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Jaipur – 09th -10th September 2008

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Pela janela do trem, fomos assistindo as mudancas na paisagem. A vegetacao aos poucos foi se tornando mais e mais escassa, como a evolucao de uma calvicie. Quando entramos no estado de Rajastao, o clima ja havia se tornado arido, o solo de areia carregava pequenos pedacos de vegetacao rasteira e, camelos carregando carrocas.

Jaipur e a capital do estado de Rajastao e tambem a porta de entrada para o deserto indiano. Juntamente com Agra e Delhi, forma o chamado ‘Triangulo Dourado’ do Norte da India, por abrigar grande parte dos suntuosos palacios e monumentos construidos durante o periodo Mugal. A cidade foi praticamente quase toda planejada, durante o periodo do Maraja Jai Singh II, e dai proveio o seu nome ‘Jai’ ‘Pur’ (pur – cidade).

EM 1876, o Maharaja Ram Sigh decidiu pintar a cidade inteira de cor-de-rosa para receber o Principe de Gales, ja que o rosa e a cor da hospitalidade e a cor foi mantida ate os dias de hoje.

Pegamos o rickshaw ate uma das entradas da cidade velha e adentramos por entre o labirinto de vielas que formam um dos seus inumeros bazares, passando por lojas vendendo pedras semi-preciosas alem de muitas lojas de saris. Fiquei tentada a levar um para casa, mas os saris sao enormes, chegando a medir em media 6 metros de extensao! E imagina, aposto que chegando em casa, nao terei nocao de como enrola-lo propriamente.

Apos algumas horas perambulando pelos bazares, nos perdemos, nos achamos, nos perdemos de novo. E, com um mapa na mao, e com apenas um dia para conhecer a cidade inteira, chegamos a conclusao de que nao conseguiriamos ver tudo, pois Jaipur ferve de opcoes turisticas.

Fomos ate o City Palace e ali conhecemos um taxista, que topou nos levar ate os pontos principais por apenas 300 Rupias (por volta de 3,5 libras). O primeiro ponto foi o Iswari Minar Swarga Sal, uma especie de torre (minarete) construida pelo filho do Jai Singh, Iwari (que mais tarde o assassinou).  A subida ingreme e em espiral e um tanto cansativa, mas a vista la de cima vale super a pena, dali consegue-se avistar esta estranha cidade, bem como o Tiger Fort, que fica acima de uma montanha nas proximidades.

Dali passamos a frente do Hawa Mahal, o palacio mais marcante da cidade.  Ele foi construido em 1799 pelo Maharaja Sawaj Pratap Singh, para possibilitar que as mulheres do seu harem pudessem ver dali um pouquinho da vida  la fora, atraves de suas muitas janelas, que assemelham-se a favos de mel. 

Alguns quilometros mais de transito infernal. Ja estamos nos acostumando a este ritmo caotico de suas ruas, desviando de vacas, de rickshaws, de carros, de pessoas, de cachorros e buzinas por todos os lados.

Finalmente chegamos ate o Palacio das Aguas, que era utilizado pelos Marahajas na temporada de caca as aves. Atualmente, cinco de seus sete andares encontram-se submersos no lago que o circunda.

Do lado oposto da rua, uma multidao de pessoas e turistas se aglomeravam. Nos juntamos a eles e dali, de repente, caminhando bem em nossa direcao, apareceu um elefante enorme, carregando um casal de turistas as suas costas.

Em seguida, um rapazinho veio nos oferecer se queriamos dar uma voltinha. Nao resistimos, e subimos nas costas do animal, que lentamente foi nos levando ate a avenida principal.

Estar ali, foi fascinante, e ja valeu o passeio. Mas nao terminou por ali.

Dali seguimos para o Templo do Deus Sol, em Galta, tambem conhecido como Templo dos Macacos. Nosso taxista nos deixou bem na encosta da montanha, a qual o templo esta hospedado ao topo.

O solo de pedras grandes, entre construcoes de ruinas, tinha uma cor meio avermelhada e, tentando desviar das montanhas de esterco no chao, fomos subindo. Os macaquinhos comecaram a aparecer, sem a menor timidez.

Tambem encontramos com varias criancinhas pedintes, que tambem se ajuntaram a nos, e empouco tempo, formavamos um bizarro grupo.

O cenario, ja pelo caminho era um tanto estranho , as casas em ruinas, com os macaquinhos sentados nos seus telhados, assistindo a cidade abaixo. E, se ja nao estava estranho o suficiente, um senhor apareceu em nossa frente, perguntando se queriamos tirar foto com a sua vaca. Recusei e continuei andando, mas so ai percebi que a vaca na verdade tinha cinco pernas, sendo que a quinta saia bem do meio de suas costas! Que lugar louco.

Passamos diversos templos pequenos, onde pessoas bem simples pareciam estar perdidas em seus proprios rituais. De um destes templos, um senhor  aparentando ter problemas mentais, comecou um monologo enorme, olhando direto para mim. Ele falava, falava, sorria, falava de novo e, sem entender o que se passava apressei o passo para chegar logo ao topo.

\Quando enfim chegamos ate o Templo, ja era quase o final da tarde e o sol comecou a se por. Entramos e ali encontramos duas senhoras que nos convidaram a sentar. Elas amarraram uma pulseirinha em nosso pulso e pintaram o ‘terceiro olho’, aquela marquinha vermelha em nossa testa e, claro pediram uma doacao.

No caminho de volta, os macaquinhos ja nos esperavam, ou melhor, esperavam os amendoins que viemos dando no caminho, mas a certa hora, eles comecaram a nos circundar e a puxar a barra da calca do Al e aos poucos foram ficando mais violentos, berrando uns com os outros e vimos que nossa hora ali tinha dado.

Deixamos Jaipur na manha seguinte, fascinados com o que vimos, e sentindo que se tivessemos mais um dia la poderiamos ver muito mais, mas tambem ansioso para chegar em Agra, e finalmente ver o Taj Mahal.