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Agra – Delhi – 10th September 2008

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Nao sei se foi por sua historia, ou pela sua magnitude, mas para mim, o Taj Mahal sempre teve uma aurea de surreal sob ele, como aqueles lugares que existem apenas no imaginario, como os Jardins Suspensos da Babilonia. Quando entramos em Agra, ja comecamos ingenuamente a procura-lo e a cada aboboda que viamos nos olhavamos com aquele olhar de ‘sera?’.

Fora o Taj, a cidade nao oferece muitas opcoes turisticas e, por estar ha apenas algumas horas de Delhi, decidimos por apenas deixar as mochilas no locker de um hostel e seguir viagem no final da tarde.

Ja havia ouvido falar que Agra nao e uma cidade muito atraente e, ali conferindo, nao e mesmo. A cidade parece estar em ruinas e tudo beira a desordem, entre suas empoeiradas vias de terra, superlotadas de turistas, rickshaws, animais, casebres bem simples e, varios hoteis.

Fomos seguindo o fluxo de turistas em direcao ao monumento, mas chegando la, decidimos entrar pelo portao do Leste (os outros ficam ao Oeste ou ao Sul, este ultimo e o mais famoso e, com uma fila maior para a entrada). Como todos que visitam o lugar, ficamos perplexos com a discrepancia do valor dos ingressos para turistas e indianos, quase vinte vezes maior.

Atravessamos os jardins da entrada, passamos pelo portao principal, e ali ficamos frente a frente com uma das maravilhas do mundo. Ali em nossa frente, ao final de um estreito espelho de agua que reflete sua imagem, estava ele, o Taj Mahal, provavelmente a mais impressionante obra arquitetonica do mundo.

 

Finalizado em 1653, o Taj Mahal foi construído pelo governante mugal Shah Jahan em homenagem à memória e para preservar o corpo de sua esposa favorita, Mumtaz Mahal que morreu ao dar a luz ao seu 14º filho. A construção do mausoléu levou 22 anos e envolveu 20 mil trabalhadores.

A parte triste da historia veio mais tarde, pois apos alguns anos de sua construcao, Shah Jahan foi desposto por seu proprio filho e imprisionado no Forte de Agra, onde passou os ultimos anos de sua vida, vislumbrando sua obra de arte apenas por uma pequena janela em sua cela.  Apos sua morte em 1666, ele foi enterrado ali, ao lado do corpo de sua esposa.

O branco do marmore refletindo a luz do sol, os contornos perfeitamente simetricos de suas abobodas, figurando sempre o ceu como fundo (um dos requisitos principais de seu projeto inicial), o monumento e de uma grandiosidade tamanha que nao ha como descreve-lo, apenas maravilhar-se e refletir na grandeza dos sentimentos que moveram sua criacao e se materializaram nesta obra prima.

Apos visitarmos o seu interior, seguimos para um dos restaurantes nas redondezas. Muitos deles estao localizados no ultimo andar e possuem mesas no terraco de dali, ainda conseguiamos avistar o Taj Mahal nao muito distante, juntamente com o por-do-sol.

Comecou a anoitecer enquanto jantavamos e um pouco acima do restaurante, um bando de passaros enorme sobrevoava. O bando era mesmo muito grande, pois por varios minutos, eles continuavam passando sobre nos e, com o tempo, comecamos a notar pelo formato de suas asas que na verdade eles nao eram passaros, eram morcegos. E eram enormes.

E olhando para o Taj que ainda era visivel, mesmo na escuridao da noite, com aquele bando de morcegos passando em sua frente, a paisagem tornou-se um tanto sombria, mas ainda fascinante.

Terminamos nosso jantar e seguimos para Delhi e, no comeco da noite chegamos a capital do pais.