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Quillon – Fort Kochi – 23 -25 August 2008

sábado, 27 de setembro de 2008

Nosso segundo trem foi um pouco mais atribulado que o primeiro e, tenho a impressao que quanto mais ao Norte do pais vamos nos aproximando, gradualmente a coisa ira piorar. Pegamos dois bons lugares, mas quando estavamos prestes a chegar em Cochi, o funcionario veio nos informar que estavamos na classe errada, e deveriamos nos dirigir a ‘classe basica’.

Bom, classe basica, acho que era um eufemismo para o que encontrei a minha frente: em bancos de madeira, vagoes superlotados, imundos, entendi que os trens sao um reflexo da sociedade indiana, e seu sistema de ‘castas’, um dos pilares da religiao hindu e ainda e amplamente utilizado em toda a India.

Segundo ele, como no trem, a sociedade e dividida por categorias, que determinam qual sera a sua profissao e com quem voce ira casar, uma vez que nao e permitido a  transicao de uma categoria a outra. A ‘primeira classe’ e reservada para os sacerdotes hindus (claro, foram eles que criaram este sistema…), professores e filosofos e abaixo de todas as castas estao os ‘dhalits’, ou os ‘intocaveis’, como sao conhecidos por aqui, que sao destinados aos piores trabalhos, como limpadores de rua e de latrinas.

Nao tive coragem de encarar a classe basica, mesmo porque, nao havia espaco fisico para mim e para o Al ficar de pe, com nossas mochilas, naquele confinamento de pessoas. Como faltava bem pouco para chegarmos, demos uma de turistas ‘desavisados’ e voltamos para nossos lugares.

Ate agora, tudo o que escutei sobre a India provou ser verdade, mas a maxima que mais venho encontrando e que ‘voce nunca sabe o que encontrara pela frente’. Saindo dos calmos remansos de Kerala para cair naquela bagunca do centro de Quilon foi um choque e tanto. Por isto, quando chegamos a Cochi e pegamos a balsa para Fort Cochin, deixei a mente aberta para o que der e vier.

E o que veio, foi uma agradavel surpresa. Conhecida como a Rainha do Mar Arábico, Cochi foi um importante centro comercial de especiarias entre romanos, judeus,  árabes, e chineses desde os tempos mais remotos. Uma das primeiras colonias de Portugal na India, a cidade foi mais tarde ocupada por holandeses, e mais adiante, por britanicos.

Fort Cochi, na peninsula sul da cidade e um bau de herancas de culturais, presentes lado a lado, pelos seus quatro cantos.

A arquitetura das casinhas baixas, com varandas antigas, por entre as ruas de paralelepipedo sao uma mistura de Parati com algumas cidades do interior do Brasil, ja que a cidade ostenta varias pracinhas arborizadas, com bancos de concreto e gramado. As ruas do centro sao permeadas com bons restaurantes e lojinhas com mesinhas na calcada e uma gostosa sensacao de calmaria pelo ar. Sem querer, enquanto buscavamos uma pousada, caimos na casa onde Vasco da Gama passou os ultimos anos de sua vida, mas que hoje funciona como hotel. 

Descansamos as primeiras horas e quando a noite chegou, saimos para jantar. Alem dos otimos restaurantes no centro, na area do porto ha um excelente mercado de peixes, onde os pescadores comercializam suas pescas, que podem ser levadas para serem preparadas num dos restaurantes locais.

Compramos umas lagostas, por 2 libras e, ali, nas ruas do centro, sentamos numa das barraquinhas ao ar livre.

Um casal de coreanos estava ao nosso lado, com uma filmadora gigante. Eles estavam preparando um documentario sobre a regiao de Kerala. Apos trocarmos algumas palavras e o al fazer algumas piadas sobre  um filme coreano que assistimos, eles decidiram usar o Al e seus comentarios infames no documentario.

Dali, paramos para uma cervejinha, no unico bar que avistamos na cidade inteira. A cerveja aqui, I’m sorry to say, mas eh uma merda. Jah nao faz muito parte do habito do indiano comum e, depois de experimentar uma das producoes locais, nao os condeno. A cerveja contem preservativos fortes que alem de alterarem o sabor, dao uma terrivel dor de cabeca.

Tambem no estado de Kerala foi banido fumar em lugares publicos. Voce pode faze-lo em lugares fechados, mas nao na rua, um conceito completamente inverso ao ‘smoking ban’ da Europa.

No dia seguinte, fomos fazer turisticagem. Um taxista nos abordou e nos ofereceu de nos levar ate os principais pontos turisticos, por meras cinquenta rupias, uma proposta muito boa para ser verdade. Mas ele tinha um sorriso tao grande e sincero, que aceitamos.

Alias, isto esta acontecendo com agente bastante por aqui, nos estamos nos encantando com a simpatia das pessoas locais, e acabamos nos deixando levar, mesmo se as ofertas possuem um porem. Neste caso, o porem era que alem dos pontos turisticos ele nos levaria a algumas lojas, onde provavelmente receberia alguma comissao por isto.

Mas para ser sincera, nao me importei. Olhar nao custa nada e ja estamos acostumados a nos livrar dos vendedores, pois depois de Istambul, aqui na India isto eh fichinha!

 

 

 

 

 

 

Nossa primeira parada foi numa fabrica de gengibre, onde pudemos acompanhar o tratamento do produto bruto ate a sua finalizacao, quando e embalado e pronto a ser comercializado. Dali, seguimos para a Sinagoga de Pardesi, no distrito judeu, que e um amplo conjunto de vielas, repletos de lojinhas, algumas ainda com fachadas com nomes de proveniencia hebraica.

A Sinagoga em si foi construida em 1568, sendo destruida pelos portugueses em 1662, e reconstruida pelos holandeses, muitos anos depois.

Dali, seguimos para o Palacio Holandes, o Mattancherry Palace, que foi construido pelos portugueses em 1555,e presenteado ao Raja de Cochin. Ali encontramos uma interessante cronologia historica sobre a regiao alem de murais antiquissimos, com pinturas que retratam cenas extraidas do Mahabharata, o epico anciente indiano, que foi uma das bases para o hinduismo . Alguma coisa me diz que tais escrituras parecem ser muito mais interessantes do que outros livros religiosos, pois retratam figuras mitologicas em aventuras epicas onde encontram seres magicos, lutam com dragoes e se engajam em batalhas homericas.

De la, fomos ate o Indo-European Museu, mas confesso que o conteudo historico do palacio foi muito mais interessante. Satisfeitos com o nosso tour, nos depedimos de nosso motorista e passamos a tarde caminhando pela cidade.

Chegamos a Igreja de Sao Francisco, construida por jesuitas em 1503 e uma das mais antigas construcoes europeias na India. Ali tambem esta enterrado o corpo de Vasco da Gama. A influencia jesuita na regiao explica o alto numero de catolicos,  convivendo lado ao lado com hindus, muculmanos e judeus.

Voltamos a regiao do porto e, na luz do final da tarde, pudemos vislumbrar (e nos maravilhar) com as famosas redes pesqueiras de Cochi, uma heranca de sua interacao com chineses e tambem um dos cartoes postais da cidade.

As redes sao impressionantes, e de longe, assemelham-se a grandes aranhas. O mecanismo para mergulha-las e ica-las exige os esforcos de pelo menos quatro homens que, com a modernizacao de tecnicas de pescagem, compromentem sua utilizacao.

 

 

 

 

Passamos a noite estudando nossa proxima rota. Nao muito distante de onde estamos, existem alguns parques nacionais, onde e possivel fazer alguns tours, a procura de elefantes, tigres e outros animais selvagens. Decidimos ir conhecer o Wayanad Wildlife Sanctuary, nas proximidades de Calicut.

E para la nos dirigimos, logo no comeco do dia.

 

Varkala – Quilon – 22 – 23 August 2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Alem de ostentar o menor indice de analfabetismo e mortalidade infantil do pais, o estado de Kerala ainda esconde algumas ‘joias’. Uma delas, sao seus famosos ‘remansos’: um labirinto de canais e lagos interligados que cortam pequenas vilas e plantacoes de arroz e cha. 

Em Quilon e possivel alugar um barco ou canoa e fazer o tour por entre os canais. Pensando nisto, assim que acordamos, fomos ate a estacao de trem de Varkala.

Chegando ali, pegamos nosso primeiro trem na India. A viagem ate Quilon e relativamente curta, entao pegamos um vagao normal e, confesso, estava esperando o pior.  As estacoes sao precarias, com pedintes na porta e filas enormes. Os trens assustam por fora, por serem velhos, sujos e parecem ter pouca ventilacao. Por dentro, apesar da escuridao, ate que nao sao tao ruins e conseguimos dois bons lugares, proximos a janela.

A viagem ate la foi bem agradavel, pela janela, a paisagem era linda, com campos e coquerais ensolarados. De tempos em tempos, um funcionario passava vendendo ‘chai’ ou comida, em forminhas de aluminio. As pessoas compravam, comiam e jogavam a forminha pela janela.

E, nesta hora, olhando para o lado de fora, notei quantos trens, quantas forminhas, ja tinham passado por ali. E um contraste tremendo naquela bela paisagem, montanhas de lixo se amontoando a cada trem, mas parece ser  mais uma questao cultural, os lugares normalmente nao teem cestos e jogar lixo na rua aqui e normal. Tambem, pelas vilas que fomos passando no caminho, o fundo das casas parece ser um armazenamento de restos de comida, embalagens, garrafas plasticas, etc. Caminhoes de coleta nao fazem parte do cotidiano destas cidades e a maioria deste lixo todo e queimado nos fundos da casa mesmo.

Chegamos em Quilon no comeco da tarde.

Pegamos um rickshaw na estacao, em direcao ao porto.
Os rickshaws sao um meio de transporte bem comuns por aqui e o transito, bem, e uma aventura a parte. As vias nao fazem sentido e a lei que rege parece ser a de quem chega primeiro. Ou buzinar mais. Ou os dois, porque buzinar aqui e uma constante.

 

 

Comecamos nosso tour no que pareceu ser um imenso lago de aguas paradas, cercado por vegetacao natural.

Em certo ponto, o barqueiro entrou por uma estreita passagem e ali, fomos adentrando na ‘Veneza de Kerala’, passando por varios casebres, bem simples, templos, plantacoes de cha e reservatorios para a criacao de camarao.

 

 

Fizemos algumas paradinhas durante o trajeto, na primeira delas, visitamos produtores de corda, feitas de fibra de coco. Numa area coberta, mulheres de idades variadas trabalhavam num monte de fibras, extraidas da fruta. Elas pareciam estar separando a fibra de outras partes, para entao poder tranca-las, unindo assim os fios, no formato da corda.  

 

Seguindo adiante, fizemos nossa segunda parada, numa das vilas locais. O dono de um dos casebres nos convidou para entrar. A casa era toda de madeira, amarrada por cordas e chao de terra batido. O proprietario abriu dois cocos e, enquanto bebiamos, ia nos mostrando sua plantacao de pimentas, gengibre, abacaxi, papaia, etc. 

No final do tour, decidimos passar a noite em Quillon, e seguir para Cochi no dia seguinte. Pegamos um rickshaw ate o centro, encontramos um hotel proximo a estacao de trem e fomos procurar algo para jantar.

 Quilon, alem do remanso, tambem e famosa por ter sido um dos mais antigos portos de comercio no Mar da Arabia e, num passado distante foi uma das principais zonas de comercio entre romanos, arabes, chineses e mais tarde, portugueses, holandeses e ingleses, atras das especiarias e tambem da castanha-de-caju, ricamente produzida em toda a regiao.

As ruas sao dominadas por comercios e pequenos mercados. O transitar de pedestres e intenso e o contraste com a calmaria de seu remanso e gritante.

Nao havia comido nada o dia inteiro e, caminhando pela Alappuzha Rd, saimos a caca de um bom restaurante. O primeiro que passamos nao pareceu muito convidativo, com suas paredes escurecidas, azulejos rachados, iluminacao escassa e varios clientes, digamos, um pouco estranhos.

O segundo era pior que o primeiro. O terceiro, idem. Somente quando cheguei no quarto, que me dei conta que por ali, o esquema era esse mesmo e ou sentava e comia sem reparar a minha volta ou ia passar fome.

Ainda temos um mes de viagem pela India e, tenho a impressao que terei este dilema novamente.

Entao, para resolver de vez com esta questao, entramos num destes restaurantes. Eles na verdade sao chamados de ‘working man’s diner’ pois sao utilizados pelos trabalhadores locais ao termino de seu dia. Ali saboreamos um ‘thaly’ , uma selecao de diversos molhos diferentes, geralmente a base de vegetais, servidos com uma porcao de arroz e roti (pao indiano) e, confesso, foi muito melhor do que estava esperando.

E ali vi o quanto somos influenciados pelo visual e esquecemos as vezes que e o resultado que realmente importa. Num pais onde 65% da populacao esta abaixo da linha da pobreza, ter o que comer realmente e um luxo. 

India – Varkala – 19th – 22nd August 2008

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Duas horas da manha, duas noites sem dormir. Desembarcamos no aeroporto de Trivandrum e, sem passar por nenhum saguao, ja saimos do aeroporto, de encontro a uma centena de rostos que se amontoavam na saida. A calcada, ou pelo menos o que restou dela, era apenas alguns resquicios de concreto, o resto, estrada de terra. Fui procurar um banheiro, e ali, realmente aterrisei no fato de que estava na India: dentro de uma casinha de concreto, sem papel higienico, sem luz, sem vaso…(os banheiros sao de fossa seca).

La fora, um amontoado de pessoas, barraquinhas de comida, taxistas e de repente avistei o Al, cercado por uns seis indianinhos baixinhos. Por uns instantes, parecia que ele tinha sido capturado! Na verdade, eles eram taxistas e queriam nos garantir como seus clientes. Acertamos o preco com um deles e seguimos rumo a Varkala, num carro que deveria ter mais ou menos a minha idade.

O motorista seguiu quieto o caminho inteiro. Estava escuro, as ruas pouco iluminadas nao permitiam que visualizassemos aonde estavamos e, por um instante pensei, imagina, este cara pode levar agente para onde ele quiser e nao iremos nem notar…Bateu um panico rapido, principalmente porque estavamos viajando com o dinheiro da venda van na carteira! E quatro passportes (temos dupla cidadania)….Mais alguns dolares, nossa agente deve valer uma graninha, se este cara decidir nos assaltar!

Chegamos na praia, o motorista desceu, tirou nossas malas do bagageiro, gruniu ‘Varkala’ e ali nos deixou.

Ja fiz algumas viagens na minha vida. Ja passei por alguns lugares estranhos. Mas foi a primeira vez que tive a sensacao ‘Where da fuck am I?’

Eram umas quatro da manha e, mesmo neste horario, algumas pessoas se aglomeravam na praia. Ali, um senhor vestido com um sarongue laranja, o corpo pintado com marcas brancas, sentado na areia e cercado por velas, parecia estar num estado de transe, mesmo estando com os olhos abertos.

Muitas pessoas o assistiam, tomando o que pareceu ser um cha. Quando chegamos, sem querer, divergimos a atencao para nos, e fomos cercados por dezenas de olhares. Nunca havia reparado como os olhos dos indianos sao intensos, grandes e bem desenhados. E, na sombra da fogueira, com o contraste da pele escura, olhando diretamente para nos, tornaram-se ainda mais intensos. A primeira reacao foi a de querer sair dali na hora. Mas, para onde? Onde e que nos estavamos? 

Aos poucos, algumas pessoas foram se aproximando e nos dando algumas coordenadas para chegar ate a area dos hoteis. Subimos uma pequena montanha e logo chegamos a uma praca central e dali, conseguimos ver a area comercial de Varkala, com as lojas e hoteis todos fechados naquela hora da manha.

Sem opcoes e exaustos, deitamos num dos bancos da praca. O Al caiu no sono, eu ainda estava receosa de dormir com toda nossa bagagem ali, fiquei assistindo o mar, que quebrava em ondas fortes no rochedo abaixo de nos.  

Uma densa neblina caia sobre ele. Quando comecou a clarear, o mar e o ceu adiquiriram uma cor lilas e no meio da neblina, alguns vultos negros comecaram a tomar forma. Eram os pescadores voltando do mar. Ja deviam ser umas seis da manha e a cidade aos pouquinhos foi acordando.

Aproveitei e fui procurar hotel para ficar. Tinhamos um mapa e algumas indicacoes. Achamos um lugar bacaninha, de frente para o mar, por 250 rupias (por volta de R$12), mas ja fomos avisados, nao tem agua quente, ja que em Kerala a energia eletrica e super cara e escassa.

Quando o dia clareou fomos conhecer Varkala melhor. A praia fica bem abaixo da montanha onde estavamos. Uma estreita via para pedestres corre rente ao penhasco e faz passagem para os restaurantes, hoteis alem de institutos de ioga, massagem e meditacao.

Coqueiros e mato intercalam-se com trechos de terra vermelha. E no ar… Bem, uma das caracteristicas que achei mais marcante na India ate agora e que ela cheira. Sempre cheira a alguma coisa: as vezes, sinto cheiro de especiarias, outras vezes de incenso, de madeira queimada, as vezes de urina, as vezes de fezes, ja que a maioria das casas no pais nao teem latrinas.

Tomamos nosso primeiro cafe da manha, num dos restaurantes com vista para o mar, e aquela historia de que na India voce vive que nem rei gastando pouco, e pura verdade. Uma refeicao media custa por volta de R$10 (para dois) ou 2, 3 libras esterlinas e as opcoes sao variadas, ja que alem da cozinha indiana, a maioria dos lugares tambem oferece pratos continentais. E muitos sucos naturais, feitos ali na hora, como no Brasil!

Descansamos na parte da tarde e a noite, nos juntamos aos diversos turistas que jantavam ali nos restaurantes do penhasco. Em alguns deles, pescadores exibiam na entrada sua coleta do dia, atum fresco, camaroes enormes, lagosta…

Se, enquanto estavamos mochilando pela Europa, tivemos que ficar de olho para nao estourar o orcamento, na India foi onde decidimos chutar o balde e fazer tudo aquilo que tivessemos vontade. E desta forma, passamos os proximos dias, acordando com o barulho das ondas, tomando cafes-da-manha espetaculares, aproveitando a praia, fazendo ioga a ceu-aberto, tomando coqueteis elaborados durante a noite, seguidos de pratos-de-fruto do mar fresquissimos.
Ainda tivemos o luxo de comprar roupas feita sob medida, com o tecido que escolhemos.

Num destes rompantes de ‘spoil yourself’, decidi fazer uma sessao de massagem ayuredvica. O tratamento consiste em sessoes de massagem, com oleo aquecido, imerso em ervas e plantas, abundantes na regiao. Desde quando estavamos em Sofia, estava com uma dor terrivel na regiao lombar, e vim o caminho todo ate ali a base de Aspirina. Nao sou uma seguidora de medicina alternativa, mas por incrivel que pareca, naquela unica sessao, meu problema foi imediatamente resolvido, como que por magica.

Apos o tratamento, fui esperar o Al num bar local. No terraco, olhando o mar, consegui entender o por que tantas pessoas vem para India atras de ‘iluminacao espiritual’. Embora nao seja uma delas (cheguei aqui por curiosidade e tambem porque estava passando perto!!!), entendo a razao de ser desta causa. O pais tem mesmo algo de diferente, algo que te faz rever valores e filosofias de vida. E, depois do choque inicial de nossa chegada, fomos invadidos por uma sensacao constante de paz e bem-estar e, acho que estamos comecando bem, na descoberta deste novo pedaco de mundo.