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India – Varkala – 19th – 22nd August 2008

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Duas horas da manha, duas noites sem dormir. Desembarcamos no aeroporto de Trivandrum e, sem passar por nenhum saguao, ja saimos do aeroporto, de encontro a uma centena de rostos que se amontoavam na saida. A calcada, ou pelo menos o que restou dela, era apenas alguns resquicios de concreto, o resto, estrada de terra. Fui procurar um banheiro, e ali, realmente aterrisei no fato de que estava na India: dentro de uma casinha de concreto, sem papel higienico, sem luz, sem vaso…(os banheiros sao de fossa seca).

La fora, um amontoado de pessoas, barraquinhas de comida, taxistas e de repente avistei o Al, cercado por uns seis indianinhos baixinhos. Por uns instantes, parecia que ele tinha sido capturado! Na verdade, eles eram taxistas e queriam nos garantir como seus clientes. Acertamos o preco com um deles e seguimos rumo a Varkala, num carro que deveria ter mais ou menos a minha idade.

O motorista seguiu quieto o caminho inteiro. Estava escuro, as ruas pouco iluminadas nao permitiam que visualizassemos aonde estavamos e, por um instante pensei, imagina, este cara pode levar agente para onde ele quiser e nao iremos nem notar…Bateu um panico rapido, principalmente porque estavamos viajando com o dinheiro da venda van na carteira! E quatro passportes (temos dupla cidadania)….Mais alguns dolares, nossa agente deve valer uma graninha, se este cara decidir nos assaltar!

Chegamos na praia, o motorista desceu, tirou nossas malas do bagageiro, gruniu ‘Varkala’ e ali nos deixou.

Ja fiz algumas viagens na minha vida. Ja passei por alguns lugares estranhos. Mas foi a primeira vez que tive a sensacao ‘Where da fuck am I?’

Eram umas quatro da manha e, mesmo neste horario, algumas pessoas se aglomeravam na praia. Ali, um senhor vestido com um sarongue laranja, o corpo pintado com marcas brancas, sentado na areia e cercado por velas, parecia estar num estado de transe, mesmo estando com os olhos abertos.

Muitas pessoas o assistiam, tomando o que pareceu ser um cha. Quando chegamos, sem querer, divergimos a atencao para nos, e fomos cercados por dezenas de olhares. Nunca havia reparado como os olhos dos indianos sao intensos, grandes e bem desenhados. E, na sombra da fogueira, com o contraste da pele escura, olhando diretamente para nos, tornaram-se ainda mais intensos. A primeira reacao foi a de querer sair dali na hora. Mas, para onde? Onde e que nos estavamos? 

Aos poucos, algumas pessoas foram se aproximando e nos dando algumas coordenadas para chegar ate a area dos hoteis. Subimos uma pequena montanha e logo chegamos a uma praca central e dali, conseguimos ver a area comercial de Varkala, com as lojas e hoteis todos fechados naquela hora da manha.

Sem opcoes e exaustos, deitamos num dos bancos da praca. O Al caiu no sono, eu ainda estava receosa de dormir com toda nossa bagagem ali, fiquei assistindo o mar, que quebrava em ondas fortes no rochedo abaixo de nos.  

Uma densa neblina caia sobre ele. Quando comecou a clarear, o mar e o ceu adiquiriram uma cor lilas e no meio da neblina, alguns vultos negros comecaram a tomar forma. Eram os pescadores voltando do mar. Ja deviam ser umas seis da manha e a cidade aos pouquinhos foi acordando.

Aproveitei e fui procurar hotel para ficar. Tinhamos um mapa e algumas indicacoes. Achamos um lugar bacaninha, de frente para o mar, por 250 rupias (por volta de R$12), mas ja fomos avisados, nao tem agua quente, ja que em Kerala a energia eletrica e super cara e escassa.

Quando o dia clareou fomos conhecer Varkala melhor. A praia fica bem abaixo da montanha onde estavamos. Uma estreita via para pedestres corre rente ao penhasco e faz passagem para os restaurantes, hoteis alem de institutos de ioga, massagem e meditacao.

Coqueiros e mato intercalam-se com trechos de terra vermelha. E no ar… Bem, uma das caracteristicas que achei mais marcante na India ate agora e que ela cheira. Sempre cheira a alguma coisa: as vezes, sinto cheiro de especiarias, outras vezes de incenso, de madeira queimada, as vezes de urina, as vezes de fezes, ja que a maioria das casas no pais nao teem latrinas.

Tomamos nosso primeiro cafe da manha, num dos restaurantes com vista para o mar, e aquela historia de que na India voce vive que nem rei gastando pouco, e pura verdade. Uma refeicao media custa por volta de R$10 (para dois) ou 2, 3 libras esterlinas e as opcoes sao variadas, ja que alem da cozinha indiana, a maioria dos lugares tambem oferece pratos continentais. E muitos sucos naturais, feitos ali na hora, como no Brasil!

Descansamos na parte da tarde e a noite, nos juntamos aos diversos turistas que jantavam ali nos restaurantes do penhasco. Em alguns deles, pescadores exibiam na entrada sua coleta do dia, atum fresco, camaroes enormes, lagosta…

Se, enquanto estavamos mochilando pela Europa, tivemos que ficar de olho para nao estourar o orcamento, na India foi onde decidimos chutar o balde e fazer tudo aquilo que tivessemos vontade. E desta forma, passamos os proximos dias, acordando com o barulho das ondas, tomando cafes-da-manha espetaculares, aproveitando a praia, fazendo ioga a ceu-aberto, tomando coqueteis elaborados durante a noite, seguidos de pratos-de-fruto do mar fresquissimos.
Ainda tivemos o luxo de comprar roupas feita sob medida, com o tecido que escolhemos.

Num destes rompantes de ‘spoil yourself’, decidi fazer uma sessao de massagem ayuredvica. O tratamento consiste em sessoes de massagem, com oleo aquecido, imerso em ervas e plantas, abundantes na regiao. Desde quando estavamos em Sofia, estava com uma dor terrivel na regiao lombar, e vim o caminho todo ate ali a base de Aspirina. Nao sou uma seguidora de medicina alternativa, mas por incrivel que pareca, naquela unica sessao, meu problema foi imediatamente resolvido, como que por magica.

Apos o tratamento, fui esperar o Al num bar local. No terraco, olhando o mar, consegui entender o por que tantas pessoas vem para India atras de ‘iluminacao espiritual’. Embora nao seja uma delas (cheguei aqui por curiosidade e tambem porque estava passando perto!!!), entendo a razao de ser desta causa. O pais tem mesmo algo de diferente, algo que te faz rever valores e filosofias de vida. E, depois do choque inicial de nossa chegada, fomos invadidos por uma sensacao constante de paz e bem-estar e, acho que estamos comecando bem, na descoberta deste novo pedaco de mundo.
 

 

Sharjar – 18th August – Monday 2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008

 

 

 

 

 

 

O slogan da Air Arabia diz assim: ‘Fly cheap. Fly More’. E nao poderia ser acurado. Realmente voamos barato. E realmente voamos mais porque em nosso voo para India tivemos que fazer uma escala de quase 10 horas em Sharjar, nos Emirados Arabes. 

Estavamos exaustos da viagem e, para espantar o sono, fomos ate o centro da cidade. No caminho,  entre grandiosas mansoes, algumas construcoes sendo erguidas.

Entre o solo escavado, areia, muita areia.  O clima era seco, arido. O ar pesado, o sol, gritante. Claro, se despirmos Sharjar de seu asfalto e construcoes, o que sobra e deserto.

Para mim, deserto tambem esta associado a ideia de inabitavel e, se nao fosse pelo petroleo, nao vejo como uma sociedade poderia estar sobrevivendo ali. Eu pelo menos, nao ia durar um dia. Sabe aquela sensacao de areia quente da praia? Entao, ali senti o mesmo, so que ao inves do ardor vir dos meus pes, estava vindo de cima. 

Corremos para o primeiro shopping center que encontramos e ali, tentamos encontrar algum cafe, para relaxar por algumas horinhas, mas foi em vao, apenas varias lojas vendendo burkas estilosas (!), algumas ate com griffes famosas.

Entre os transeuntes, familias se revezavam entre as diversas lojas, compondo um cenario estranho: geralmente o homem seguindo na frente e as mulheres, cobertas de preto de cima abaixo, seguiam passivamente atras.

 

 

 

Olhando de longe, a paisagem para mim, estrangeira, foi dramatica, os vultos de preto sao inexistentes no cenario, como um photoshop malfeito, onde as imagens sao retiradas grotescamente, deixando apenas sombras. E assim sao elas, as mulheres de Sharjar, sombras de seus maridos, pais, irmaos.

E, quando estava comecando a sentir pena deste modo de viver que elas tem (ainda mais neste calor insuportavel), uma senhora de burka se aproximou de mim e me chamou a atencao por estar de jeans e camiseta. E ai entendi que este modo de vida e estranho para mim, nao para elas. E, para me ambientar, tirei a unica ‘vestimenta’ que tinha na mochila: um cobertor da Air Arabia que ‘emprestei’ do aviao, e usei como xale.

Corremos para outro Shopping Center, desta vez, um que nos pareceu mais ocidentalizado. Encontramos um cinema, e, ainda com umas 6 horas para matar, assistimos filme apos filme! No ar condicionado, com meu cobertorzinho, foi perfeito!

O primeiro filme foi ‘Tropical Thunder’, uma excelente comedia do Ben Stiller. O segundo, ‘A Mumia 3’, que nos fez pensar o que era pior, o filme ou o calor de Sharjar, optamos pelo segundo e voltamos para o aeroporto.

Bye Sharjar! Espero nao te ver tao cedo!!!

Istambul – Friday – Sunday – 15th – 17th August 2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Quando nosso onibus chegou na estacao de Sofia, tivemos uma otima surpresa, ele era bem mais confortavel do que estavamos esperando: poltronas espacosas reclinaveis e o melhor, estava bem vazio.

La pela meia noite, cruzamos a fronteira entre a Bulgaria e Sofia. Do outro lado da estrada, uma fila quilometrica de carros e caminhoes passavam pela checagem de passaportes. Ali e o principal ponto de transicao terrestre para a Europa, e o fluxo, mesmo naquela hora da noite era super intenso.

Um pouco a frente, tivemos que passar pela policia federal turca. Todo mundo teve que descer do onibus, com toda a bagagem, e numa fila, aguardavamos o policial, que olhando em nossos olhos, escolhia aleatoriamente as pessoas a serem revistadas. O clima era um tanto tenso, e me lembrou o notorio filme ‘Expresso da Meia Noite’.

Alias, falando nele, dizem que o seu titulo na verdade veio de uma expressao que era utilizada pela policia turca, que, sem condicoes financeiras para condenar e manter prisioneiros de outros paises, apenas retia seus passaportes, ate o julgamento, ‘deixando escapar’ informacoes sobre o trem, que saia a meia noite para a Grecia.

Dali, seguimos para Istambul e la pelas cinco da manha, chegamos na estacao. O motorista nos transferiu para um microbus e aos poucos, ia parando e deixando os seus passageiros. Nao estavamos certos de onde deveriamos descer, e eu, o Al e o Sam, um americano que conhecemos no caminho, confusos, continuamos no onibus.

La pelas seis da manha, chegamos nas proximidades do centro. Pegamos nossas mochilas e iamos seguindo viagem, quando o motorista comecou a falar um monte de coisas em turco, aparentemente ele queria dinheiro, por ter nos deixado mais ao centro. Nao tinhamos notas pequenas, apenas moedas que sobraram dos paises que passamos e, assim, demos nosso trocado para ele, que se contentou em levar um monte de moedas romenas, que nao deveriam valer mais que 5 Reais.

Continuamos em direcao a Sultanahmet, o distrito onde a maioria dos pontos turisticos e albergues da juventude se concentram. Em nossa caminhada, com o amanhecer do dia como cenario, esbarramos com os fundos da Mesquita Azul, sem querer.

Ali, de frente para aquele monumento, naquela hora do dia, tive a sensacao de que voltamos no tempo, quando Istambul ainda era Costantinopla, ha mais de mil anos atras.

Continuamos passando por estreitas ruas de paralelepipedos e casas de madeira, ainda reminiscentes do periodo do Imperio Otomano, uma viagem no tunel do tempo!  Atravessamos patios e mini-bazares, com muitas lojinhas de tapetes e antiguidades, ainda adormecidas. Ate que chegamos na parte antiga de Sultanahmet, nas proximidades do Mar de Marmaris.

Ali em especial, parece ser o reduto dos mochileiros, com uma sequencia de albergues, hospedados em predios de tres ou quatro andares, com bares abertos na cobertura, com vista para o mar, e restaurantes no nivel terreo, com carpetes na calcada, almofadoes e narguiles.

Encontramos um bom hotel por ali, e nos despedimos do Sam. Tiramos algumas horinhas de descanso e fomos explorar a regiao. Nossa primeira parada foi na Mesquita Azul, que leva este nome devido a coloracao de seus mosaicos internos. Na regiao onde se encontra, bem de frente a ela, esta a Aya Sofia, construida na epoca de Justiniano,  e com o intuito de figurar como a mais bela das Basilicas catolicas do mundo.

Quando Constantinopla foi dominada pelos turcos otomanos em 1453 DC, a Igreja foi convertida em mesquita, como aconteceu com varias igrejas da cidade. Atualmente, funciona como um museu.

A Mesquita Azul por sua vez, foi construida no periodo do Sultao Ahmed, no mesmo terreno onde constavam o palacio dos Imperadores do periodo Bizantino. O intuito era o de se criar uma mesquita ainda mais magnifica que a Aya Sofia.

Se a beleza e imponencia da Mesquita impressiona de fora, por dentro ela e ainda mais fascinante, toda decorada de cima abaixo por mosaicos de azulejo azul, com belos vitrais.

 

Saimos de la e fomos conhecer um dos famosos bazares turcos. Chegamos ate o Grand Bazaar sem maiores dificuldades, e ali, nos perdemos entre seus estreitos labirintos. Os bazares sao um espetaculo a parte: dezenas de barraquinhas vendendo de tudo, desde de joias, especiarias, ate roupas e claro, muitos tapetes. 

Fomos interceptados por varios vendedores locais que, com um simpatico sorriso e as palavras magicas ‘Hey My Friend’ tentavam nos engajar em suas praticas comerciais. Alias, acho que na Turquia, eles teem os melhores vendedores do mundo e o poder da barganha, parece ser um esporte nacional, praticado com gosto nas ruas de Istambul.

Empolgados com a atmosfera do local, aceitamos o convite de um dos comerciantes para conhecer sua tapecaria, o que provou ser uma experiencia, no minimo interessante, ja que aos poucos, ele foi nos cercando de tapetes maravilhosos, enquanto contava um pouco sobre as caracteristicas e as vilas onde haviam sido confeccionados.

Realmente, eles parecem obras de arte, mas, como explicamos para o vendedor, levar um tapete destes na mala, em nossa longa viagem, somente se ele voasse!!!!

Terminamos o dia com uma cervejinha num dos bares do distrito onde estavamos hospedados. A noite estava linda. Pela rua, os bares, com suas calcadas cobertas com carpetes e almofadoes, estavam lotados de mochileiros.  A certa altura, a luz acabou no bairro inteiro, mas sabe como e ne?

Mochileiros nao desanimam com quase nada, e assim continuamos por ali, iluminados apenas por velas, o que deixou a atmosfera ainda mais de ‘Mil e Uma Noites’. 

No dia seguinte, ainda estavamos sem energia eletrica (e ninguem sabia nos informar o que havia acontecido).  Tomamos rumo destino ao Topkapi Palace,  a residencia oficial dos sultoes desde 1462 quando foi construido ate o seculo XIX.  O palacio na verdade e um complexo gigantesco, que faz o Buckingham Palace parecer um simples casebre. Ali, entre vastos jardins, palacetes e livrarias, tambem esta um complexo com 400 quartos, que era utilizado como ‘harem’.

Visitar o palacio e uma experiencia que merece algumas boas horas, pois alem de gigantesco, ele tambem hospeda algumas interessantes exposicoes, como por exemplo, parte do tesouro de seus sultoes.

Tambem, numa alcova especial, estao reliquias religiosas que antigamente estavam em Mecca, mas que com o aproximar da Primeira Guerra Mundial, foram recolhidas pelo Sultao, em ordem de protege-las (mas que nunca foram devolvidas). 

Entre elas, estao o cajado de Moises (aquele que dividiu o mar!), fiapos da barba do profeta Muhamed, bem como um de seus caninos.

 

Pegamos o bondinho e viajamos no tempo para conhecer a Istambul atual. Fomos ate a area de Beyoglu, com seus restaurantes e modernos cafes que transmitem a impressao de estarmos dentro de uma outra cidade.

Voltamos caminhando, e assim que cruzamos a Ataturk Bridge, o dramatico entoar do chamado das mesquitas alertavam os fieis a fazerem suas preces, tornando-as distintas na paisagem.

A Yeni Camil, uma das maiores da cidade, estava bem a nossa frente, seguida por outras menores, mais distantes na paisagem porem numerosas. O cantico pareceu ser bem coordenado, iniciado pela maior, seguido pelas demais e tornou o cenario daquele grupo de mesquitas ainda mais fascinante.

Passamos pelo Mercado de Especiarias e retornamos a nosso distrito que, pra variar, ainda estava sem energia eletrica…

O dia seguinte, utilizamos para fazer um tour rapido pela costa do Mar de Marmara, pois a noite comecamos nossa longa jornada em direcao a India. O tour na verdade acabou levando duas horas, e pra ser sincera, foi bem sem -graca. Na volta, paramos para almocar nas proximidades num dos restaurantes-barcos ali do porto. Na verdade, nos barcos ficam apenas a cozinha e as mesas, na lage a sua frente. Mas sao engracadissimos, pois o mar muitas vezes se agita bastante e os cozinheiros dao um show, cozinhando balancando fortemente de um lado para o outro!

 No final do dia, seguimos para o aeroporto. Adorei Istambul, com toda a sua estranheza e fascinante historia. Estar aqui, no palco de tantos acontecimentos importantes de nossa historia, foi emocionante, e quero muito um dia voltar aqui! Inshalla!

Sofia – Thursday 7th – 14th August 2008

sábado, 13 de setembro de 2008

Depois da Europa, nossa proxima parada sera na India. O unico detalhe e que nos ainda nao temos visto para la, so para voces terem uma ideia de quao preparados nos estamos!

Fizemos uma pesquisa com os Consulados em nossa rota, e Sofia nos pareceu a melhor opcao, embora ja estejamos preparados para uma espera que pode levar semanas ate o visto sair.

 

Chegamos na cidade e fomos logo atras de acomodacao.

As primeiras impressoes que tivemos, alem da dificuldade do idioma, que agora alem de diferente, usa um outro alfabeto, e que a cidade parece ser um bom lugar para hang around’, ou seja, circular, sentar num cafe, e deixar a vida passar.

 

A cidade estava lotada de mochileiros que, como nos, corriam de hostel a hostel, procurando vaga. Finalmente encontramos um hotelzinho bacana, bem proximo ao centro, e com um mapa da cidade na mao, fomos ate o Consulado da India.

O predio ficava bem do outro lado da cidade, mas conseguimos encontra-lo, semmaiores dificuldades. Assim que chegamos, preenchemos o formulario de solicitacao e fomos chamados para uma entrevista com o consul.

Ao ver nossos passaportes, o consul imediatamente fez a pergunta que temiamos: ‘Por que so agora voces decidiram aplicar para o Visto? Por que nao o fizeram de seus paises de origem? Nos apenas lidamos com cidadaos da Bulgaria. Voces terao que voltar para Londres.’

Esta ultima parte, quando escutei, me deu um frio na barriga. Depois de todos estes 7000 km que rodamos com a Van, mais os trens todos que pegamos, voltar e uma palavra que nao consta no meu dicionario no momento.  Nem do Al.

Trocamos olhares, respiramos fundo e, comecamos nossas desesperadas argumentacoes, que tornaram-se suplicas, apos algum tempo. Sensibilizado, Mr.Patel decidiu avaliar nossa aplicacao. Mas disse que levaria pelo menos uma semana para poder processa-la. Pelo que senti, ele foi com a nossa cara, ele ia dar o Visto, mas nao queria que pensassemos que seria facil.

Deixamos nossos documentos e pegamos o bondinho de volta para o Centro. Descemos no caminho e, perdidos, tentamos encontrar a direcao do hotel. Ali na encruzilhada, um outro mochileiro tambem tentava se localizar atraves de um mapa enorme da cidade.

Nos juntamos a ele e seguimos ate o Centro. Pelo caminho, viemos trocando experiencias de viagens. O nome dele era Daniel, era da Australia e ja estava mochilando por mais de dois anos!

Paramos para almocar e, entre cervejas, demos boas risadas com as aventuras de nosso novo amigo. A certa altura, o papo comecou a rolar sobre Sydney, nosso destino final e onde pretendemos morar por um tempo.

Sai de la animada com os prospectos de nossa nova vida e segui para o hotel, onde exaustos da viagem e mais tranquilos com a situacao do visto, conseguimos descansar.

Passamos o dia seguinte inteiro conhecendo a cidade. Comecamos no Mercado Cigano, uma feira ao ar livre que vende desde alimento ate artigos para casa. Dali, fomos ate a  St Aleander Nevski Memorial Church e tambem ate a Igreja Sofia, que inspirou o nome da cidade. 

 

Quando chegamos no hotel, o Al comecou a sentir umas dores estranhas no musculo do pe, a ponto de nao poder andar, entao decidimos usar os proximos dias para repousar e recarregar as baterias.

E assim o fizemos, enquanto o Al repousava, achei um otimo internet cafe no centro, no Boulevard Vitosha. Alias, ali parece ser a ‘Oscar Freire’ de Sofia, e entre varios cafes ao ar livre, passamos otimas tardes.

Quando a semana seguinte comecou, entrei numa rotina diaria de ligar todo dia de manha para o Consulado, para saber do nosso visto. Conforme prometido,ele ficou pronto na quinta-feira, uma semana certinho desde nossa chegada. Corremos para la, pegamos nossos passaportes e fomos ate a estacao de trem. Sofia e muito bacana, realmente uma cidade super agradavel, mas voce conhece a cidade em dois dias no maximo. Ja estavamos la ha uma semana e a urgencia de ir embora tomou conta de mim.

Na estacao de trem, fomos informados que nao havia mais lugares para Istambul, ate o dia seguinte. Vislumbrei a possibilidade de ficar um dia a mais ali na cidade, mas foi fora de cogitacao, nossa hora tinha dado, sairiamos de la de um jeito ou de outro.

Assim sendo, fomos ate a estacao de onibus e conseguims duas passagens para a noite, de Sofia a Istambul. E assim, nos despedimos da cidade e quando deu nosso horario, embarcamos, rumo a Turquia!

 

 

Bucarest – Wed – 6th August 2008

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Avaliar um lugar pela sua estacao de trem, e como julgar um livro nao pela capa, mas pelo pior capitulo! Com excecao de algumas belas estacoes, como a Waterloo em Londres ou a Gare du Nord em Paris, geralmente as estacaoes acabam sendo um ‘hang out’ de tipos estranhos e bares duvidosos, e Bucareste nao poderia ter sido diferente.

Como tinhamos algumas horas para matar ali ate nosso trem para Sofia sair, decidimos ir ate o Centro para conhecer a cidade um pouco melhor. Saindo do metro, caimos no que nos pareceu ser uma das pracas centrais da cidade.

Dali, nos dirigimos ate A Curtea Vechia, ou antiga corte, como era conhecida. 

Entre ruinas, pavimentos rachados e casas caindo aos pedacos, fomos ate o Palacio do Parlamento. Bucareste infelizmente e um projeto arquitetonico que nao deu certo.

 

 

Conhecida antigamente como a Paris do Leste Europeu pela beleza e elegancia de suas alamedas e parques, a cidade foi toda reestruturada, durante a ditadura de Nicolae Ceausescu e seus planos megalomaniacos.

Tais planos incluiam a construcao de uma ‘Champs Elisee’ romena, alem de um palacio gigantesco para si proprio, acoplado ao Parlamento. Para tal, dezenas de suburbios foram desapropriados e destruidos, bem como grande parte dos monumentos e antigas construcoes da cidade.

O palacio foi finalizado e hoje e a segunda maior construcao publica do mundo (atras apenas do Pentagono).

Voltamos para a estacao logo em seguida. Vamos pegar outro trem noturno ate Sofia, entao decidimos nos certificar sobre se teriamos leito no trem. Entramos na fila de um dos guiches, que por sinal era enorme. Alguem escreveu na parede ‘O Comunismo esta vivo nesta estacao de trem’  achei perfeito!

Varios cachorros circulavam a nossa volta. Bucareste e a capital mundial da Rabis (raiva), mas pelo menos aqueles me pareceram tranquilos. Quando fui chamada, perguntei sobre nossa passagem. A funcionaria, de repente teve um acesso de nervos, comecou a berrar um monte de coisas em romeno, que pelo que entendi, eu deveria estar na fila errada. Tava ate engracado, ate que ela comecou a jogar umas coisas no chao, ainda fora de si, o que me fez pensar que quemsofria de raiva era ela e nao os cachorros da estacao!

Depois de irmos ao guiche certo, fomos ate a plataforma, aguardar pelo trem. Ele estava vindo de Moscow e demorou pra cacete para chegar.

Nos despedimos de Bucareste sem muita saudades.

Budapeste – Saturday – Sunday 2nd – 3rd August 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Budapeste e considerada uma das mais interessantes capitais do Leste Europeu, cheia de opcoes para quem deseja fazer turismo, ou relaxar em seus banhos turcos, ou cair na balada, ou fazer tudo isto ao mesmo tempo, ja que num de seus clubs voce danca dentro de uma piscina aquecida.

 O Rio Danubio praticamente divide a cidade em duas: a Buda dos castelos e antigos monumentos e a Peste da vibrante vida noturna, bares, restaurantes e boulevards de compra.

A cidade tambem ostenta suas herancas do passado, que contribuem para fazerem dela um verdadeiro caldeirao de culturas. Dos turcos, que ocuparam a a regiao em 1526, herdaram as grandes termas,  do regime socialista, ficaram os sisudos predios de paredes escurecidas, dos Habsburgos, herdaram a elegancia em algumas belissimas construcoes, dos austriacos, os famosos cafes.

Com tantas opcoes em vista, decidimos comecar pela que nos pareceu mais prazerosa: pegamos o metro (que, segundo o Al e o mais antigo de toda a Europa!) e fomos ate Szechenyi Furdo, uma terma turca, com mais de nove piscinas aquecidas.

A terma esta hospedada num belissimo palacio, que atualmente funciona como um Hotel. Entramos e decidimos experimentar piscina por piscina. Incrivel, as piscinas ao ar livre alem de conseguirem manter a sua temperatura em pleno ceu aberto, tambem possuem jatos de hidromassagem.

 

Passamos uma tarde sensacional. Saindo de la, fomos ate Buda, ate o castelo na Varhegy, onde tambem estao os ultimos resquicios da cidade medieval. 

Fomos ate a parte frontal da construcao e dali, tivemos uma das mais belas paisagens da cidade: o Parlamento, o danubio, a cidade…

Paramos num restaurante. Um quarteto de musicos estavam tocando musica classica, um deles se aproximou de nossa mesa e me perguntou o que eu queria escutar, ali de susto, nao conseguia lembra de nada, e veio o obvio: Danubio Azul. Mas que caiu como uma luva naquele momento, naquela hora. E de frente para o rio, tentei imaginar o que Strauss estava pensando quando compos a famosa valsa.

Dali, descemos para Peste e paramos para jantar na movimentada area de Raday utca. Na mesa ao nosso lado, estavam sentados um casal americano muito simpatico. Comecamos a conversar com eles e, aparentemente, eles estavam ali para o circuito de Formula 1, que estava acontecendo naquele fim-de-semana. Eles ja haviam passado por outros circuitos, como por exemplo o de Monza e nossa conversa girou sobre este tema durante o jantar.

Assim que terminamos, compramos umas cervejas e voltamos para o hostel.

 

Na manha seguinte, fizemos o check out no Hostel e nos dirigimos a estacao de trem. Deixamos as mochilas no locker e, como nosso trem para a Transilvania somente saia no final da tarde, usamos o restante do tempo para explorar um pouco mais a cidade.

Fomos ate a praca dos herois, um grande monumento erguido em homenagem aos heróis húngaros. Ali nas proximidades, tem um parque bem bonito e ficamos ali, nas proximidades do lago. Pelo caminho, alguns senhores jogavam xadrez, que parece ser bem popular por aqui e encontramos pessoas jogando em praticamente quase todos os lugares que passamos. Algumas apostam dinheiro e, alem de passar o tempo, ainda tem a chance de fazer uma graninha!

Retornamos a estacao e tao logo nosso trem chegou, nos acomodamos, rumo a Transilvania!

Viena – Lago Mondsee – Salzburg – Thursday 31st July 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Com parte de nossos ‘affairs’ resolvidos ( e 25 kg de bagagem despachados para a Australia) , seguimos nossos ultimos quilometros com a Van. No caminho, bateu uma nostalgia, e uma sensacao de que deveria ter aproveitado mais nossos momentos juntos. Avaliando estes 52 dias que passamos com ela, acredito que foi uma das melhores formas de se viajar pela Europa: tirando o preco do combustivel, que esta absurdamente caro (na Franca, a media e de 1,5 Euro o litro) e alguns apertos aqui e la, tivemos a liberdade de descobrir lugares maravilhosos, extender ou diminuir nossa estada conforme nossos animos, economizamos uma grana de acomodacao e alimentacao e vivemos com um certo conforto.

Olhando para tras, nossas mochilas estao prontinhas para serem carregadas. Aff!

No caminho, bateu um certo nervosismo. Haviamos conversado com Richard apenas por telefone e email. Depois de algumas negociacoes sobre preco e o que sera transferido a ele, chegamos a um acordo comum, e tudo parece estar se ajustando nos seus lugares. Porem ainda ha a duvida, e se4 ele nao aparecer? E se for trote?

Estamos dirigindo quase 300 km pelo norte da Austria. A paisagem nas proximidades de Viena era bastante industrial e muitos caminhoes nos acompanhavam por ali. Aos poucos, o cenario foi tornando-se mais rural, bulcolico, com belas montanhas e vales.

A certa altura, ja nas proximidades de Salzburg, avistamos um lago a distancia e decidimos fazer uma paradinha por ali.

Encontramos um restaurante as margens do Lago Mondsee, e aproveitamos para jantar. O cenario a nossa frente parecia ter saido de uma pintura, o belo lago, cercado por montanhas, florestas. Como a Austria e bonita. Sao surpresas deste tipo que a Van nos trouxe, chegar no final do dia num lugar destes…Nao tem preco. Serei sempre grata a ela pelo que nos proporcionou.

Mesmo sem querer, continuamos nosso caminho. Ja estava comecando a escurecer e nosso dia seguinte comecara bem cedo (vamos encontrar com o Richie no aeroporto de Salzburg, as nove da manha).

Estive em Salzburg a primeira vez durante o inverno de 2000, e trago excelente recordacoes do lugar: estava nevando pra cacete quando chegamos na cidade, que estava repleta de decoracoes de Natal, bonecos de neve, guirlandas e varios velhinhos com cara de Papai Noel. Me senti dentro de um cartao de Natal. Foi lindo. Ali tambem esta proximo de varias estacoes de esqui, como Bad Gastein, onde tive minha ‘iniciacao’ em snowboard e uma das melhores ferias de minha vida.

Ao chegar, estacionamos a van ao lado do Rio Salzach, nos arredores da Cidade Velha. Dali, conseguimos enxergar o forte de Hohensalzburg, que todo iluminado vigiava a cidade a seus pes.

Salzburg e encantadora. A cidade de Mozart e repleta de construcoes do seculo XVII, em ruas pavimentadas com paralelepipedos , intercaladas com belas pracas, fontes e bem cuidados jardins. Muito da cidade e da Austria em geral estao retratados no filme ‘A Novica Rebelde’, aquele filme que todo mundo assistiu, ou na sessao da tarde, ou na madrugada. Aquela cena inicial da freirinha, rodando e cantando para as montanhas, para mim e um retrato acurado da paisagem geral do pais.

Passeando pela cidade velha, decidimos dar uma esticadinha num dos pubs locais. No lugar, um dueto de austriacos estavam fazendo uma gig otima, tocando rock classico e dando um show com otimos solos de guitarra.

Nossa noite foi otima, bebemos, dancamos e nos acabamos. Ainda bem q nossa Van tava ali pertinho.

Viena – Monday – 28th – 29th – 30th- 31st July 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

 

Agora estamos correndo contra o tempo. Estamos chegando ao final da primeira fase de nossa viagem. Nos proximos dias, deveremos vender a Van, despachar tudo aquilo que nao formos usar para a Australia, resolver toda a documentacao do carro e, se tudo der certo, iremos continuar nossa viagem de trem.

 

Assim sendo, entramos em Viena no meio do dia. Alguem um dia comparou a cidade a um bolo-de-noivas, por seus enfeitados predios, galerias e museus. Mas nesta rapida impressao que tive da cidade,  so pude notar que a grandiosidade do Imperio dos Habsburgos foram ali perpetuadas, nas construcoes.

 

 

 

Chegamos no camping, e a atendente estava usando uma camiseta com os dizeres: ‘Na Austria nos nao temos cangurus!’ Achei aquilo a maior graca. Aparentemente, a piadinha foi criada pela Central de Turismo, que cansou de atender turistas ameriicanos confusos com a proximidade dos nomes dos dois paises!

Chegamos, e logo comecamos a organizar tudo o que ficava e o que seria despachado. Como sempre, de cara ja notei que metade das roupas q estao na minha mochila, nao serao usadas, e francamente, trazer uma mala de cremes, foi a maior viagem.

Livros, Cds, laptop, equipamento.Cara, como temos coisas! podemos abrir uma loja! Depois foi a hora de resolover a papelada do carro, putz, o Al esqueceu de trazer o Mot, que estresse!

Ligamos para o Richard, o nosso possivel comprador, combinamos os detalhes da transacao. Iremos encontra-lo em Salzburg, na sexta feira. Nos o conhecemos atraves de um anuncio que colocamos no Gumtree.com, um site de anuncios de Londres.

Ele pareceu suficientemente assertivo em relacao a Van, entao, demos a venda como certa e assim, passamos nossos proximos dias, nos preparando para a Viagem.

Deixamos Viena na quinta feira. Senti nao ter conhecido mais desta cidade, mas no time to stand and stare.

 

Graz – 27th July 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

 

E dificil acreditar que um pais tao pequeno e isolado pela cadeia montanhosa dos Alpes tenha sido um dia o centro do Imperio dos Habsburgos, e uma das potencias mais influentes do mundo.

 

Hoje, talvez seja mais conhecido por ter sido o berco de alguns estranhos individuos que gostam de manter pessoas trancadas em seus poroes. E tambem, e claro, do Arnie.

 

Alias, Arnold Schwznegger nasceu em Graz, uma das principais regioes do Sul da Austria. Na cidade, havia um estadio nomeado em sua homenagem, porem, alguns dizem que apos a execucao de Tookie Willians na California em 2005, a cidade decidiu romper relacoes com o Governator, e o estadio foi renomeado. 

Graz e uma cidade que deve ser uma Mecca dos arquitetos. Ha uma variedade de construcoes, alternando-se entre o moderno e o classico, harmoniosamente e ruas de pedras com construcoes super futuristicas, como por exemplo, o Murinsel.

 

 

 

Este lugar e uma ilha artificial no Rio Mur, desenhada no formato de uma concha aberta. Numa de suas faces, ha um anfiteatro e na outra, um excelente bar.

 

Logo nas proximidades, ha o Kunsthaus Graz, criado por dois arquitetos ingleses e conhecido entre os locais como ‘allien amigavel’. O predio, com sua iluminacao e formato, lembra uma nave espacial. Porem, ali e o palco para exibicoes de arte ou exposicoes que dizem serem muito bem selecionadas.

Passeamos pela cidade velha e tambem pelo Schlossberg, a colina do castelo. Porem nao nos animamos a subir os seus 260 degraus, que dizem levar a uma das mais belas vistas da cidade.

Como dizem, Graz definitivamente merece alguns dias a mais, mas agora temos um deadline: iremos ate Vienna para resolver algumas coisas, despachar nossa bagagem, vender a Van em Salzburg para continuarmos de trem, entao agora nao podemos marcar com o tempo.

 

Ljubljiana – 24th July 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

 

A primeira coisa que notamos assim que entramos na Eslovenia e o quanto ela e deserta.

Cruzando por extensos campos, florestas e montanhas, cruzamos com pouquissimos indicios de habitacoes. O pais inteiro tem apenas 2 milhoes de habitantes .

A segunda, o quanto ela e pequenininha, ela tem metade da extensao da Suica em area. O ‘ensolarado lado dos Alpes’  como e conhecida entre os europeus, e uma miniatura da Europa.

E uma otima surpresa, que certamente deveria constar no roteiro de todos os mochileiros que se aventurarem por esta area.

Paramos para almocar num dos bares da estrada, e tivemos o nosso primeiro acidente de idioma: compramos uma bandejinha de salame e umas cervejas. O salame na verdade era um doce de frutas secas e a cerveja era misturada com limonada, um lance muito estranho.

Ate agora nossa viagem foi relativamente facil, Franca, Espanha, Italila…Agente se virou bem para nos comunicarmos. Porem, quanto mais a leste estamos caminhando, vamos nos afastando cada vez mais do que estamos habituados e a lingua e apenas o primeiro sintoma!

Em pouco tempo chegamos a capital, Ljubljana. Nao sabia muito o que esperar do lugar, mas confesso que adorei a surpresa: mesmo sem ter grandes atracoes turisticas como Paris, Londres, etc, a cidade esbanja charme e e um desses lugares onde o melhor a fazer e se juntar aos locais e apenas aproveitar a boa vibe da cidade, num de seus descolados cafes.

Apos caminharmos pelo lado oeste do Rio Ljubjanica, onde encontramos uma vasta sequencia de cafes lotados de gente bonita, chegamos ate a Cidade Velha.

Escolhemos um restaurante de comidas tipicas para jantar e o pobre do garcon estava trajando roupas tipicas da regiao, que naquele calor deveria ser uoh. No menu tinha umas opcoes um tanto inusitadas, como culhoes de boi, tripas, carne de cavalo.

Entao, para nao arriscar, pedi um prato mais tradicional, uma linguica, com vegetais da regiao. Bem, chegou o que nos pareceu ser uma ‘salsicha’ preta, de consistencia duvidosa, aparencia estranha e sabor indecifravel.

Ater agora nao sei o que eu comi, e acho melhor deixar assim.

Contemplanos a ideia de esticar a noite num dos clubs da regiao,  uma ex-base comunista que hoje em dia foi ‘squatada’ (invadida por novos moradores, que habitam ocupacoes abandonadas, mas nao pagam aluguel), mas estavamos cansados da viagem, entao  terminamos a noite num dos bares locais.

No dia seguinte, fomos ate o castelo que fica no topo de uma montanha nas redondezas. Ali de cima, voce tem uma vista maravilhosa da cidade. Consigo imaginar Ljubljana entrando no roteiro das populares capitais europeias. Bonita, barata e devido ao seu ingresso na Uniao Europeia em Maio de 2004, acessivel.

Passeamos um pouco mais pela cidade e continuamos nossa viagem.