino certeiro para quem busca boas praias e badalação. Agraciada com uma das mais belas costas da Península Ibérica, a cidade encanta com os seus bem cuidados calçadões e construções antigas. Pela Cidade Velha, um labirinto de estreitas vielas, repleta de bares, restaurantes e clubs.

Chegamos no final da tarde e, após algumas várias rodadas pela cidade procurando um lugar para estacionar, decidimos ir até o único camping local.

Ele fica no Monte Igueldo, no canto esquerdo da praia. O monte é um dos pontos turísticos da cidade, pois dali consegue-se vislumbrar a baía inteira.

Fomos subindo a montanha, passamos por vários mirantes e a porra do camping nunca chegava. Após 5 km de subidas ’ingremes, finalmente o encontramos.

Rapidinho, nos organizamos para descer para a Cidade Velha. Infelizmente, o último ônibus de volta ao camping retorna as 11 da noite, então hoje teremos ‘toque de recolher’, o que não estamos muito acostumados.

Fiquei um pouco triste com isto, porque queria muito que o Al aproveitasse a balada, a qual San Sebastian é tão famosa.

Mas tudo bem. Jantamos numa das várias Tavernas locais, e paramos num bar para nossa cervejinha de fim de noite.

Na volta, ao chegarmos no camping, uma galera animadíssima se preparava para cair na night. Considerando que estávamos no último ônibus, entende-se que provavelmente retornariam no primeiro da manhã seguinte. Saudades do tempo em que eu também fazíamos isto! Um grupo de jovens franceses animadíssimos dividiam entre si algumas garrafas de dois litros, de uma misteriosa bebida. Desejamos boa diversão e fomos para o camping.

 

Anglet – Thursday /Friday 26th-27th June 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Fizemos uma verdadeira maratona de praia.

Na quinta, passamos o dia inteiro relaxando na praia de Anglet. Na sexta, era nosso último dia nesta cidade. Pegamos praia em Anglet e depois seguimos para Biarritz. Dormimos na praia, que com o aproximar do final de semana, estava lotada. No final de tarde, fizemos um último reconhecimento de Biarritz e região.

Caminhando pela costa à esquerda, passamos a praia do centro.

Chegamos até o porto, e continuamos até chegar nas próximas praias.

O mar estava bem alto este dia e a muitos surfistas se dividiam entre as ótimas ondas. Passamos pelo ‘Le surf’, um barzinho que é o ponto-de-encontro após a praia.

Continuamos até que chegamos numa área na frente da praia, com várias barraquinhas e muita música rolando. Sem querer, caímos neste festival, que acontece durante cinco dias por ano em Biarritz. Nele, todos os bares e clubs da cidade montam suas barracas na praia, e oferecem bebidas por preços muito menores e boa música para quem quiser se aproximar. Perfeito!

Ficamos ali, curtindo um mojito, vendo as ondas, mas como amanhã estaremos em San Sebastian, decidimos pegar leve. Subimos a montanha em direção ao centro e ao chegarmos no topo, caímos neste outro bar, ‘Les 100 Marches’ que também estava bombando. E deu para entender o por que: bem no topo da montanha, dali se tinha uma das melhores vistas para o pôr do sol no mar. Ficamos ali, bebendo com a galera local.

Seguimos para o centro, para nossa última cerveja na cidade. Achamos um barzinho na Rue Gambettas que nos parecia bacana e decidimos terminar a noite ali. Conhecemos um casal de australianos que haviam mudado recentemente para Londres e ficamos ali, reclamando do metrô e do serviço público londrino. Não havíamos planejado fazer uma baladona esta noite, mas parece que foi inevitável. Toda vez que nos preparávamos para ir embora, mais cervejas iam chegando e até o garçon nos ofereceu uma rodada de ‘Ricard’ , uma bebida popular na França.

Não sabemos até agora como conseguimos subir a montanha de bicicleta de volta à Anglet, mas graças a Deus conseguimos.

Anglet – Wednesday – 25th June 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

O mar subiu um pouco em relação aos outros dias, mas ainda estava numa altura ideal para surfistas ‘iniciantes’. Como estamos nesta categoria, fomos direto para uma das muitas escolas de surf locais. Estaremos morando em Sydney num futuro próximo, e acredito que nos vai ser útil dominarmos este esporte.

Seguimos para o mar com Jonh, nosso instrutor francês. Estva um dia de sol maravilhoso, e a sensação de estar no mar, naquela praia linda, fez tudo valer a pena. Mesmo os vários caldos que tomei e o cansaço contínuo de ter que remar de volta até a rebentação.

Nossa aula foi bem proveitosa e certamente recomendo a todos que queiram aprender a surfar.

No final da tarde, saímos do mar e fomos para a areia. Na praia central de Anglet, a areia tem várias redes de vôlei, disputadíssimas no ‘pós-praia’. Dividimos uma destas redes com uns australianos, e fomos jogar ‘badminton’: uma espécie de tênnis, mas ainvés da bola, você joga com um aparato que parece uma peteca.

Exaustos, celebramos nosso dia com uma cerveja na beira da praia.

Depois do jantar, fomos assistir AlemanhaXTurquia nas quartas de finais da Eurocopa 2008. Cara, que jogão! A Turquia mandou super bem, lançando verdadeiras bombas contra Lehmann, o goleiro alemão. Mas infelizmente, futebol às vezes é um jogo de sorte e a Alemanha ganhou por 3X2.

Biarritz – Anglet – Tuesday 24th June 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Acordamos pilhados e fomos procurar um lugar legal para acampar, mais próximo da praia. Voltamos para Anglet e achamos um pico dez na Praia do Corsário: próximo da praia, com água corrente e banheiro.

Assim que nos instalamos, pegamos as bikes e fomos dar um role. A cidade e a costa são bem servidas de ciclovias, e as bicicletas, como Amsterdan, parecem ter uma preferência em relação aos carros.

O único problema é que, para passar de uma praia para outra, você tem que atravessar uma montanha bem íngreme, que mais parece um treino para o ‘Le tour de France’ (!). Fomos até Biarritz. Me lembrei bastante de quando estive na cidade pela primeira vez, em 2001, e que foram uma das férias mais engraçadas que tive na minha vida. Naquela época, estava pensando em trabalhar com importação e, como estava chegando o verão na Europa, achei que seria uma boa trazer uns biquinis brasileiros e experimentar sua aceitação com os Europeus. Maggie, minha flatmate canadense, me convidou para viajar pelas praias da costa atlântica da Europa, então,para unir o útil ao agradável, levei os biquinis comigo.

Quando cheguei em Biarritz, ainda não sabia ao certo como ‘iniciar’ minha empreitada. Comecei a oferecê-los para a galera do hostel e depois, para o pessoal na praia, mas a coisa tava indo meio devagar. Foi quando no final de tarde, fui até o mirante de Biarritz, ver o sol se por. Lá, conheci dois meninos, que estavam de férias pela cidade e contei meus sonhos emprededores à eles. Eles gostaram da idéia, e se propuseram a me ajudar. Fomos para a praia e chegando lá tudo mudou: extrovertidos e súper engraçados, eles tinham uma maneira de falar com as meninas, e não só venderam todos os biquinis, como deixaram metade da praia apaixonada por eles. Gastamos tudo o que ganhamos em baladas divertidíssimas.

Estava justamente lembrando este episódio, quando entrei num dos surf shops da cidade, e me deparo com vários biquinis brasileiros sendo vendidos no local! Engraçado ver como outras pessoas tiveram a mesma viagem.

 

Após passarmos a tarde pela cidade, retornamos a Anglet. Fomos até a praia, e ficamos ali vendo o sol se por. À noite, dormi escutando o mar quebrar na areia.

Capbreton – Biarritz – Monday 23rd June 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008


Acordamos no campervan parking, ainda meio incertos de onde estávamos. Seguimos até Anglet, uma prainha de 4 km de extensão, próxima à Biarritz.

Lembra um pouco as praias do sul do Brasil, é despretenciosa, com boas ondas, belas praias, galera e um ótimo astral. O mar naquele dia tava meio baixo então seguimos até Biarritz, pela costa.

Ao atravessar a montanha que as separa, pode-se notar a diferença entre as duas: após cair nas graças de Napoleão III, Biarritz virou o balneário dos ‘ricos e famosos’ e as opulentas mansões encravadas ao redor de sua costa deixam isto evidente. Porém, além de descolada, é também eclética, e atualmente socialites européias dividem a praia com surfistas e amantes de praia em geral.


Por fazer parte dos países bascos franceses, ela ainda preserva suas diferenças em relação ao restante da França, possui uma segunda língua, o basco e hábitos e culturas distintos.

A origem dos povos bascos é ainda um mistério. Sabe-se que chegaram na região por volta do Século VI e ali fixaram-se, resistindo as invasões dos francos, visigodos e mouros, e emergiram na Idade Média com uma certa autonomia, mantida até o período da Revolução Francesa. O nacionalismo basco emergiu durante a Guerra Civil Espanhola até a morte do ditador espanhol Franco, em 1975.

O radical movimento separatista, conhecido como ‘Euskadi ta Azkatasuna’ (ETA), ou seja ‘Liberdade às Nações Bascas’, é mais ameno em terras francesas, e estas acabaram por se tornar um refúgio para membros foragidos, bem como a América do Sul e Estados Unidos.

Bela e relaxante durante o dia, inquieta e divertida durante a noite. Dezenas de bares e clubs dividem espaço entre as ruas do Centro, principalmente na rue du Port Vieux.

Mas depois de duas noites na balada, estávamos súper cansados, e seguimos para o camping. O lugar, embora um tanto longe da praia, era ótimo: tinha piscina e era super bem estruturado. Então ficamos por ali, relaxando neste sol da Europa que dura até as nove da noite! Maravilha.